Fanfics Brasil - Quatorze — Nada de abóboras! (Parte I) De repente (adaptação)

Fanfic: De repente (adaptação) | Tema: Vondy


Capítulo: Quatorze — Nada de abóboras! (Parte I)

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Nada de abóboras! Cinderela parte para o palácio em uma sofisticada aeronave Gulfstream


— MINNESOTA DAILY


 


As três horas que consegui dormir aumentaram ainda mais o ódio que eu sentia
pelas manhãs. Todas as minhas coisas estavam amontoadas nos carros que esperavam do lado de fora e eu estava pelo quarto procurando por alguma coisa que estivesse me esquecendo.


Minha roupa era bonita, ainda que casual — eu usava calças jeans, botas e uma camisa confortável com um cachecol grosso —, pois eu sabia que a imprensa estaria a postos para tirar fotos. Annie estava em pé ao lado da porta segurando meu novo casaco preto e com os olhos um pouco embaçados. Lágrimas àquela hora da manhã me assustavam.


— Estou com o seu casaco. — Annie fungou e eu olhei para ela com os olhos arregalados.


— Ah, não.


— Você vai precisar dele. - olhei para ver como estava o tempo e estava nevando do lado de fora. Ela fungou de novo. — Você não vai querer ficar doente bem quando chegar lá.


— Annie, não faça isso. - sacudi a cabeça, paralisada no lugar.


— Eu sei que você não gosta de despedidas, por isso só vou te dar isso e então vou voltar para o meu quarto. - Fungada. Soluço.


— Ah, espera, assim você acaba comigo. — Senti a pele em volta de meus olhos se apertar e pisquei rapidamente.


— Vou sentir sua falta. — Ela empurrou o casaco para mim.


— Você vai vir me ver neste verão, não é? - eu não peguei o casaco. — Isso não é um adeus.


— Mas vou sentir falta da sua cara mal-humorada de manhã e de você conferindo a louça que eu lavei. - ela fez um beicinho.


— Poncho também fica mal-humorado de manhã, você vai ficar bem.


— Não fico, não - resmungou ele.


— Certo. Nem um pouco mal-humorado. - Sacudi a cabeça. Annie desistiu de esperar que eu pegasse o casaco e abraçou-me assim mesmo. Eu a abracei de volta, sabendo que levaria um bom tempo para vê-la de novo. Ninguém mais me entenderia da maneira como Annie me entendia. Eu a apertei com um pouco mais de força e então a soltei. — Vou mandar uma lembrancinha para você. Talvez um daqueles anõezinhos fazendo cocô na grama.


Abracei Poncho também e ele virou-se rapidamente e saiu andando. As vans das emissoras de TV que não haviam me deixado em paz nos últimos dias ainda estavam ali, os jornalistas estavam em pé na calçada, com câmeras e microfones.


— Dul! Dul! Você está animada em ir para Lilaria pela primeira vez?


— Vai morar em Lilaria?


— Você e o Príncipe Christopher têm alguma coisa?


— Dulce! Como se sente sendo uma duquesa americana?


Não consegui conter minha risada quando ouvi o último comentário e olhei para o jornalista.


— Duquesa americana?


— Nossa própria realeza! O que você acha? - ele parecia eufórico por eu ter achado seu comentário engraçado.


— Eu sou uma aluna de pós-graduação.


Balancei a cabeça e fui andando até a porta do carro. Era estranho o fato de eu já ter me acostumado a ter um motorista. Apesar de minha caminhonete estar caindo aos pedaços, sentia falta dela. Poncho e Annie iriam usar a caminhonete para levar o restante das minhas coisas para a casa de meu pai, e então a deixariam por lá.


A viagem até o aeroporto foi surreal. Passamos por alguns lugares que fizeram parte da minha vida nos últimos dez anos, construções que eu parecia conhecer desde sempre. Vans cheias de repórteres e câmeras nos seguiram a uma distância aceitável, felizmente. Eu detestaria que eles fotografassem as lágrimas que escorriam de meu rosto. Duvall estava comigo e eu estava começando a me perguntar por que eu estava sendo protegida pelo chefe dos seguranças. Felizmente, ele não tinha tido dito nada sobre o meu choro, apenas entregou me um lenço de papel e voltou a virar para frente. Enquanto nos aproximávamos do aeroporto, conferi minhas malas de novo para ter certeza de que trazia tudo o que precisava.


Não tinha porquê eu fazer aquilo, pois já havia conferido tudo umas vinte vezes, ainda em casa. Consegui parar de chorar e então me endireitei no banco e limpei o rosto para que não sobrassem resquícios da minha choradeira.


Quando paramos no desembarque, havia uma grande área bloqueada pela polícia. Christopher estava em pé na calçada, sorrindo e conversando com algumas pessoas que usavam identificação da imprensa. Fiquei me perguntando como ele podia parecer tão desencanado com pessoas que não teriam nenhum pudor em postar fotos embaraçosas dele. Quando Duvall desceu do banco da frente, Christopher pediu licença e veio até o carro. Coloquei um sorriso no rosto e deixei que ele me ajudasse a descer.


— Pronta?


Seus olhos analisaram meu rosto e fiquei imaginando o que ele estava vendo ali. Eu era uma bola gigante de emoções e nem eu mesma sabia qual era o sentimento mais forte naquele momento. Tristeza, definitivamente, mas havia também uma ponta de excitação e, para ser sincera, eu estava feliz em ver Christopher.


— Acho que sim.


Respirei fundo e coloquei minha mochila no ombro. Ele sorriu para mim, mas eu via um pouco de culpa em seus olhos.


— Nada é tão bom ou ruim quanto você pensa que será. Lilaria é só um lugar. Suas atitudes é que vão fazer a diferença.


Ele falava baixinho, por isso eu sabia que ninguém mais deveria ouvir o que falávamos a não ser Duvall, que não havia saído do meu lado. Becca também estava por perto, mas ela havia dado um pouco de espaço para Christopher ao perceber que ele queria falar alguma coisa em particular. Balancei a cabeça para que ele soubesse que eu escutava o que ele dizia. Ele estava certo: eu poderia fazer com que isso fosse bom ou ruim, só dependia de mim.


— Madame, posso ficar com a sua mochila? Providencio para que ela esteja no avião antes de partirmos - disse Becca baixinho.


Entreguei a mochila a ela, sentindo-me nua sem ter nada nas mãos. Christopher usava um terno e de repente me senti malvestida usando calças jeans e botas. Pelo menos eu estaria confortável durante o voo. Franzi a testa e torci para não estar quebrando nenhum protocolo ao não usar um vestido. Tudo bem, eu não iria usar vestido só para agradá-los, mas podia, pelo menos, estar usando calças melhores.


— Sorria pelo menos um pouco, pode ser? - Christopher deu um largo sorriso para me mostrar o quanto eu deveria sorrir e caí na risada. Eu podia ver todos os seus dentes.


— Entendi.


— Essa é a minha garota.


Fiquei sem ar ao ouvir suas palavras, e ele parecia ter percebido isso, pois sorriu ainda mais.
— Dulce! Dulce.


— Dul! Aqui!


— Você está animada?


A última pergunta me fez parar e eu me virei e sorri para as câmeras. Ainda era cedo e eu havia tomado apenas uma xícara de café antes de sair de casa, mas já era a hora de dizer alguma coisa para a imprensa. Principalmente por estar indo embora. Eu podia não gostar de estar nos noticiários, mas adorava minha casa e uma despedida parecia apropriada.


— Detesto ir embora de Minnesota, mas estou ansiosa para conhecer minha terra natal. - dei um largo sorriso e deixei que tirassem algumas fotos. Não era bem uma despedida, mas eu esperava que aquilo funcionasse. — Tomara que lá não esteja tão frio.


Meu último pronunciamento gerou algumas risadas e acenei rapidamente antes de entrar pelas portas automáticas do aeroporto. Christopher caminhou ao meu lado, sem me tocar, mas perto o suficiente para que eu não me sentisse sozinha.


— Muito bem. - ele piscou para mim. — Você já está incorporando o papel.


Rose estava falando com alguns funcionários e deixei que me levassem até ela.


— Obrigada. Isso vai ser ótimo.


Rose sorriu graciosamente e observei a maneira como ela lidava com as pessoas, tentando guardar mentalmente a maneira como ela falava com eles. Sempre amigável, mas com um pouco de distanciamento, provavelmente para evitar que ultrapassassem seus limites.


— Agradecemos o que fizeram por nós.


— Foi um prazer, madame. - o funcionário do aeroporto sorriu para ela antes de virar-se para Christopher e para mim.


— Bom dia, Alteza. Duquesa.


— Bom dia. - Christopher apertou a mão do homem.


— Bom dia.


Eu ainda estava tentando descobrir o quanto aquele dia seria bom. Deixei que ele apertasse minha mão e tentei esconder meu nervosismo.


— Dulce, você já viajou em um jato particular?


Rose aproximou-se e beijou minhas bochechas para me cumprimentar. Ela passou o braço em volta do meu e me levou para outro terminal.


— Viajei em um Cessna uma vez, quando fui para a América do Sul. Isso conta? Não é exatamente um jato, mas era particular.


— Ah, você vai gostar. Temos um Gulfstream. Os assentos são confortáveis e é bem melhor voar neles do que naquelas grandes aeronaves.


Ela deu um tapinha no meu braço, seus dedos me apertando delicadamente, e eu sabia que estava tentando me tranquilizar. Rose sabia fazer com que me sentisse bem, e não queria que ela pensasse que eu estava triste, por isso sorri para ela com entusiasmo. Talvez com entusiasmo demais, pois ouvi Christopher gemer.


Os guardas nem nos pararam. Não passamos por detectores de metal, eles simplesmente soltaram a corda e nos deram passagem. Sorri para os homens e mulheres que nos deixavam passar. Funcionários do aeroporto olhavam das lojas, o pessoal da limpeza havia deixado os carrinhos no corredor. Ao final do corredor, fomos levados para a pista. O avião branco perolado brilhava lindamente à luz do amanhecer. Uma longa linha azul e verde percorria todo o avião, combinando com a bandeira pendurada na janela da cabine. Um tapete azul ligava a saída até a entrada do jato. Uma fila de fuzileiros navais parados ao longo do tapete nos saudava. Havia também algumas pessoas da imprensa, mas fiquei mais chocada em ver os militares. Olhei para Christopher e a confusão em meus olhos era óbvia.


— É costume quando um membro de uma família real visita um país ter o serviço militar como guarda de honra.


Christopher abaixou a cabeça para que eu pudesse ouvi-lo, apesar do barulho do vento.


— Acredito que eles também estejam mostrando o apoio deles a você. O governador ficou bastante tocado com a sua história e animado por você ser do estado dele.


— Ah, uau!


Eu sorri para os homens e mulheres enfileirados no tapete. Eles haviam acordado num horário indecente apenas para ficar em pé, no frio, esperando que passássemos por eles. Agradeci enquanto passava por eles, mesmo sabendo que eles não poderiam responder, pois estavam a serviço.




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Autor(a): unbreakableHels

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 90



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  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:49

    posta mais

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:40

    @dayanerodrigues achei essa fic nos seus favoritos e ameiiii

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:13

    leitora nova e louca querendo mais capitulos

  • taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 12:27:59

    menina amando muito essa historia

  • dayanerodrigues Postado em 05/10/2020 - 14:22:42

    Amei a fic

  • stellabarcelos Postado em 20/05/2017 - 01:23:12

    Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:15:10

    A parte boa de tudo isso é que agora eles tem muita certeza de que são um casal para sempre! Lindos

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:14:34

    Esse último comentário foi meu

  • Postado em 09/01/2017 - 10:09:49

    Que triste ele ir assim! Eu realmente acreditava que ele pudesse se recuperar

  • stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 09:31:19

    Own que lindooos


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