Fanfic: De repente (adaptação) | Tema: Vondy
Jantar romântico ou encontro entre amigos?
— LISA TALKS
Quando estava anoitecendo, Christian começou a me apressar. Revirei os olhos para ele.
— Você quer que eu compre pijamas ou não? Tem um bilhão deles para escolher.
— Sim. Eu me ajoelhei hoje pela manhã e rezei pedindo para que se livrasse daqueles pijamas horrorosos, mas estamos ficando sem tempo, senhora. - ele deu um tapinha no relógio. — O Príncipe Christopher e a Princesa Maite estão esperando por você, por isso, escolha qualquer coisa.
— Tudo bem, tudo bem. - peguei várias cores diferentes de um modelo que estava apreciando e entreguei para a vendedora. — E pare de me chamar de senhora. Você é mais velho do que eu o que? Dois anos? Me chame apenas de Dul.
— Dul? - ele mexeu o nariz para mim. — Eu não sei.
— Por que não?
— É que Dul não parece ser o nome de uma duquesa. - ele olhou para o meu rosto e tentou voltar atrás. — Não que tenha algo errado com Dul. Que tal Dulce?
— Tudo bem. - encolhi os ombros. — Qualquer coisa é melhor do que senhora.
— Bom, apenas quando estivermos sozinhos, claro. Seria extremamente inapropriado eu chamá-la assim em público. - cerrei os dentes.
— Tudo bem.
— Não é tão ruim assim. - ele deu um tapinha em meu braço.
Os funcionários não haviam piscado os olhos desde que entrei pela porta, mas isso fazia com que eu me sentisse estranha comprando uma camisola. E se eu acabasse nos noticiários? O número de câmeras e carros de reportagem diminuiu enquanto fazíamos as compras, mas assim que saí da loja encontrei uma multidão de pessoas gritando meu nome. Christian colocou um braço em volta de mim enquanto Becca abria caminho para chegarmos até o carro. Achei que estávamos livres quando o carro começou a andar, mas os carros nos cercaram quase imediatamente.
— O que eles estão fazendo? - eu me inclinei para olhar pela janela. — Isso é perigoso! – gritei quando um carro desviou de nós. Nosso motorista pisou nos freios e derrapou, quase atingindo o meio-fio.
— Sente-se, Dulce. - Christian se movimentou para ver se eu estava com cinto de segurança.
— Isso é lou…
Uma van azul-claro bateu na traseira de nosso carro, fazendo com que eu fechasse a boca. Começou a escorrer sangue da minha boca, pois eu havia mordido a língua. Cobri os lábios com a mão e olhei ao redor freneticamente. Flashes de câmeras me cegaram enquanto eu tentava ver o que estava acontecendo. Uma motocicleta parou na frente do nosso carro e a pessoa que estava na garupa tirava fotos pelo vidro.
— Você está bem? - Becca virou-se em seu banco.
— Sim. - balancei a cabeça e tentei controlar a náusea que subia de meu estômago. A adrenalina e a raiva circulavam pelo meu corpo. Fechei as mãos e encarei as pessoas que estavam do lado de fora da janela ainda ocupadas tirando fotos.
— Você pode nos tirar daqui? - perguntou Christian.
— Assim que tiver espaço. - o motorista não tirou as mãos do volante.
— Devemos chamar a polícia? - olhei para Becca e depois para Christian.
— É melhor tirarmos você daqui logo. - Becca sacudiu a cabeça.
A maçaneta da porta fez um barulho alto quando alguém tentou abri-la. Eu me virei para ver se ela estava fechada e quase suspirei aliviada quando percebi que certamente estava fechada. O motorista tirou o pé do freio e começou a andar para frente. Observei enquanto ele empurrava a moto com o para-choque dianteiro e quase aplaudi quando o motociclista se afastou de nós.
Nosso carro começou a andar e tive vontade de comemorar, mas ainda estava enjoada. Eu não conseguia pensar no fato de que alguém havia batido no carro só para tirar uma foto minha.
— As coisas vão se acalmar, Dulce. Eles só não sabem o que fazer com você. - Christian bateu no meu braço.
— Você está falando sério? Ele podiam ter nos machucado! Eles nos machucaram! Eu mordi a merda da minha língua. - levantei a mão. — Tudo isso para tirar uma foto minha? Foto minha? Por quê?
— Você é uma pessoa interessante e eles ganham mais dinheiro vendendo fotos de pessoas interessantes. — Christian franziu os lábios.
— Eu não sou interessante. Sou uma pessoa como todas as outras. Escovo os dentes, uso o banheiro e tomo banho como todo mundo.
— E acabou de descobrir que é a duquesa de um grande estado, de um país estrangeiro. - ele franziu a testa. — Eu entendo o que está dizendo, e eles não deveriam se comportar da maneira como se comportam, mas é porque você é, sim, interessante. Eventualmente, as coisas vão se acalmar.
— Por favor, não diga eventualmente. - sacudi a cabeça. — Todos dizem que uma hora as coisas vão se acalmar, mas na verdade parece que estão piorando.
— Eu sei. - ele franziu a testa e olhou pela janela enquanto nos aproximávamos dos portões do palácio.
Eu e minhas sacolas fomos deixadas na entrada principal enquanto Christian basicamente me empurrou para dentro do palácio. E por mim, tudo bem. Eu não queria ficar mais nem um segundo dentro daquele carro.
Maite e Christopher estavam conversando perto da entrada de uma sala. Os dois estavam usando jeans e eu me senti vestida de maneira exagerada. Esta era a primeira vez em que via Christopher usando jeans e precisava admitir que aquela era a minha visão favorita dele. Seu olhar preocupado encontrou meus olhos imediatamente.
— Você está bem? - ele deu um passo até mim e parou.
— Sim. Estou bem. - passei a mão no cabelo depois soltei quando percebi que tremia. — Foi bem maluco.
— Ouvimos os seguranças falando sobre o que aconteceu. Deve ter sido assustador. - Maite sacudiu a cabeça. — Sinto muito por eles estarem perseguindo você dessa maneira.
— Talvez quando descobrirem o quanto sou chata, eles me deixem em paz. - tentei fazer uma piada, mas saiu mais parecido com uma esperança.
— Tenho certeza de que as coisas vão se acalmar.
Os dedos de Christopher abriram e fecharam próximos às suas pernas. Ele parecia impaciente. Na verdade, parecia tão abalado quanto eu.
— Você foi às compras e não me levou! - Maite olhou para as sacolas que alguém carregava. - fiquei feliz por mudarmos o assunto. Eu não queria pensar no que acabara de acontecer.
— Foi culpa do Chris. Ele me obrigou. - apontei para o meu assessor, que revirou os olhos para mim.
— Acredite em mim, ainda vamos precisar comprar muitas outras coisas. - ele levantou as sacolas. — Vou guardar isto, Dulce. Aproveite a noite com esses dois. - ele levantou a mão na direção de Christopher e Maite. Meu coração parou de bater. Eu quase tinha me esquecido de que teria que voltar para aquela confusão. — Não deixe que eles criem confusão, e pode me chamar se precisar de mim quando voltar. - ele piscou para mim quando se virou e os outros não conseguiram ver.
— Obrigada, Christian.
— Não precisamos sair. - Christopher me observava com cuidado, uma pequena contração no queixo. Pensei um pouco no assunto. Eu não queria sair. Queria me aconchegar em um lugar, ficar em silêncio e me esconder. Mas também não queria parar de viver simplesmente porque algumas pessoas malucas queriam tirar fotos minhas.
— Posso pedir mais seguranças - sugeriu May. — Se você quiser. Ou podemos deixar para outro dia.
— Não. Vamos. - fiquei feliz por meu tom de voz sair tão seguro, porque o resto de mim não estava. — Posso só me trocar rapidinho? Estes sapatos estão me matando. - meus pés gritavam de agonia. Eu jogaria aqueles sapatos no lixo se não soubesse quanto haviam custado.
— Claro. — Christopher encostou-se na parede e enfiou as mãos no casaco.
— Vou ser rápida. — eu me apressei pelo corredor na direção do quarto, e então parei e olhei para os lados, confusa. Olhei para trás e Maite estava sorrindo. Christopher apontou para a direita, e eu balancei a cabeça e segui pelo corredor. Christian estava em pé na porta do meu quarto e segurava um dos meus novos suéteres.
— Tenha cuidado hoje à noite.
— Terei. - joguei um beijo para ele enquanto pegava a blusa da sua mão e entrava no quarto. Eu me troquei rapidamente, soltando o cabelo e pegando meu cachecol. Guardei os documentos no bolso e fui encontrar com os dois.
Durante todo o caminho de volta até eles fui dizendo mentalmente: eu consigo. Eu vou me divertir. Eu consigo. Eu vou me divertir. Não queria que a imprensa me impedisse de conhecer o meu novo país. Quando cheguei lá, meu estômago roncava e Maite riu.
— Acho que alguém precisa jantar.
— Não comi nada desde o meio-dia. - estremeci.
— Vamos resolver isso. Você tem alguma preferência? - Christopher abriu a porta para nós e eu sacudi a cabeça. Percebi que havia um segundo carro atrás de nós, com vários guarda-costas.
— Eu comeria até um sanduíche de pasta de amendoim.
— Podemos encontrar coisa melhor - disse Maite enquanto subíamos no carro.
— No que pensou, May? - Christopher sentou-se ao meu lado, com os joelhos encostados nos meus.
— Que tal aquele lugarzinho que você gosta no South District? - May colocou a mão no estômago. — Aquele com todos aqueles hambúrgueres gordurosos.
— Eu não sei. Acabei de voltar dos Estados Unidos e não sei se vai me cair bem. Por que não comemos alguma coisa típica daqui? - Christopher virou-se para mim.
— Parece uma boa ideia.
May falou o nome de um restaurante para o motorista e saímos em direção à cidade. Os jornalistas começaram a nos seguir assim que saímos pelos portões do palácio. May sacudiu a cabeça, mas pude perceber o quanto Christopher estava tenso perto de mim.
— Qual é o problema aqui? Só estamos saindo para jantar. - franzi a testa. Talvez devêssemos ter ficado no palácio. Devíamos ter pedido uma pizza ou algo parecido.
— Eles querem uma foto embaraçosa. - Christopher suspirou. — É assim que eles ganham a vida.
— Uma foto nossa com o rosto sujo de catchup? - eu estava tentando aliviar um pouco a tensão que tomava conta do carro.
— Foto nossa saindo bêbados de um bar. - Maite sacudiu a cabeça. — Coisa que nunca faríamos.
— Acontece. - Christopher franziu a testa para ela. — Kyle é sempre fotografado agindo como um bobo nas boates.
— O Kyle só gosta de se divertir. - May olhou pela janela. — Olha, Dulce! Lá está o monumento Saviñon!
— Sério? - Olhei surpresa pela janela.
— Sim. Sua família lutou em uma invasão que aconteceu ao norte e deu à capital tempo suficiente para juntar suas tropas. - Christopher olhou pela janela junto comigo enquanto passávamos pela grande escultura. Um homem em cima de um cavalo levantava uma espada.
— Nossa. - senti orgulho em meu peito. Minha família havia enfrentado invasores.
— Logo ali fica a biblioteca de Lilaria. Há algumas pinturas de algumas das famílias mais antigas lá dentro. Você deveria visitar quando tiver tempo. - May estava se mostrando uma excelente guia. — Ah! E aquela é a Sverelle Bridge. A família de nossa mãe é responsável por ela estar ali. É uma das poucas que sobreviveu à ocupação nazista.
— Uau! - e eu realmente queria dizer… Uau! Havia bastante orgulho em seu tom de voz pelo trabalho de sua família e de seu país, e eu entendia aquilo. Aquela era a casa deles e eles podiam literalmente traçar rastros de seus antepassados seguindo os monumentos e lugares históricos. Aquilo dava vida à história, dava um rosto a ela.
Autor(a): unbreakableHels
Este autor(a) escreve mais 2 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Paramos em um pequeno restaurante familiar que ficava entre dois prédios. Dava para ouvir através da porta uma música tocando baixinho e pude sentir o cheiro de comida assim que Duvall abriu a porta do carro. A imprensa apareceu imediatamente atrás de nós e senti os pelos de meu pescoço se levantarem. Eu estava tentando me ac ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 90
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:49
posta mais
-
taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:40
@dayanerodrigues achei essa fic nos seus favoritos e ameiiii
-
taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 13:17:13
leitora nova e louca querendo mais capitulos
-
taianetcn1992 Postado em 27/10/2020 - 12:27:59
menina amando muito essa historia
-
dayanerodrigues Postado em 05/10/2020 - 14:22:42
Amei a fic
-
stellabarcelos Postado em 20/05/2017 - 01:23:12
Lindos
-
stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:15:10
A parte boa de tudo isso é que agora eles tem muita certeza de que são um casal para sempre! Lindos
-
stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 10:14:34
Esse último comentário foi meu
-
Postado em 09/01/2017 - 10:09:49
Que triste ele ir assim! Eu realmente acreditava que ele pudesse se recuperar
-
stellabarcelos Postado em 09/01/2017 - 09:31:19
Own que lindooos