Fanfics Brasil - Nove — O sistema de saúde de Lilaria avança com medicamentos homeopáticos (Parte II) De repente (adaptação)

Fanfic: De repente (adaptação) | Tema: Vondy


Capítulo: Nove — O sistema de saúde de Lilaria avança com medicamentos homeopáticos (Parte II)

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Mais tarde, naquela noite, papai adormeceu na cadeira em frente à televisão. Fui até a cozinha e separei o medicamento que ele precisava tomar à noite e peguei um copo de leite para ele. Quando voltei para a sala, parei e observei-o por um minuto. Ele parecia tão cansado e acabado que senti meu coração doer. Mal havia começado a quimioterapia e eu detestava vê-lo tão vulnerável. Ele era meu pai, deveria ser invencível.


Enquanto eu preparava o medicamento, enxerguei alguma coisa pelo canto do olho. Eu me virei para olhar pela janela da cozinha e fiquei paralisada. Havia um homem com uma câmera do outro lado do vidro. A luz em cima da mesa da cozinha devia estar refletindo nas lentes, porque ele não estava usando flash. Pela maneira como seu dedo se movia sobre o botão no topo da câmera, eu sabia que ele estava tirando fotos.


A raiva subiu até o meu peito enquanto fechava as persianas. Andando devagar para não acordar papai, fui até a sala de estar e fechei as cortinas. Do lado de fora, havia uma mulher tirando fotos do meu pai dormindo na cadeira.


— Saia daqui! — Corri até a janela e fechei à persiana.


— O quê? O que está acontecendo? — Papai tentou sentar-se na cadeira.


— Não é nada. Volte a dormir. — Eu não conseguia esconder a raiva na minha voz. Eles estavam tirando fotos do meu pai! Ele estava doente. Será que eles não tinham princípios morais?


— Parece que não é nada. — Ele se irritou com a alavanca ao lado da cadeira. — Tem alguém lá fora?


— Já resolvi pai. Vou falar com os seguranças. — Peguei meu casaco, abri a porta e acenei para o carro parado na calçada.


— Becca!


O barulho da câmera chamou minha atenção para a lateral da minha casa. A fotógrafa tirava fotos.


— Saia daqui! Isto é uma propriedade particular!


Coloquei a mão no bolso procurando o celular com a intenção de ligar para a polícia.


— Pare onde está! — Becca estava se aproximando pela grama, com passos irritados.


— Vou ligar para a polícia, imbecil! — O outro fotógrafo passou correndo pela casa e entrou em uma van que estava parada no final da rua.


Os policiais disseram que podiam mandar uma viatura, mas que não poderiam ficar na frente da casa a noite toda. Resmunguei frustrada e pedi para que Becca que ficasse ali e não deixasse ninguém incomodar meu pai. Ela fez algumas ligações, depois outro guarda-costas apareceu para ficar ali. Dei milhares de instruções a ele para que entendesse que não deveria deixar ninguém entrar naquela propriedade.


Papai passou uma boa parte do tempo tentando me acalmar, mas aquilo só me deixou mais brava ainda. Ninguém deveria estar tirando fotos do meu pai. Principalmente para vender para jornais ou tabloides. Quando percebi que minha raiva estava deixando meu pai agitado, tentei relaxar. Não havia nenhuma razão para deixá-lo estressado por causa de uma coisa que eu estava resolvendo.


Dei os remédios a ele e ajudei-o a ir para a cama, embora ele tenha tentado me mandar embora. Patricia chegaria bem cedinho e por isso eu não precisava me preocupar com ele no dia seguinte. Ele detestava ter alguém lá todos os dias, mas eu precisava saber que ele estava bem.


Eu não disse nada no carro a caminho de casa. Quando eles me disseram que alguém passaria a noite ali, não argumentei. Duvall parecia entender meu silêncio e conversou com Parker, que estava sentado no sofá. Annie e Poncho já haviam se deitado, por isso a casa estava relativamente silenciosa. Antes de ir dormir, mostrei ao Parker onde era o banheiro e disse a ele para ficar à vontade, para comer alguma coisa.


Abri o computador e procurei pelo especialista sobre quem Christopher havia me enviado informações. O Dr. Bielefeld era da Alemanha, mas atualmente trabalhava na França e em Lilaria, e tinha dupla cidadania. Ele havia sido mencionado em vários periódicos por causa de seu trabalho com métodos holísticos e naturais para tratamento de câncer. Li durante horas, procurando encontrar informações nos artigos sobre a saúde dos pacientes e por quanto tempo conseguiam viver. Enquanto alguns de seus pacientes respondiam bem ao método, outros precisavam de um equilíbrio entre os medicamentos normais com suplementos herbais.


Pelo que pude entender, ele parecia acreditar que cada pessoa necessitava de um programa elaborado para suas necessidades individuais. Aparentemente, ele não via problemas em misturar a medicina ocidental com a abordagem holística, e obviamente tinha um grande entendimento das duas áreas. Todos os depoimentos eram brilhantes e felizes; mesmo as famílias dos pacientes que faleceram pareciam acreditar que ele havia ajudado na qualidade de vida do ente querido.


A certa altura, mudei de assunto. Li todo o material sobre a minha família e sua saída de Lilaria. Antes de irem embora, seus nomes podiam ser encontrados por séculos. Era intimidador ver um esboço de cada antepassado e suas realizações. Havia tanta história que acabei me envolvendo e não percebi o tempo passar. Foi como se eu estivesse lendo um romance histórico. A única diferença é que eu tinha uma relação com estas pessoas.


Por fim, encostei-me na cama e olhei para o relógio. Já passava das três da manhã. Eu me arrastei pelo corredor para chegar ao banheiro. Se eu esperasse até a manhã, provavelmente não tomaria banho. Annie e Poncho demoravam demais no banheiro. Eu me encostei contra a parede de azulejos e deixei a água quente cair sobre as minhas costas. Em menos de dois dias meu mundo havia se virado de cabeça para baixo. Não tinha apenas se transformado ou ficado confuso, tinha virado do avesso completamente. Nada mais fazia sentido. Cada decisão parecia errada. Cada direção para a qual eu olhava me levava para um caminho que eu não tinha certeza se era o certo. Por anos eu havia trabalhado atrás de um objetivo, havia focado aonde queria chegar. Mas agora não parecia ser tão certo. Eu queria saber mais sobre minhas origens. Queria levar meu pai para um lugar onde ele pudesse receber o melhor tratamento possível. Precisava saber se eu estava destinada a fazer parte do conselho de uma rainha ou se isso tudo era apenas um estranho acaso na minha vida.


E então me segurei na única coisa que eu sabia que era verdade. A família vem sempre em primeiro lugar.


 



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Autor(a): unbreakableHels

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:49

    posta mais

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:40

    @dayanerodrigues achei essa fic nos seus favoritos e ameiiii

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:13

    leitora nova e louca querendo mais capitulos

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 12:27:59

    menina amando muito essa historia

  • dayanerodrigues Postado em 05/10/2020 - 14:22:42

    Amei a fic

  • stellabarcelos Postado em 20/05/2017 - 01:23:12

    Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:15:10

    A parte boa de tudo isso é que agora eles tem muita certeza de que são um casal para sempre! Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:14:34

    Esse último comentário foi meu

  • Postado em 09/01/2017 - 10:09:49

    Que triste ele ir assim! Eu realmente acreditava que ele pudesse se recuperar

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 09:31:19

    Own que lindooos


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