Fanfic: Prazer Sob Controle ♡ AyA (Adaptada) | Tema: Anahí e Alfonso

-- Quantos anos tem? Doze?

Erin riu e estirou as pernas.

-- Atenção, chefe, tristão às duas em ponto.

Anahí levantou a vista e viu Max Baker avançando em sua direção. Estava ajustando os óculos enquanto passava a mão por seus macios cachos dourados, que sempre a faziam pensar em uma juba de leão.

-- Seja boa, Erin -- advertiu Anahí a sua amiga -- Não deveria pôr apelido às pessoas.

Antes que Max chegasse onde elas estavam, o diretor bloqueou seu passo e começou a falar com ele. Pela expressão do rosto de Juan, aquela parecia ser uma conversa importante.

Erin encolheu de ombros.

-- Não é culpa minha que esse menino se comporte como um autêntico tristão -- ficou calada um instante, algo extremamente estranho nela, e logo acrescentou, como se tivesse ocorrido nesse mesmo momento -- E seu fôlego cheira como se acabasse de sair de um ataúde. -- Levantou as mãos ao céu. --

E por que demônios não corta esses cabelos? Parece um desses bonecos aos que, quando os rega, sai erva da cabeça.

Anahí dissimulou uma gargalhada.

-- Erin, cala-se! Ele vai ouvir -- Esticou um braço e lhe deu um soco na coxa. A garota se limitou a sacudir a cabeça, consternada.

-- Certo, retiro-o.

-- O que retira?

Sua amiga suspirou claramente resignada.

-- Tinha razão, é um ímã de insetos estranhos.

Os lábios de Anahí se contraíram até converter-se em uma fina linha rosada.

-- Sabe que odeio te dizer "te disse". -- Deixou a bolsa de gelo de lado e agarrou seu copo.

-- Estou segura de que todos seus amigos imaginários também estão louquinhos por seus ossos -- sussurrou Erin, inclinando-se para sua amiga.

Esta vez Anahí foi incapaz de dissimular uma sonora gargalhada. Entretanto, o sorriso desapareceu rapidamente de seu rosto ao ver como uma das piranhas saía da piscina e se dirigia a Alfonso, que estava junto a churrasqueira. A expressão daquela mulher era mais falsa que uma nota de três reais. Anahí se sentiu como se alguém acabasse de lhe dar uma patada na boca do estômago. Aquela mulher, aquela piranha, não afastava os olhos de Alfonso, provocando-o, retorcendo o cabelo com as mãos e deixando que a água escorresse entre seus peitos. Anahí teria preferido não olhar, mas aquela piranha a tinha intrigado.

Santo Deus parecia ser capaz de deixar um osso limpo de carne em somente uns segundos. Ainda não tinha nascido o homem que pudesse sobreviver ao ataque de uma devoradora de homens de semelhante índole.

Alfonso, entretanto, não parecia estar disposto a cair em suas garras. Retrocedeu um passo. Tão somente foram uns centímetros, mas resultou suficiente para que pudesse recuperar seu espaço vital, e Anahí sentiu prazer e surpresa em partes iguais.

Finalmente, afastou o olhar da cena e sussurrou em voz baixa:

-- Maldita piranha.

Não tinha direito de estar ciumenta, e sabia. Eram companheiros de laboratório, nada mais. Sabia no que estava se metendo quando aceitou tomar parte daquele projeto. O acontecimento da noite anterior não tinha sido mais que um experimento, e eles não eram dois amantes trocando intimidades. Limpou umas gotas de suor da testa com o dorso da mão.

-- Tenho que me trocar. -- Sua voz soou mais áspera que o habitual.

Pôs os pés no chão e se levantou. Erin lhe fez um gesto com a cabeça para advertir que Max avançava de novo entre a multidão para elas.

-- Será melhor que corra antes que Max te apanhe, ou do contrário nunca se desfará dele. Parece-me, pela expressão de sua cara, que a próxima vez que te peça um encontro não vai aceitar um não por resposta.

Anahí assentiu e olhou de novo em direção a Alfonso, enquanto recolhia sua mochila.

A piranha espreitava cada vez mais perto e parecia pronta para afundar seus dentes nele.

Erin ficou de pé e levou as mãos à cintura.

-- Essa piranha está tentando caçar ao seu namorado?

-- Repito que não é meu namorado -- retificou Anahí de novo.

A jovem a ignorou por completo. Arqueou uma sobrancelha e em seus lábios floresceu um sorriso malicioso.

-- Já sabe que só existe um lugar ideal para as piranhas.

Anahí abriu os olhos de par em par.

-- Não seria capaz.

-- Você acha? -- Inclinou a cabeça e uma faísca iluminou seus olhos escuros. -- Já o veremos.