Fanfics Brasil - Sete — Caos no campus (Parte I) De repente (adaptação)

Fanfic: De repente (adaptação) | Tema: Vondy


Capítulo: Sete — Caos no campus (Parte I)

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Caos no campus


— COLLEGE DAILY


 


— Acho que vocês estão na sala errada, a não ser que saibam me dizer o número de dedos que um pássaro tem. — Coloquei as mãos na cintura e olhei para os alunos. — E isso significa que vocês precisam arrastar a ressaca para fora da cadeira e ir encontrar a sala certa. Agora.


Esperei enquanto metade da sala levantou-se e saiu fazendo a maior barulheira. Algumas pessoas tiraram fotos de mim com seus celulares antes de saírem pela porta, outras riram como se tudo aquilo fosse uma grande brincadeira. Quando finalmente a sala ficou em silêncio olhei para a classe e tentei não resmungar. Ainda havia pessoas demais na sala, mas pelo menos uma boa parte delas havia ido embora. Respirei fundo, levantei-me e comecei a última aula do dia.


Quando terminei, minha paciência já havia se esgotado. Haviam me perguntado se eu era uma princesa, se eu realmente era uma professora-assistente e se eu conhecia a Rainha da Inglaterra. As pessoas haviam fotografado e gravado minha aula. Eu não tinha conseguido dar a aula direito. Eu deveria ter cancelado e ter me escondido em alguma salinha de limpeza.


— Lady Salviñon, vamos esperar um pouco para sair até que a sala esteja vazia e não tenha muita gente nos corredores. — Becca olhou para mim com uma expressão de piedade.


— Será que você pode me matar? E me tirar daqui dentro de uma caixa? — Olhei para ela. — Você pelo menos tem uma arma?


— Que tipo de guarda-costas seria eu se precisasse de uma arma para matar alguém? — Becca sorriu ao ver minha expressão. — Além disso, teria sido pior.


— Isso não é reconfortante. — Eu me encostei na cadeira e gemi. — Graças a Deus não tenho mais aulas hoje. — Peguei minhas anotações e enfiei dentro da mochila. Sentia um frio no estômago e não sabia se era por causa das aulas ou pelo fato de que eu iria almoçar com Christopher.


— Pronta? — perguntou Becca.


— Sim. — Saímos da sala e nos dirigimos para as escadas do fundo.


Ainda havia pessoas nos corredores, mas a maioria nos deu licença para passarmos.


Quando cheguei ao escritório, Christopher estava encostado na parede ao lado da porta segurando um saco de comida em uma mão e uma bandeja com bebidas na outra. Sua cabeça estava encostada na parede e seus olhos estavam fechados. Eu me senti culpada por ele parecer estar tão cansado. Ele deve ter ficado acordado até tarde para arrumar meu carro e para organizar as anotações que me mandou. Ao nos aproximarmos, um dos homens que o acompanhava disse algo baixinho. Ele inclinou a cabeça para olhar para nós e sorriu. Seu terno cinza fazia seus olhos castanhos parecerem mais claros do que realmente eram, e senti minha boca ficar seca. Só de ficar perto dele já me deixava desconcertada. Ele era perfeito, da cabeça aos pés.


— Sem mostarda.


Ele levantou a sacola como se expressando vitória e eu sorri. Ele parecia tão orgulhoso de si mesmo que não consegui evitar a risada. Alguns dos meus nervos se acalmaram e consegui me sentir um pouco mais relaxada.


— Entre.


Abri a porta para ele entrar e quase desabei aliviada quando vi que não tinha mais ninguém lá dentro. Eu estava com medo dos olhares e da conversa incômoda.


— Aquela é a minha mesa.


Apontei para a mesa perto da janela e ele ficou em pé ao lado da cadeira na qual Becca se sentara pela manhã. Olhei os avisos no quadro, observando-o pelo canto do olho antes de pegar um pouco de guardanapo.


— Obrigado. — Ele sentou-se quando entreguei os guardanapos a ele. — Espero que você goste de carne vermelha. Tenho uma queda por hambúrgueres. Quanto maior, melhor.


— Você está com sorte. Os hambúrgueres da lanchonete são ótimos.


Espalhei as batatas fritas em um guardanapo para que nós dois pudéssemos alcançá-las.


— Então, me conte. Como conseguiu ir até a lanchonete e voltar para cá vivo?


— Anos de prática. — Ele deu uma mordida no hambúrguer e gemeu. — Ah, que delícia.


— Por que simplesmente não mandou alguém comprar?


Dei uma mordida no meu sanduíche e concordei mentalmente com ele.


— Eu queria levar daqui alguns de seus alunos falsos.


— Você quer dizer que se prostituiu para as massas? Para levá-los embora? Isso foi… encantador.


Ele engasgou com a bebida e tossiu. Coloquei meu sanduíche na mesa e bati nas costas dele.


— Não tinha pensado nisso dessa maneira. — Ele riu. — Mas valeu a pena se ajudou você.


— Bem, obrigada. — Peguei meu sanduíche de volta e sorri para ele. — Pelo almoço e por se expor dessa maneira.


— Eu disse que não jogaria você na cova dos leões.


Ele piscou para mim, e eu não tive coragem de contar a ele sobre todas aquelas pessoas que, ainda assim, invadiram as minhas aulas.


— Você conseguiu dar uma olhada nas informações que mandei?


— Consegui olhar um pouco. — Empurrei algumas das batatas na direção dele. Ele parecia gostar delas tanto quanto gostava dos hambúrgueres. — Tenho que admitir que fiquei interessada em conhecer o especialista que você mencionou.


— Existe muita informação na internet, coisa demais para imprimir.


— Obrigada. Vou dar uma olhada antes de falar com o meu pai.


Peguei o celular no bolso e olhei as mensagens de texto. Ainda não havia nada do meu pai, por isso enviei uma mensagem para a senhora que ia até a casa dele duas vezes por dia para ver como ele estava. Patrícia era uma vizinha amiga de minha mãe. Ela não me deixava pagá-la e, sinceramente, não faço a menor ideia de como eu conseguiria pagá-la por isso. Mas saber que ela passava por lá para ver se papai estava bem e não precisava de nada era um grande alívio para mim.


 


Patrícia: Ele está sem dor de cabeça hoje e está dormindo. Vou avisar para ele que você vem aqui mais tarde.


 


Suspirei aliviada e agradeci a ela.


— Está tudo bem?


— Sim. Papai não me manda mensagem desde ontem e eu estava ficando preocupada. Às vezes ele tem dores de cabeça terríveis.


— Mas ele está bem?


— Está bem, dentro do possível. — Mastiguei algumas batatas e pensei no assunto. — Uma amiga da família vai até a casa dele algumas vezes durante o dia para ver como ele está e se precisa de alguma coisa. Ela disse que ele estava dormindo.


Não dissemos mais nada por um tempo, ficamos apenas comendo e olhando a neve cair. Aquela seria uma tarde fria. Pelo menos eu não estaria no carro. O aquecedor do carro levava tempo demais para funcionar. E isso me fez lembrar…


— Obrigada por cuidar do meu carro. Diga em quanto ficou o conserto porque quero pagar.


— Não se preocupe com isso. Foi um prazer.


— Christopher, fiquei muito agradecida, mas não acho certo deixar você pagar por isso. Não é sua culpa o motor de arranque ter parado de funcionar. — Coloquei meu sanduíche na mesa e olhei para ele. A ideia de ter alguém pagando as coisas para mim não me atraía.


Principalmente sendo esse alguém uma pessoa que eu havia conhecido na noite anterior.


— Se não tivéssemos chamado você para jantar, você, provavelmente, não teria ficado sem o carro. É minha obrigação. — Christopher encostou-se na cadeira como se estivesse se divertindo com o meu incômodo.


— Se você não tivesse me convidado, o carro não teria pegado hoje pela manhã e eu teria me atrasado para a aula. Discutir sobre quando aconteceu o problema é besteira. O carro é meu, a responsabilidade é minha.


— Tudo bem. Você pode me pagar quando receber suas terras e seu título.


Pensei por um tempo e percebi o que ele havia feito. Ele havia me dado mais um motivo para ir para Lilaria. Apertei os olhos, mas não consegui conter o sorriso que estava preso em minha boca.


— Você é espertinho.


— Essa é uma maneira de ver as coisas.


Eu gostava da risada dele. Ela era espontânea e sincera. Sacudi a cabeça e peguei o sanduíche de novo. Resolvi comer até decidir o que fazer.


— E então, o que vai fazer depois que sair daqui?


Olhei para Christopher, curiosa. Tentei afastar a esperança que borbulhava em meu estômago.


Quando eu estava ao lado dele, não queria que aquilo terminasse.


— Bom, depende. Preciso dar alguns telefonemas e fomos convidados para um jantar na casa do prefeito, mas ainda tenho algumas horas livres. — Ele chacoalhou o gelo do copo antes de tomar outro gole. — Eu gostaria de conhecer as suas aves. Preciso admitir, sinto falta dos pássaros quando viajo.


— Bom, você pode vir comigo, mas vai estar bem frio. E certamente terão outras pessoas lá. — Olhei pela sala. — Não sei como tivemos a sorte de ficarmos sozinhos durante o almoço. Normalmente, todo mundo está por aqui a esta hora.


— Sorte de você me ter inteirinho só para você? — Christopher sorriu e meu rosto ficou muito vermelho.


— Só quis dizer que Mary não teria deixado você aqui, quero dizer, nós, com todas as perguntas que ela quer fazer.


Meu Deus, eu ia inchar seu ego de maneira insuportável se não tomasse cuidado.


— Um homem chamado David mandou todos saírem do escritório. Acho que ele também estava preocupado com a Mary.


— Mary não é uma pessoa má, ela só leva um tempo para se acostumar com as coisas. — Sacudi a cabeça. — Eu a conheço há dois anos, e ainda fico chocada com algumas coisas que ela faz.


— Estou feliz por termos ficado sozinhos. Tenho pensado em uma maneira de ficar um tempo sozinho com você desde que você se recusou a tomar um drinque comigo na noite passada. É difícil encontrar um pouco de tempo livre.


Pequenas rugas surgiam no canto dos olhos dele enquanto ria da minha expressão.


— Pela expressão de choque em seu rosto, posso dizer que eu não estava sendo suficientemente óbvio.


— Achei que você só estivesse sendo educado. — Olhei para a minha comida e tentei acalmar os batimentos de meu coração. Seus dedos quentes levantaram meu queixo para que eu o olhasse nos olhos. Seu rosto ficou bastante sério, atento.


— Querer passar algumas poucas horas conhecendo uma mulher bonita não é exatamente uma questão de ser educado. — Ele passou o dedo em meu lábio superior e parei de respirar.


— Eu não deveria ficar atrás de você, Dulce, mas não acho que consigo evitar.


 



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Autor(a): unbreakableHels

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:49

    posta mais

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:40

    @dayanerodrigues achei essa fic nos seus favoritos e ameiiii

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:13

    leitora nova e louca querendo mais capitulos

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 12:27:59

    menina amando muito essa historia

  • dayanerodrigues Postado em 05/10/2020 - 14:22:42

    Amei a fic

  • stellabarcelos Postado em 20/05/2017 - 01:23:12

    Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:15:10

    A parte boa de tudo isso é que agora eles tem muita certeza de que são um casal para sempre! Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:14:34

    Esse último comentário foi meu

  • Postado em 09/01/2017 - 10:09:49

    Que triste ele ir assim! Eu realmente acreditava que ele pudesse se recuperar

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 09:31:19

    Own que lindooos


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