Fanfic: __A vila__ | Tema: Suspense; Romance; Hot e RBD

Monterrey – A vila, 20 out 2013.

Pov. Christian:

   Eu só conheci o pior de estar infiltrado depois dias vivendo com Antônio, meu “avô”. Não que fosse ruim viver com ele. O ruim era viver com a mentira. Nos meus outros casos não ter família facilitou muito, agora definitivamente estava me sentindo sufocado. Será que tudo aquilo valia mesmo a pena?

   A casa de Antônio era pequena, sua vida era simples. Não me incomodava em nada. Tinha minha vida, privacidade... mas também tinha amor. Pela primeira vez depois de anos alguém gostava de mim não pelo meu corpo, e sim por eu ser especial. Desejei ser Christian de verdade.

   Com os dias, não era só Antônio que me trazia esse sentimento. Eddy era a melhor pessoa do mundo pra mim. Não tinha tempo ruim para esse garoto. Querendo ou não, sua amizade estava me girando a cabeça. Acho que no começo não queria aceita, mas estava caidinho por ele.

    Eddy Uckermann não passava nem perto do tipo de homem que me interessava. Era pouco baixo que eu e não tinha um porte atlético, pelo contrario, era até magro demais. Olhei para ele diferente pela primeira vez numa briga que assisti dele com a namorada, Glorinha. Céus... como ele suportava aquela garota? Todo atencioso e aquela garota um ogro.

   Eddy arrumou um trabalho para mim na casa mansão. É claro que a intenção da minha vinda era conseguir informações, mas trabalhar realmente lavou um pouco a insegurança que sentia, afinal... viver as custas dos outros não era comigo.

− Não será nada fácil substituir Maite. Pelo que entendi ela que controla tudo Eddy... – Disse a ele depois de ouvir a proposta.

− Relaxa cara... Dulce também é nova aqui como você e está se virando. Não é complicado. E outra você tem a mim ou até mesmo a própria Maite pra pedir ajuda.

− Isso agora... e quando ela tirar licença, como farei?

− Até lá, você já vai saber tudo isso de cabeça Chris.

  [...]

Monterrey – A vila, 21 dez 2013.

   Meu Deus, porque eu fiz isso?

   Dulce se dedicou tanto na festiva de natal e eu tinha que estragar tudo. De verdade, eu se fosse ela não me perdoaria. E Eddy, puts... perdi ele também. Não era manhã ainda, mas meu sono não chegaria tão cedo. As cenas da noite passada explodiram em minha mente. Por que eu fui beber? Por que tinha que saber demais? Por que tive que interferir?

   O salão de festas estava lindo. Antônio e as empregadas da casa mansão passaram o dia só enfeitando-o. Um banquete completo também estava sendo montado pela dona Alê. Dulce até passou a tarde atrás de um vestido, e conhecendo ela... não deve ter sido uma experiência agradável. Aproveitei a folga para ir à cidade alugar ternos. Levei comigo os números do vovô e de Eddy, queria vê-los bem trajados também.

   Meu inferno começou no shopping. Saindo de uma loja encostei-me a uma vitrine para ver uns preços e ouvi uma risada familiar.

− Amor... não posso. Hoje tenho festa na vila. Amanhã pode ser?

− Nossa Glorinha quando eu vou conhecer essa vila aí. Parece que tem vergonha de mim.

− Nada a ver Carlos, já te expliquei. Minha mãe não aceita namorados. Já te falei que vou na sua casa quando você quiser.

   Meu queixo caiu. A toda certinha Maria da Gloria agarrada a um moço moreno e bem musculoso. A principio resolvi não dizer nada, eu não tinha nada a ver com esse povo e logo iria embora daquela vila com dinheiro na mão que era o mais importante.  Acompanhei-os com o olhar, mas antes de subissem de vista comecei a pensar no Eddy, ele merecia mais do que uma garota falsa. Caminhei até eles como se realmente precisava passar por ali e fiz a egípcia, quero dizer, aproveitei a situação.

− Maria da Gloria, quanto tempo? – A v*adia ficou roxa e fechou a cara na hora. O homem que estava com ela não reparou.

− Christian... tudo bem?

− Estou ótimo. Vejo que você também está. – Depois de um longo minuto inteiro ela sorriu e respondeu.

− Amor esse é Christian. Neto do zelador da vila. Chris esse é o Carlos meu namorado. – Eu não estava acreditando... a v*aca nem gaguejava para me apresentar. Céus.

− Claro, o Carlos. Prazer. – Apertei a mão do cara como se realmente já tivesse ouvido seu nome. – Bom, não vou tomar o tempo de vocês, preciso levar esse terno para meu grande amigo Eddy. Ótimo dia para vocês.

   Sai de lá realmente feliz. Eu iria tirar a mascara daquela falsiane.

   Voltei ao meu serviço antes que Dulce e Maite retornassem. Só notei que haviam voltado de fato por que Maite me encontrou no salão informando que Glorinha estava a minha procura. Ignorei o recado. Em casa tomei um bom banho e acabei cochilando. Acordei com Eddy mexendo comigo. Seu sorriso para mim foi tão sincero que meu coração errou uma batida.

− Acorda bela adormecida. Não vai se arrumar não?

− Nossa... apaguei legal aqui. Que horas são? – Perguntei perdido.

− São sete. Passei daqui para pegar o terno e ver se tem como dar um jeito nesse meu cabelo. Olha... – Tirou do bolso uma caixinha e entregou pra mim. Eu abri e dentro havia um par de alianças. −... é de compromisso. Comprei pra Glorinha.

   Uma dor forte atravessou meu estomago. Eddy deveria ter gasto três vezes o salário dele naquelas alianças, era simplesmente lindas. Porém que iria recebê-las era alguém que não merecia o cara legal que tinha.

   Depois disso quase não disse muita coisa. Sabia o que dizer, mas não sabia se deveria contar o que sabia assim, sem provas. Eddy me conhecia a pouco tempo e falar do nada depois de ver as alianças poderia soar como mentira.

   Chegamos no salão em cima da hora marcada. A música estava calma e a vila toda presente junto com os associados da empresa. Meu avô comentou o número elevado de sócios presentes, segundo ele nunca os treze apareceram na festiva de natal.

   Dulce chegou arrasando num vestido preto com um salto agulha da mesma cor, causando um murmurinho entre os presentes. Até eu achei que ela estava perfeita, mesmo não gostando da fruta. Lindo mesmo estava Eddy. O terno o deixou com um ar de mais velho. Desfilava com Maria da Gloria exibindo aquela aliança pra todo mundo.

   A festiva estava indo muito bem. Dulce recebeu a aprovação que a deixava no controle da vila permanentemente. Meu avô estava feliz em uma conversa animada com uma senhora chamada Laura. Maite e Will conquistaram o salão dançando romanticamente. Porém de todos... eu não estava bem. Tentei ir embora mais cedo, mas em vez disso resolvi beber. O álcool subiu depois de várias doses de whisky, e bem, já estava falando besteira quando Gloria conseguiu falar comigo.

− Chris, podemos conversar?

− Não. – Respondi virando minhas costas para ela.

− Hey... sei que está zangado, mas posso...

− Explicar? – A cortei falando mais alto do que o necessário. – Não tem o que explicar Maria da Gloria. Você me dá nojo.

− Olha quem fala. Posso estar errada.... mas pelo menos não sou um v*iadinho que fica correndo atrás de homens comprometidos.

   Foi o fim pra mim. Voei pra cima dela lhe atacando os cabelos, xingos acompanhando cada puxão. Ela também me agrediu, mas sei que meus estragos nelas seriam bem piores. Alguém nos reparou.  Vi então que havia sangue nas mãos nojentas dela.  Suas unhadas tinham aberto feridas no meu rosto. Ver meu próprio sangue foi demais para mim e desmaiei ali mesmo.

   Quando voltei estava na minha cama. Antônio, Dulce e Marta ao meu lado. Contei tudo a eles e fiquei sabendo que meu pequeno escândalo rendeu a Dulce uma advertência sobre o nível de pessoas que estava colocando na vila. Minha chefe estava decepcionada comigo, via em suas olhos isso, mesmo ela mesma não falando. Após, eles me deixaram sozinho na esperança dormisse, porém Eddy invadiu meu quarto antes mesmo que a luz esfriasse.

− Christian... fala pra mim toda a verdade, por favor. – Ele estava vermelho de raiva e com o rosto marcado por lágrimas.

− ...eu vi ela no shopping hoje, estava com um cara...

− Glorinha disse que eram apenas amigos, você viu ela me traindo Christian... fala...

− Estavam abraçados e ela me apresentou ele como sendo o namorado dela...

− V*adia!!! – Gritou ele pela primeira vez perto de mim. Acho que comecei a chorar junto porque senti um pingo acertar meu abraço. – Sabia que tinha algo errado, ela estava estranha... puts... Glorinha aceitou minha aliança mesmo estando com outro. Que espécie de mulher ela é?

− ... uma que não te merece.

− Acho que eu não mereço ninguém Chris.  Magro desse jeito, nada bonito, e ainda pobre. Meu irmão tinha razão quando quis sair daqui para tentar crescer na vida. – Sentou do meu lado na cama, abaixando a cabeça.

− Não fala besteira Eddy... você é... você é...

− Sou o que Christian?

   Movido pelo impulso do momento e a proximidade entre nós, puxei Eddy e beijei sua boca. Num primeiro momento senti seu corpo rígido. Tentei suavizar o toque, passei minha mão por seu cabelo e tive a impressão de que ele estava retribuindo o beijo, porém foi só impressão. Eddy me empurrou, deixando-me sozinho no meu quarto.

   Outro no meu lugar não ligaria, mas eu queria não ter magoado Dulce e nem perdido tudo que conquistei numa noite de burradas.   

*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*_*

Esse cap. me cortou o coração escrever.

O que eu digo sobre a continuação... vai pegar fogo.

E aí amores, comentem... quero saber o que estão achando.