Fanfics Brasil - Seis — O acesso da imprensa ao campus é negado (Parte I) De repente (adaptação)

Fanfic: De repente (adaptação) | Tema: Vondy


Capítulo: Seis — O acesso da imprensa ao campus é negado (Parte I)

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O acesso da imprensa ao campus é negado


— WXCV DALE GORDON


 


As luzes dos equipamentos de filmagem e o flash das câmeras me cegaram. Duvall segurou meu cotovelo enquanto descíamos as escadas. As pessoas gritavam meu nome, berravam perguntas e acenavam para tentar chamar minha atenção. Mantive meu olhar para baixo, sem querer contato visual, e me forcei a continuar sorrindo.


Assim que consegui ter visão do carro, fiquei aliviada. A caminhada da porta da casa até o carro foi a caminhada mais longa da minha vida. Duvall abriu a porta de trás para mim, deixando que eu entrasse no carro antes de ele se sentar no banco do passageiro, na frente.


— Provavelmente eles vão nos seguir, madame. Eu não faria nada que a senhora não quisesse que vissem até estarmos à frente deles. — Duvall olhou para mim com seriedade. Ele estava usando óculos escuros e, por alguma razão, tive vontade de rir.


— Tudo bem. — Coloquei o cinto de segurança e puxei a mochila para perto de mim. — Achei que você fosse me chamar de Dul.


— Quando estivermos sozinhos. Devemos manter a formalidade em público. — Ele virou-se para frente e apontou a cabeça para o motorista. — Este é Parker. Quando eu não estiver com você, Parker estará.


— Oi. — Sorri para o rosto que aparecia no espelho retrovisor.


— É um prazer conhecê-la, Duquesa de Salviñon. — Ele balançou a cabeça para mim.


Tinha, aproximadamente, a mesma idade de Duvall, com mechas grisalhas no cabelo.


— Tecnicamente, ainda não participei de nenhuma cerimônia. Sou apenas Dulce.


— As cerimônias são apenas uma formalidade. A senhora nasceu duquesa.


Respirei fundo e olhei para fora da janela. Tentei não olhar para trás, pois não queria que tirassem fotos minhas olhando pela janela de trás do carro, pois acabariam estampadas no noticiário. Um carro parecido com aquele em que estávamos havia assumido a liderança e tive certeza de que havia outro carro nos seguindo.


— Você acha que eles vão nos seguir até a faculdade?


— É bem provável, embora o reitor tenha sido avisado e disse que eles não seriam bem vindos ao campus.


— O reitor? — Meu coração parou de bater. Quem ligou para o reitor?


— É comum avisar os funcionários quando existe a possibilidade de acontecer alguma coisa relacionada à mídia. Além disso, a duquesa está visitando alguns programas enquanto está na cidade.


O caminho não era longo até a faculdade. Havíamos alugado uma casa perto dali. Como se pudesse ler meus pensamentos, Parker parou o carro no estacionamento do prédio de Ciências Naturais.


Estacionou o carro no meio-fio e Duvall desceu imediatamente. Ele abriu minha porta e eu saí. Um homem desceu do carro da frente e uma mulher do carro de trás. Cada um deles assumiu um lugar ao meu lado enquanto eu caminhava para o escritório. Duvall não perdeu tempo nos apresentando, pois estávamos fugindo do frio. As pessoas nos carros de imprensa estavam correndo para tentar nos seguir. Entramos no prédio rapidamente e mostrei meu crachá de estudante para o segurança. Ele nos deixou entrar e eu levei todos para o andar de cima, onde ficavam os escritórios.


Enquanto subíamos as escadas, podíamos ouvir o segurança dizendo aos repórteres que não podiam entrar no prédio. Quando chegamos ao escritório que eu dividia com vários outros alunos de pós-graduação, respirei aliviada. Eu me virei e olhei para as três pessoas usando ternos.


— Dulce, este é Terrance Ross. — Duvall apontou com a cabeça para o homem. Ele era alto e tinha a cabeça raspada. Estiquei a mão para ele apertar. A palma de sua mão cobriu a minha e seu sorriso era bastante formal.


— É um prazer conhecê-la, duquesa.


— Dul, ou Dulce. — Suspirei quando Duvall tossiu. — Pelo menos quando estivermos sozinhos, por favor.


— E esta é Rebecca Meyers. — A mulher era mais jovem do que os dois homens.


Provavelmente tinha mais ou menos a minha idade. Ela estava usando calças e uma camisa abotoada até a altura do colarinho, por baixo de um casaco de inverno. Seu cabelo loiro tinha corte curto que combinava com seu rosto e sorriso amigável.


— É um prazer conhecê-la. — Ela apertou minha mão com firmeza. — Por favor, me chame de Becca.


— É um prazer conhecê-la, Becca. — Olhei para trás na direção da porta e vi as sombras de meus colegas atrás da porta. — Bom, também vou apresentar vocês aos idiotas com quem trabalho.


— Eu ouvi isso — gritou Mary do outro lado da porta quando as sombras desapareceram do caminho.


Abri a porta e encontrei Mary e dois outros alunos olhando para nós. Saí para o lado para que os outros pudessem entrar e acenei na direção deles.


— Pessoal, estes são os engravatados. Engravatados, estes são meus colegas de trabalho.


— Você é mesmo uma princesa? - Mary inclinou-se para frente. — E, por favor, me diga que vamos conhecer o príncipe.


— O quê? Não. — Coloquei a mochila na mesa e abri para procurar as anotações para a próxima aula. — E não.


— Mas você é uma pessoa da realeza, certo? Seu rosto estava em todos os noticiários desta manhã.


Ela levantou-se e virou o monitor do cara ao lado dela para que víssemos que eles estavam assistindo a transmissão ao vivo por uma emissora de TV local.


— Desligue isso! — Fui até lá e apertei o botão do monitor.


— Nossa, você não pode nos culpar por sermos curiosos! Conhecemos você há anos e você nunca nos contou nada.


Mary cruzou os braços. Cerrei os dentes e contei até cinco antes de responder. Mary não era uma das pessoas de quem eu mais gostava no programa.


— Não contei para ninguém. Porque eu não sabia. — Franzi a testa para todos. — Vamos lá, pessoal. Não sejam estranhos. Sou a mesma Dul de antes. Só tenho antepassados da realeza.


— Deixem a Dulce em paz, pessoal. Nós todos já ralamos com ela e já passamos horas juntos estudando manuais — disse David, um dos alunos de doutorado, que estava no fundo da sala. Soltei a respiração aliviada. David era um cara legal e os outros o escutavam. Sorri para ele e ele balançou a cabeça para mim.


— Todos nós temos bastante coisa para fazer.


Olhei para Duvall e abaixei a voz.


— Será que vocês podem esperar um pouco lá fora?


— A que horas é a sua aula? — Seu sotaque chamou a atenção de algumas pessoas que estavam mais perto.


— Em trinta minutos.


— Muito bem. Vou esperar com Ross do lado de fora. Meyers ficará com você. Ela sabe se misturar e fazer com que as pessoas se sintam menos desconfortáveis.


— Por que vocês todos não podem sair? — soltei as palavras entre meus dentes.


— Lady Salviñon, alguém precisa ficar com a senhora o tempo todo quando estiver em local público. Preciso cumprir as ordens da duquesa. — O rosto dele estava impassível e eu sabia que nosso sussurro estava deixando todo mundo ainda mais curioso, e por isso desisti.


— Tudo bem. Becca fica. Todos os outros saem.


Ele começou a dizer alguma coisa, mas interrompi.


— Becca fica e todos os outros esperam lá atrás. Não quero formação de voo em V, nem pessoas me rodeando atrás de mim, como se fossem a mamãe urso protegendo os filhotes.


— Certo, madame. — Duvall abaixou a cabeça antes de sair da sala.


— Vou fazer algumas coisas antes de sair. A aula de Introdução à Vida Selvagem só começa daqui meia hora e é neste prédio mesmo, por isso chego lá em um minuto. — Levantei a cabeça na direção da minha mesa.


— Por mim, tudo bem.


Uma coisa que eu havia percebido desde o começo era que Becca tinha sotaque americano.


Um sotaque do Sul, para ser mais exata, e isso fazia com que tudo parecesse menos estranho e menos louco.


Empurrei uma cadeira para perto da minha mesa para ela e peguei alguns papéis, folheando minhas anotações para a aula do dia, mas minha atenção continuava voltada para as pastas de documentos. Abri a pasta que Rose havia enviado e analisei as primeiras páginas. Havia cópias de certidões de nascimento, um manifesto marítimo e algumas escrituras de imóveis em Nova York. E então encontrei uma árvore genealógica. Era uma árvore bastante genérica, não havia o desenho de uma árvore ou uma caligrafia rebuscada. Era apenas uma tabela com os nomes dos descendentes. Procurei pelas linhas até encontrar o nome de minha mãe. Havia outros ramos, mas todos terminavam de um modo ou de outro. Ao lado do nome de minha mãe havia um espaço em branco seguido por uma linha que chegava ao meu nome completo.


Seguindo a linha até mim, olhei para o meu nome e franzi a testa. Dulce María Espinoza Salviñon. Sempre detestara o fato de ter quatro nomes. Parecia uma coisa tão boba. Todo mundo sempre viveu muito bem apenas com três. Folheei mais um pouco os papéis, procurando por qualquer coisa que chamasse minha atenção ou que me parecesse familiar.


Cópias da tese da minha mãe e sua primeira publicação em um periódico me fizeram sorrir.


Ela foi uma cientista brilhante.


Olhei para o relógio e vi que tinha tempo o suficiente para dar uma olhadinha rápida na outra pasta. O barulho no escritório me acalmava. O barulho de alguém digitando, os sussurros de Mary enquanto ela paquerava o David. David dizendo para que ela ficasse quieta. Era bom ter um pouco de vida normal por alguns minutos.


A pasta de Christopher continha vários artigos de revistas de medicina presos por clipes. Artigos sobre o tratamento homeopático para o câncer, como lidar com a quimioterapia e informações sobre uma nova droga que parecia estar ajudando a aliviar a dor de alguns pacientes com câncer sem afetar sua qualidade de vida. Os artigos eram fascinantes e senti a esperança enchendo meu coração. Talvez aquela ideia toda não fosse tão ruim assim. Principalmente se eu conseguisse ajudar o meu pai. Ou pelo menos fazer com que ele se sentisse mais confortável.


Na parte de trás da pasta havia uma nota em alto-relevo e uma anotação com um endereço na internet. Aquilo parecia ser um link para a página de um médico que trabalhava especificamente com pacientes com câncer de próstata. Christopher escrevera que o médico morava no Reino Unido e talvez pudesse examinar meu pai minuciosamente.


Becca tossiu e olhei para onde ela estava sentada.


— Sua aula começa em cinco minutos.


— O quê? — Olhei para o relógio em cima da mesa e franzi a testa. O tempo havia passado rápido demais. Peguei minhas coisas e coloquei na mochila antes de apontar a cabeça para a porta. — Vamos.


 



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Autor(a): unbreakableHels

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:49

    posta mais

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:40

    @dayanerodrigues achei essa fic nos seus favoritos e ameiiii

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:13

    leitora nova e louca querendo mais capitulos

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 12:27:59

    menina amando muito essa historia

  • dayanerodrigues Postado em 05/10/2020 - 14:22:42

    Amei a fic

  • stellabarcelos Postado em 20/05/2017 - 01:23:12

    Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:15:10

    A parte boa de tudo isso é que agora eles tem muita certeza de que são um casal para sempre! Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:14:34

    Esse último comentário foi meu

  • Postado em 09/01/2017 - 10:09:49

    Que triste ele ir assim! Eu realmente acreditava que ele pudesse se recuperar

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 09:31:19

    Own que lindooos


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