Fanfic: Depois Daquele Adeus (AyA) | Tema: Ponny / AyA

Capítulo 14 : Siento Que Me Encuentro Dividida

Na casa de Anny :

Passaram-se alguns dias e no intervalo Poncho
não resistiu e acabou telefonando 2 vezes para
falar besteira com Anny, com a desculpa de ser
apenas para confirmar o passeio no sábado. Ele
queria só ouvir a voz dela, o que deixou
Anny entre confusa e alegre. Maite quis saber
os detalhes e acabou conseguindo tudo a
respeito do encontro da amiga.

Era chegado o sábado. Anny acordou cedinho
e logo assim que levantou seu celular
vibrou com mensagem. Ao olhar, não teve
como não sorrir. Era de Poncho.

"Para se levantar com alma leve e espírito feliz, é preciso deixar
que o coração se encha de coisas boas e puras.
Te espero ansioso meu raio de sol. 

Poncho."

Anny saiu saltitante até o banheiro tomar
um banho e seus pensamentos vagaram longe.
Era a primeira vez que Poncho havia sido
tão romântico e ela tinha medo de isso tudo
acabar em segundos. Não sabia ao certo se
deveria dar outra chance a ele. Terminou
o banho e foi ao quarto vestir a roupa que
já estava escolhida desde o dia anterior. Uma
calça legging, blusa branca de manga curta e um
par de tênis que sua mãe emprestou pois ela mesma
havia trazido apenas saltos altos e sapato aberto.

Olhou no espelho enquanto penteava os longos cabelos
e gostou do resultado final. Não colocaria maquiagem
pois era uma caminhada diurna e e não um
jantar em restaurante chique.

Teria levado cerca de 30 minutos para se arrumar,
porém pensou em trocar de blusa algumas vezes e
ao se dar conta, notou o telefone tocando com
outra mensagem de Poncho avisando que em poucos
minutos chegaria.

*********************

Na casa de Poncho :

A noite quase não passou tamanha era
a expectativa em ver Anny outra vez. Falar
ao telefone não era a mesma coisa, precisava
ver ela pessoalmente.

Poncho acordou cedo e a primeira coisa que
fez foi mandar uma mensagem bonita para Anny
sorrir nos primeiros minutos da manhã. Sabia
o quanto nunca fora romântico boa parte da
vida, porém com Anny seria diferente. Queria
logo conquistá-la e recuperar o tempo perdido.

Levantou rapidamente da cama, tomou um
banho e se vestiu com roupa básica : calça
de moletom, camisa preta própria para corrida
e tênis brancos. Pensou inclusive em colocar
perfurme apenas para impressioná-la e mesmo
se sentindo um tolo de ter tal ideia, acabou
borrifando um pouco no pescoço.

Olhou no relógio e a hora de buscar Anny havia
chegado. O parque era um pouco distante e por
ser bem cedo ainda, foi de carro mesmo. Poderia
mudar de ideia e levá-la a algum outro lugar.

Saiu de casa depois de mandar outra mensagem
a ela avisando que estava a caminho.

**********************

Anny se encontrava andando de um lado a outro
da sala de estar completamente tensa. Qualquer barulho
que escutava corria para a janela. Decidiu que
ficaria na porta. Não estava frio e o clima era bem
agradável. Se distraiu olhando alguma coisa no celular
e quando levantou os olhos, o par de esmeraldas verdes
a olhava com um brilho tão intenso que ela poderia
ficar cega. Guardou o aparelho em uma bolsinha
que levaria consigo e sorriu comprimentando Poncho.

-- Bom dia. -- Anny disse sorrindo e viu
seu sorriso ser retribuído por um dele

-- Bom dia. Vim te buscar. -- Poncho falou um
pouco nervoso pela expectativa. -- Você está linda.--
Não pode deixar de reparar. Mesmo vestida de forma
simples, ela conseguia ficar incrível.

-- Brigada. -- Anny sentiu as bochechas vermelhas

-- Podemos ir ? Preferi vir de carro para o
caso de querermos ir a outros lugares. -- ele falou
acompanhando ela até o carro dele e abrindo a porta do
passageiro para Anny entrar fechando a porta em seguida.

Deu a volta, entrou no carro e colocando o cinto a
ajudou a fazer o mesmo.

Ligou o carro dando partida e notou que Anny ficou
calada.

-- Espero que goste do passeio. -- falou para puxar
assunto

Anny apenas assentiu e continuou quetinha. Dentro dela
várias coisas estavam em ebulição. Estava feliz por ter
tido a coragem de aceitar o convite dele, mas ao mesmo
tempo seu medo era ter feito isso cedo demais e as coisas
não saírem bem. Respondia de forma direta algumas perguntas
feita por ele, até o mesmo parar em um sinal se virando
para olhá-la.

Poncho esticou a mão e de forma leve virou o rosto
de Anny para si e a fez olhá-lo.

-- O que houve ? Por que está tão calada ? -- perguntou
preocupado com medo de ter feito ou falado alguma coisa
errada

-- Nada. Só estou com um pouco de sono ainda. -- Anny
mentiu

-- Conheço você muito bem e sei que algo a preocupa. Me
fala Anny. -- pediu e logo viu que o sinal havia aberto.
Tirou a mão do rosto de Anny e voltou a direção.

Chegaram no parque ainda em silêncio. Desceram do carro e
Anny se maravilhou com a beleza do lugar. Era um lugar
calmo e muito grande. Havia muitas árvores e alguns
animais. Um lago marcava uma parte da área reservada apenas
a apreciação do lugar.

Foram andando e ao chegarem a pista de caminhada ou corrida
começaram a andar. Poncho não aguentou o silêncio dela por
muito tempo.

-- Desculpe Anny, mas seu silêncio está me deixando
preocupado. Me diz o que houve ? -- tentou pela
segunda vez a fazer falar

Anny olhou para ele tentando sorrir mas seus
olhos mostravam outra coisa.

-- Estou bem. Apenas surpresa por te ver outra
vez. -- tentou se explicar porém Poncho não
iria se convencer fácil

-- Sei que não é isso. Você está assim por estarmos
no vendo de novo. Não serei mais daquele jeito. Tenho
muito o que te dizer Anny. -- Poncho queria acabar com
a agonia dela e de si mesmo por ter a feito ir da forma
que aconteceu tudo. -- Vamos nos sentar naquele banco
ali e conversar ? Preciso de tantas respostas assim
como você também precisa. -- falou convicto e ela apenas
concordou.

Se sentaram lado a lado no banco e por mais que Anny
preferisse fugir sabia dentro de si o quanto precisava
esclarecer as coisas. Quem sabe agora teria a chance
de ser feliz.

Anny sentiu o olhar dele sobre ela e sabia que
teria de começar a falar.

-- Tudo passou como um furacão para mim. Num minuto
achava que te amava e era correspondida e no outro
você se quer quis saber o que eu sentia. Foi um
choque. -- Anny sentiu que aquilo seria difícil e
não conseguiu começar a falar de maneira mais elaborada.

Achava mesmo tudo perda de tempo e Poncho nunca entenderia
o quanto as palavras dele a machucaram por muito tempo. Queria
poder explicar algo que não tinha a menor ideia de como fazer. Apenas
sabia que ele fora seu grande amor. O mais puro que poderia sentir.

-- Anny, eu... sei que fui muito injusto com você. Me perdoe.
Foi tudo culpa minha. -- Poncho não sabia nem como se justificar. Queria
tirar aquela dor que o consumiu tanto quanto a ela também. Podia ver mágoa
nos olhos azuis que tanto amava. Pegou as mãos dela nas suas e aos poucos
foi conseguindo continuar a dizer. -- Te procurei exatamente por ter
percebido meu erro e queria uma nova chance. Preciso mostrar para você
que mudei. Não posso ficar longe de você outra vez. Entende ? -- ele tentou
transmitir da melhor forma tudo que estava sentindo e que sabia exatamente
a maneira como ela ficou.

-- Você não sabe o quanto eu sofri achando que havia
sido uma tola por te dizer as coisas que te disse. -- Anny
tentou segurar algumas lágrimas. -- Passei a noite chorando,
mas logo decidi que era melhor ir embora para bem longe. -- falou
o olhando séria e com olhar magoado de quem tinha acabado de
passar pela situação.

Poncho se sentiu um inútil. Como conseguira magoar seu
anjo ? Sua pequena travessa que apenas o sorriso já
alegrava seu dia ? Tinha mais que obrigação de
consertar tudo. Apenas não sabia como.

-- Me perdoa. Fui um imaturo. Senti muito
medo. Achei que fugir do que sentia era melhor, que... -- bufou
frustado.

-- Me diz uma coisa Poncho, como toda sinceridade. -- Anny o olhou
com os olhos transbordando novas lágrimas.

-- Pode perguntar. -- tentou segurar as mãos dela mas
Anny se levantou e se afastou dele. Poncho levantou em seguida
ficando na frente dela.

-- Você realmente alguma vez sentiu algo por mim que fosse
além de amizade ? -- perguntou direta o fazendo sentir todo
peso de alguns anos de ressentimento e mágoa

-- Eu sempre amei você, Anny. Apenas demorei para me
dar contar. -- foi tudo o que Poncho conseguiu dizer antes
de vê-la correr para longe dele e segundos depois ele estar
andando apressado a fim de alcançá-la.

Na saída do parque Anny parou e Poncho conseguiu parar ao
lado dela novamente. O passeio mal começou e teria de acabar
ou fatalmente brigariam.

-- Melhor te levar para sua casa. Me perdoe. -- Poncho
disse baixo sentindo a decepção lhe pesar nos ombros

Anny nada disse e o seguiu de volta ao carro. Ao entrarem
antes mesmo que Poncho pudesse colocar o cinto, ela segurou
a mão dele o fazendo olhá-la sem entender nada.

Os olhares verde e azul se encontraram e no momento
seguinte, algo em Anny despertou e ela sentiu que
precisava fazer ou morreria. Desde o primeiro
encontro isso não saia da cabeça dela e seria
agora ou nunca. O puxou para si e o beijou da
forma como sempre sonhou fazer desde que
eram somente adolescentes.

Poncho foi pego de surpresa mas logo estava com a
mão sobre a dela que segurava seu rosto e o sabor dos
lábios dela que depois de tanto tempo ele nunca esquecera.

Travavam uma batalha interna e um com o outro. O beijo ficava
mais apressado e depois calmo. As bocas não queriam mais
se desgrudar. Anny sentiu ele a abraçar e colar ainda mais os
rostos deles. A respiração ficava ofegante mas ninguém
parava muito para tomar ar.

Terminaram com alguns selinhos e Anny encostou a cabeça
no ombro de Poncho. Ele fazia carinho nos cabelos dela
surpreso com o beijo. Querendo saber o que havia mudado
em poucos minutos.

Mesmo feliz, Anny se encontrava completamente
dividida entre esquecer de vez ou voltar ao passado
para tentar ser feliz.

No caminho até a casa dela, não mencioram o ocorrido mas
permaneceram de mãos dadas todo o trajeto.