Fanfics Brasil - Capitulo Único - Bons Sonhos Sweet Dreams

Fanfic: Sweet Dreams | Tema: Original


Capítulo: Capitulo Único - Bons Sonhos

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A vida em minha volta sempre me parecia muito triste, acho que até porque, eu também era.


Sempre me sinto estranha no meio de todas essas pessoas que sempre vejo todos os dias de minha medíocre vida, me tratando como um zé-ninguém, uma sombra...


Caminhava lentamente pelas ruas de Londres, olhando pessoas passando por mim, felizes, crianças brincavam sem se importarem com o dia de amanham, casais apaixonados, se declarando um ao outro, empresários, banqueiros, alta sociedade, todos passando sem me perceberem, e eu apenas suspirava tristemente, enquanto voltava para minha casa.


Minha humilde residência, onde era um local de brigas e desavenças entre meus pais, e hoje, não era diferente, ao pisar na sala, já podia ouvir meus pais discutindo sobre coisas fúteis, e trocando palavras ofensivas, e passo por eles, sem dar nem um “boa noite”, e adentro meu quarto, e jogo a mochila em um canto qualquer e me dirijo a minha cama e lá eu fico a noite toda, apenas pensando sobre coisas banais, que acontecia com muita frequência, até eu adormecer, e eu acabo viajando para um mundo frio, e escuro, e me sento em um canto e começo a desabar em lagrimas, que segurei o dia inteiro para derrama-las.


- Por que minha vida é assim? – digo entre soluços.


Em meio a meus lamentos sinto alguém se aproximando de mim, e afaga meus cabelos, e olho para cima para descobrir quem fora.


-Olá. – me deparo com um garoto, na mesma faixa de idade que a minha, tinha uma estatura mediana, mas ao me levantar podia ver que ela era um pouco mais alto que eu, tinha uma pele clara, seus cabelos cor de mel, levemente bagunçados, olhos castanhos claros, tinha um sorriso encantador, que mostrava suas covinhas, e se trajava de um jeito formal, com uma blusa social totalmente branca, calças social preta, suspensórios da mesma cor, e sapatos pretos, seu olhar se dirigia totalmente a mim, que acabo ficando ruborizada.


-O... O... O... – fico enrolada, tentando encontrar as palavras que me faltavam.


- Por que estás sozinha nessa escuridão? – pergunta o rapaz a minha frente, com sua voz rouca, e sexy.


- M-minha v-vida sempre foi a-assim – gaguejo, meio envergonhada – Ninguém, nunca fica ao meu lado, nem minha própria família.


- Posso ter a honra de ficar ao seu lado? – pergunta o belo rapaz me estendendo sua mão e a pego meio receosa, e a escuridão a nossa volta se transforma num lindo jardim, com as mais belas e exóticas flores, e um lindo lago a na minha frente, e fico impressionada com tamanha beleza, que até fico muda, e deixo que ele me guie por entre elas, eu fico tão encantada com tantas cores e sons alegres que minha tristeza se esvaíra por completo.


Nunca me senti desse jeito, uma pequena alegria toma conta de mim, e ao olhar para aquele belo rapaz a minha frente, me dava uma paz que nunca senti em toda a minha medíocre vida, e tudo se passava lentamente, e no final disso tudo, e me acompanha por entre as flores até uma porta de madeira rustica, com um lindo desenho de flor de lótus, e nós dois paramos.


- E é assim que nós despedimos, bela dama – responde o garoto, pegando em minha mão e depositando um beijo nela.


Caminho até a porta e toco na maçaneta, e antes de adentrar a escuridão do outro lado, olho novamente para trás, e ele acena.


Em poucos minutos eu acordo em minha cama, tudo ainda estava meio escuro, e percebo que eu havia acordado um pouco antes de meu horário habitual, então encaro o teto de meu quarto, pensativa.


Meu dia novamente se repete, só que dessa vez, eu andava mais avoada do que antes, sempre pensando no jovem rapaz de cabelos cor de mel, de meus sonhos, ouvia pessoas me caçoando e ou fazendo piadas de mau gosto contra minha pessoa, mas não dava à mínima. Caminhava nas mesma ruas que todos os dias, pensando no misterioso rapaz que nem se sequer perguntei por seu nome, e quando chego a minha casa caminho até meu quarto e me deito de qualquer jeito, esperando que acontecesse novamente.


Minutos depois eu encaro uma porta, mas não uma porta qualquer, mas a mesma que adentrar em meu sonho passado, e com muita ansiedade eu a abro, e dou de cara com o mesmo jardim, as mesma flores, e não evito sorrir.


- Estava a sua espera, bela dama – me viro na direção da voz e vejo o garoto, sentado na grama macia, com um violão, tocando um lindo acorde – Sua roupa está muito bonita.


Vou até o lago e olho para meu próprio reflexo e tomo um pequeno susto. Meus cabelos ruivos estavam em num coque perfeitamente feito, uma maquiagem leve, e lindo vestido de alças e que ia até altura dos joelhos, branco, e usava sapatilhas da mesma cor. Não acreditava que essa pessoa era eu. Sinto algo se aproximando e me viro.


- Por está tão assustada, bela dama?


- Não estou assustada, e só que... E a primeira vez que me vejo tão... Bonita – digo.


- Você é bonita. Não importa o que vista – diz passando uma de suas mão em volta de minha cintura e com a outra livre, pega uma de minhas mãos, me puxando para uma dança lenta, no meio daquele lindo bosque, sem musica alguma ao fundo, apenas inventando nossos passos, que estavam em um grande harmonia.


Ao está tão próxima dele, sentia meu coração pulsar cada vez mais rápido, minha respiração ficara um pouco difícil, e sentia meu rosto esquentar. Ele trazia consigo, uma calma extraordinária, com ele me sentia segura, como se todo meus problemas desaparece por completo.


Depois de nossa dança, passamos o resto de meu sonho, deitado na grama, abraçados um ao outro, observando as nuvens e na hora de nossa despedida ele me presenteia com uma linda orquídea roxa, e eu adentro novamente a porta que me trazia para a realidade, e quando eu acordo, me sinto mais leve, sorrindo para o vazio, e podia sentir minhas bochechas esquentarem e com isso enfrento mais um dia.


Esses sonhos se repetia todas as noites, e a cada dia, me sentia mais e mais feliz, e via que tudo ao meu redor, ficava mais lindo ao meu olhar, na escola, eu continuava a não falar com ninguém, mas isso não importava, pois quando o sinal batia, significava que estava chegando a hora de me encontrar com o rapaz que sonho todas as noites, e arrumo minhas coisas e saio em disparada, passado pelo meus colegas, que me olhavam estranho, e outros até com raiva, e num desses dias, um grupo de três garotas mal-intencionadas que bloqueiam minha passagem.


- Por que essa pressa, anormal? – pergunta a garota do meio, com belos cabelos negros, enrolados na pontas, olhos azuis e que vestia o mesmo uniforme do que eu, só que em nela, ele dava mais destaque a ela.


- Por favor? Deixem-me em paz? – digo me afastando aos poucos, e as duas que estavam com ela, me bloqueiam , fazendo um circulo a minha volta.


- O que foi, ferrugem? Está com medinho de nós três por acaso? – ironiza uma das comparsas, e não nego meu medo, a fazendo riem, e começam a me empurrar de um lado para o outro, com se estivessem brincando de passa bola, até que a morena de olhos azuis me empurra com muita força, me fazendo cair no chão e deixando meus óculos caírem e se quebrarem.


- Oh, foi mal... – ironiza a morena, se retirando juntamente com sua amigas, rindo de mim, e começo a chorar.


- O que foi que eu fiz? – digo a mim mesma, enquanto me levantava do chão, e pegava meus óculos, e caminhava tristemente para minha casa, e me jogo na cama, e fico horas, e mais horas tentando dormi, mas não consigo, então me levanto e vou até o banheiro e encontro um frasco de soníferos, tomo uma pílula e volta a me deitar, e quando entro novamente em meu sonho, encontro meu belo pretendente, sorridente como sempre, e vivemos mais uma grande aventura juntos, acabo me esquecendo do que ouve mais cedo.


Passei dias e mais dia tomando os remédio, mal ficava acordada, nos jantares em família, eu me desligava totalmente, e às vezes adormecia na mesa, e acabava não comendo, e nem prestava atenção em minhas aulas, até que um dia, quando eu acordo no meio de uma de minhas aulas, me deparo com minha professora, me olhando com um misto de raiva e pena, com meu frasco de remédio em suas mãos.


- O que significa isso, senhorita? – diz a professora, e fico muda, e sou levada para a diretoria, onde meus pais foram contatados, e a professora explicou minha situação e mostrou a frasco a eles, e mesmo sem encara-los, podia sentir seus olhares furiosos sobre minha pessoa, e quando fomos dispensados, levei uma enorme bronca dos dois, e me acusavam de nomes ofensivos, falando que eu apenas mais uma viciada, e dizendo que eu era uma péssima filha.


Todas aquelas palavras foram demais para mim, não conseguia parar de chorar descontroladamente em meu quarto, só queria desaparecer dali, queria sumir desse mundo.


- Não aguento mais... Simplesmente não aguento – murmuro, e quando vejo que meus pais não estavam à vista vou até ao banheiro e pego o frasco e tomo todas as pílulas que haviam dentro dele, e caminho lentamente até meu quarto, mas minha vista começa a falhar e consigo chegar até minha mochila e escrevo uma bilhete aos meus pais, até de desmaiar e meu corpo se chocar com tudo no chão.


Ao entrar novamente no meu mundo, me deparo com o meu belo pretendente, só que dessa vez ele não estava sorridente, mas ao contrário, estava totalmente arrasado e chorava sem parar.


- Por que choras? Agora podemos ficar junto, meu belo príncipe – digo ao me aproximar dele, com um grande sorriso, que ele não retribui.


- Minha querida... Por que tirastes a própria vida? Isso enche meu coração de tristeza – pergunta triste.


- Fiz isso por nós – respondo e ele balança a cabeça negativamente.


- Minha bela dama... Sinto muito – diz se afastando um pouco e ouço um grande estrondo em seguida de uma luz forte, e quando olho, vejo que a porta por onde eu passei havia sido destruída e quando olho para o rapaz, o vejo agonizando no chão e quando me aproximo, ele me afasta com a mão e uma nuvem negra o encobre com inteiro, e aos poucos sua pele começa a ficar branca como a neve, e seu corpo perde massa muscular, e seus belos cabelos começam a cair, o deixando sem um fio se quer, e começo a chorar.


-Não... – digo assustada ao ver que no que ele se transformara, minutos depois ele se levanta, e parecia o dobro de seu tamanho, e seu corpo estava totalmente esquelético, e ele usava um nato negro, e me olhava indecifravelmente.


- Você sempre quis saber meu nome... Então pode me chamar de Morte – sua voz rouca estava um pouco mais grossa e meio arrastada, e eu me encolhi no chão, com medo de encara-lo – Nunca quis que ficássemos desse jeito, minha bela. Sinto muito mesmo.


Fiquei um bom tempo em silencio, ainda estava assimilando tudo, até sinto uma mão em meus ombros, e olho para cima e vejo a mesma figura fantasmagórica, me olhando e me presenteia com uma orquídea roxa, a mesma que ele sempre me presenteava quando nos despedíamos.


- Não tenha medo de mim.


- Não estou com medo, e só que tudo isso... É novo para mim – digo aceitando o presente e ele me ajuda a me levantar.


- Você irá se acostumar... – responde voltando a forma do belo rapaz que eu conheci, com o seu típico sorriso e me oferece sua mão – Vamos?


Com isso eu pego sua mão e andamos pelo lindo jardim, em direção ao uma luz forte, e aperto ainda mais sua mão, e antes de continuarmos ele nos faz parar em frente ao grande espiral de luz e olha novamente para mim, e acaricia meus rosto.


- Espero que encontre o que tanto procurava em vida – diz calmamente.


- Eu já achei – sorrio e nos aproximamos cada vez mais até nossos lábios se tocarem, num beijo calmo, e bem demorado, e aos poucos nos afastamos e entramos na luz branca, até que todo o belo jardim que me trouxe tanta alegria nos últimos tempos, desaparecesse diante de meus olhos.


E apesar de tudo, esse foi o melhor sonho que eu já vivenciei em toda minha vida.


 


Fim...



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Autor(a): LinRiggs

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