Fanfic: Prazer Sob Controle ♡ AyA (Adaptada) | Tema: Anahí e Alfonso

Avançou pela sala. O vidro de tubos e provetas quebrados estalava sob seus pés, e aqui e lá havia pequenos atoleiros, os restos de tantas provas. Anahí fez o possível para não pisá-los. Ficou de joelhos e procurou entre o montão de papéis molhados. Se o que os ladrões procuravam eram os arquivos em que detalhava a composição química do inibidor, erraram de lugar. Felizmente, aquela informação estava guardada a boa distância em seu apartamento. A salvo de intrusos, com um cadeado e sob chave.

Alfonso se agachou junto a ela. Passou os dedos pelo cabelo e sacudiu a cabeça, claramente aborrecido.

-- Que desastre. -- Sua voz era calma, mas sua raiva, evidente.

Anahí o olhou de esguelha. No canto de seus olhos verdes se formaram pequenas rugas de preocupação e sua boca parecia emoldurada por profundas linhas de tensão.

-- Crê que isto foi fortuito? -- Estava ansiosa por ouvir sua opinião.

O rosto de Alfonso evidenciava a incerteza. Apertou os dentes e os músculos de sua mandíbula se esticaram. Certamente também suspeitava que aquilo fosse obra de gente da AdTech. Quando estava a ponto de perguntar abertamente, ele a cortou com uma resposta. Às vezes a surpreendia que pudesse ler sua mente com tanta facilidade.

-- Não tenho nem a mais remota dúvida de que isto foi feito por alguém da AdTech. Só esses caras seriam capazes de fazer algo assim. -- A ternura que Anahí adivinhava em seus olhos tinha desaparecido por completo, substituída pela frustração e a ira.

Voltou-se para ela e arqueou uma sobrancelha.

-- Anahí...

Sabia o que perguntaria e se apressou a apaziguar seus medos.

-- Os arquivos estão a salvo. -- Suspirou aliviado.

-- O que faria sem você?

--Talvez devessem dar uma olhada aqui -- disse a voz do detetive do outro lado da pequena sala.

Ambos se voltaram e o localizaram junto à geladeira aberta. O homem coçou a enorme pança e jogou uma olhada dentro, como se esperasse encontrar mais donuts ali.

Alfonso ficou em pé e puxou o braço de Anahí para que também se levantasse.

-- Quebraram esta fechadura. Veem algo estranho aqui dentro? -- perguntou o detetive.

Anahí cruzou a sala, inclinou-se junto ao oficial e examinou as provetas atentamente. Levou as mãos às têmporas e começou às massagear. Até que não analisasse os componentes de cada um dos tubos, não teria a certeza.

-- Não estou segura. Necessito um pouco de tempo para averiguá-lo. Tenho que analisar o conteúdo destas provetas.

O detetive entregou um cartão com seu nome.

-- Quando tiver terminado me chame neste número.

Anahí olhou o cartão. Detetive Gorducho, também conhecido como detetive Doyle. Guardou o pequeno retângulo de cartolina no bolso traseiro dos jeans. De repente um som junto à porta do laboratório chamou sua atenção. Deu a volta e viu Erin, sua assistente, com os olhos abertos como pratos.

-- Anahí, o que aconteceu? Recebi uma chamada do Gerard me dizendo que passasse em seguida pelo laboratório. -- Cruzou rapidamente a sala para lhe dar um caloroso abraço.

Permaneceram abraçados durante uns segundos. Depois Erin se retirou e a olhou de cima abaixo. Seu olhar posou primeiro nela e em seguida em Alfonso, para voltar finalmente para a Anahí.

-- Estão bem? Está vermelha.

Vá se estava vermelha, mas não precisamente pelo arrombamento.

-- Alfonso e eu estamos bem. Não estávamos aqui quando aconteceu -- explicou. Percorreu com um gesto da mão o resto do laboratório e acrescentou -- Que desastre!

Erin moveu a cabeça para olhar ao seu redor e seu rabo de cavalo cor avelã se agitou no ar.

-- O que posso fazer para ajudar?

-- Tenho que analisar os conteúdos destas provetas para determinar se foram alteradas. Poderia me dar uma mão.

-- Em seguida verei isso -- respondeu seu assistente, movendo o rabo de cavalo como se fosse a cauda de um cachorrinho.

Alfonso apareceu atrás da Anahí e acariciou seu braço com ternura. Em um segundo, todo seu corpo se arrepiou. Com um movimento da cabeça, ele assinalou a jaula de metal junto à janela, onde guardavam os dois ratos de laboratório que utilizavam em seus experimentos.