Fanfic: __A vila__ | Tema: Suspense; Romance; Hot e RBD

Monterrey-, 23 set 2015.

Pov. Christopher:

− Oi... – Disse parando na frente de Eddy.

− E aí? – Perguntou sem me olhar nos olhos, ainda estava chateado.

− Livre e você?

− Bem. Mamãe pediu para te levar para onde quer que você queira ir.

− Pensei que ela iria vir hoje.

− Não deu. O velho está mal. Mas ela vai te visitar quando estiver instalado.

− O que ele tem?

− Nada grave, já passou por coisas piores. Bom, para onde?

− Eddy, posso conversar com você primeiro. Sei lá... num bar? 

   Meu irmão concordou com a cabeça e saímos de frente da penitenciaria. Monterrey não mudou quase nada em dois anos, estava praticamente igual. Os mesmos prédios, o mesmo povo que vivia na correria. Eddy me levou numa lanchonete legal, definitivamente aquele lanche foi o melhor da minha vida. O silêncio em si que deixava tudo mais difícil. Eu sei que era o herói dele e que joguei tudo fora entrando nessa vida de crimes, mas estar preso me fez pensar na vida. Não queria mais perdê-la fechado numa cela. Olhei em sua mão e vi uma aliança, não deveria ser de casado... mas usei isso para puxar assunto.

− Está noivo? – Eddy olhou para a própria mão antes de responder.

− Não... é de compromisso mesmo.

− Com a Glorinha? – Arrisquei. Lembrava que meu irmão era louco na nova vizinha, Maria da Glória.

− Com Christian. Neto do Sr. Chávez. – Como? Meu irmão era gay e ninguém me contou. Tentei disfarçar a surpresa, mas acho que não consegui... ele começou a rir, fazia muito tempo que não via aquele sorriso. – A mãe não te contou né? Aconteceu... – Deu de ombros e continuou. – Christian se tornou meu melhor amigo. Namorava com a Glória na época. Ele me contou que era logo de cara. Glorinha morria de ciúmes, principalmente depois de uma bebedeira dele... foi legal. Resumindo a história, ele me beijou depois que descobri uns lances da Glória.  Terminei com ela. Dê lá até a gente se assumir foi um mês. A mamãe ficou louca. Acho que ela nunca vai aceitar de verdade, mas já trata o Christian melhor hoje.

− E como ele é? São felizes?

− Muito. Christian é bem meu parceiro. Gostamos das mesmas coisas, quase não brigamos.

− E na cama... quem é o macho? – Novamente ele riu. Por mais que meu irmão sempre foi sensível, eu nunca imaginei que fosse se interessar pelo mesmo time. Estava curioso.

− Somos relativos. Gostamos do prazer que podemos ter juntos.

− Então vai da vontade, certo? – Eddy confirmou com a cabeça.

   Depois de me contar como era sua vida com o namorado, Eddy me atualizou sobre a vila. Segundo ele, Dulce a herdeira tinha feito umas melhorias, como uma academia pública e um parque para as crianças. Também falou sobre o como Maite estava com seu primeiro bebê e que era sua afilhada. Entretanto cortou o assunto quando olhou para o relógio.

− Caraca, preciso ir. Tenho um carregamento da vila para receber. Posso te deixar?

− Você trabalha naquilo ainda. Larga dessa vida, você precisa de mais.

− Mais como você precisou? Não, obrigado. Tenho tudo lá e vou começar faculdade.

− Não quis dizer esse mais. Mas fico feliz que vai fazer faculdade. Quem sabe cria juízo e sai daquilo. Eu não volto para aquela vilinha de merda.

− E nem se quisesse. Sua volta foi vetada.

− Como é que é? – Só poderia ser brincadeira. − EU VETADO?

− Dulce não te quer lá. Mãe foi pedir por você e ela negou. Disse que te ajudaria, de todo coração. Mas que pra vila você não volta. – Eddy me entregou um envelope. Peguei e dentro havia uma alta quantia. – Dulce mandou, para você ter algo, se virar com aluguel e comer. Falo que se precisar de mais, só me avisar que trago.

   Meu... nunca na minha vida fui tão ofendido assim. Quem essa herdeira mimada pensa que é pra me mandar dinheiro? Sou Christopher Uckermann, dono do meu próprio nariz. Nunca pedi favorzinho nem pros meus pais, posso não prestar mais sou digno nesse ponto. Dinheiro de mulher eu não aceito.  Guardei o envelope na mochica que carregava, iria devolver pessoalmente e queria ver quem ia ser homem para proibir minha entrada.

[...]

Monterrey, 09 out 2015.

   Me instalei numa pensão, tinha na minha conta dinheiro para me garantir por uns meses. Comecei a procurar um emprego, o problema que ser ex-detento não ajudava. Ouvia vários “não”. Resolvi curtir a noite numa boate, ouvir algo bom, dar uns pegas. Deus me deu um belo corpo e uma pegada forte. Não poderia reclamar disso.

   Eram duas da manhã e eu ainda não tinha encontrado uma garota legal para seduzir. Até tinha ficado com duas, mas queria uma mais menininha mesmo. Tinha uma queda por ingênua, sabe, mulheres com olhos de anjo. Sai da boate e fui num Mc 24 horas. Só o cheiro do lugar me atraia, senti uma a falta desse tipo de coisas nos últimos dois anos. O local estava quase deserto, a não ser por uma moça com seu cabelo ruivo preso em um coque e uma camiseta de banda que brincava solitária com o brinquedinho que veio no lanche. Era linda. Sentei na cadeira em sua frente, assuntando-a.

− Sabe moça, eu estou saindo de uma boate e vim para aqui, mas odeio comer sozinho. Não estou bêbado e não quero te roubar... só não queria comer sozinho mesmo. – Olhei para ela com meu olhar cachorrinho e juntei minhas mãos em forma de suplica.

− Essa sem dúvida foi a pior cantada que recebi na vida. – Explodiu em uma gargalhada tão perfeita, que olhar para ela foi um presente de Deus.

− Pensei naquela “você vem sempre aqui?”, mas fiquei com medo de apanhar sabe.

− Pode sentar aí, quem sabe você me anima um pouco. – Olhou triste para seu brinquedinho.

   Enquanto comíamos, ela me contou que seu nome era Maria, dizia que estava de saco cheio de Monterrey e que gostaria de voltar para Paris onde vivia bem com sua mãe Mara. Mas pelo que entendi seu trabalho impedia ela de voltar. Certamente deveria ganhar melhor ali, imaginei. Contei para ela que estava morando numa pensão, que não queria morar mais com meus pais e que estava a procura de um emprego. Preferi não contar sobre os dois anos preso, não queria perder aquela menina por algo tão insignificante.

   Maria era engraçada. Contou também que adorava esportes e dança, que isso desestressava ela. Falamos sobre tudo, desde como era bom comer na madrugada até como nosso time Leon estava jogando naquela temporada. Eu entendi então a resposta que meu irmão me deu sobre Christian quando perguntei se eram felizes juntos: “Muito. Christian é bem meu parceiro. Gostamos das mesmas coisas, quase não brigamos”. Pensei que com Maria seria assim, principalmente quando vi seu sorriso para mim.

− Eu preciso acordar cedo amanhã... – Falou ela olhando tristonha. Queria ficar mais alí, não queria perder de vista aquela mulher.

− Não, tá cedo. Não são nem ... puts... já quatro e meia?

− Então... amanhã o dia será corrido.

   Maria disse tchau, se levantou e caminhava para a porta. Um desespero tomou conta de mim. Precisava de mais tempo com ela. Arrisquei segurando seu braço.

− Dizem que dormir pouco é pior do que não dormir. Eu posso te manter acordada até a hora que você precisar. Prometo que você não vai se arrepender.

− A proposta é tentadora Chris, mas só vou se você me fazer sua essa noite. – Eu deveria estar sonhando. Gata, engraçada, e ainda me queria. Aaa garoto, a noite promete.

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Obs: Amores, olham a data hein... esse cap é de 2015, dois anos se passou da morte de

Blanca.

Que encontro mais fofo no Mc.

Peraiii...Maria? Chris?

Vishiiiii.