Fanfic: A Rosa do Inverno(adaptada) | Tema: Vondy

"Ora, vivo a uma distância tão curta do Solar Uckermann e ainda não recebi a minha nova vizinha na Casa Portilla nem mesmo para uma xícara de chá. Sinto-me muito constrangida."   

Não constrangida o bastante, infelizmente, para se manter longe do Solar Uckermann. Christopher se perguntou por quanto tempo ela pretendia mantê-lo ali preso na sala matinal. Ele não iria aguentar por mais de cinco minutos. Precisa conversar em particular com Alistair e depois encontrar Dulce. Macacos me mordam se tivesse que esconder meus verdadeiros sentimentos por muito mais tempo, pensou Christopher. Era mais do que um homem poderia tolerar.   

Ignorando o silêncio pouco encorajador de Christopher, Anahí começou a andar de um lado para outro da sala, a saia balançando de lá para cá. Christopher entendeu qual era o plano dela e reprimiu um bocejo. Puxa, como seria bom tomar alguma coisa como café-da-manhã! Onde está Evers com o café?   

"Então disse para mim mesma: Anahí, querida'", Anahí sempre se referia a si mesma em termos carinhosos, "'é melhor você fazer um convite para a srta. Saviñon jantar na Casa Portilla com urgência'."

O perambular de Anahí a havia levado para o lado de Christopher. Puxou a manga do casaco dele e olhou, sedutora, para os seus olhos cinza-claros. "E aqui estou para fazer isso pessoalmente, de forma a tornar mais difícil uma recusa. E você não vai recusar alguma coisa para mim, vai, Christopher?"   

As pálpebras de Anahí estremeceram, em uma imitação perfeita de consternação. Christopher virou os olhos para cima.   

"Tudo bem, Anahí, o que você quiser. Agora volte para casa, ok? Eu quero tomar o café-da-manhã."   

Anahí soltou-lhe a manga do casaco imediatamente. "Oh, Christopher, você sempre foi tão grosseiro. Espero vê-los todos às oito horas em ponto. E vejam se chegaram sóbrios, está bem?" Virou-se para ir embora.   

"O quê?" A voz tonitroante de Christopher a fez parar. Anahí virou-se da entrada, parecendo aborrecida.   

"Tenha dó, Christopher", disse ela, fazendo beicinho. "Já pedi para você não dizer 'o quê'. É tão vulgar!"   

"Não podemos jantar com você hoje à noite", disse Christopher enfaticamente.

"E por que não?" O tom de Anahí era despreocupado. "Vocês têm outros planos?"   

"Sim", disse Christopher. "Temos, não temos, Cartwright?"   

Alistair se deixara cair em uma poltrona e olhava distraído para o fogo, fazendo fantasias, disso Christopher não tinha a menor dúvida, sobre as esbeltas coxas brancas de Dulce - o que era ridículo, já que ele nunca as tinha visto. Se já as tivesse visto, Christopher seria obrigado a matá-lo.   

Cruzando a sala com três passos largos e rápidos, Christopher deu um chute na poltrona, assustando Alistair e tirando-se de seu devaneio de amor. "Não temos, Cartwright?", interpelou-o Christopher em tom de ameaça.   

"Não sei do que você está falando, velho", disse Alistair, piscando como alguém que acaba de acordar de um cochilo. "Planos para hoje à noite? Nós não temos nenhum plano, não senhor."   

Anahí bateu palmas, encantada. "Maravilha! Então espero você pontualmente às oito. E não se esqueçam de levar o jovem duque. Quero conhecer melhor essa adorável criança. Até lá, então, cavalheiros."   

Ela saiu pela porta antes de Christopher poder recuperar o fôlego para argumentar. Não que fizesse muita diferença tentar argumentar com Anahí. Se não gostasse do que você tinha a dizer, ela simplesmente o ignorava.   

Maldição, que situação inconveniente! Agora teria que ficar durante todo um dos monótonos jantares dela e assistir a Cartwright admirar Dulce com olhos melosos a noite toda. ora, ele não ia aguentar isso. Ia resolver a questão com Cartwright ali mesmo e naquele momento e para o inferno com o jantar. Virando-se, decidido, Christopher começou, com a voz rouca:

"Veja bem, Cartwright…"  

A porta da sala matinal se abriu com um impulso e Evers surgiu carregando um bandeja de prata com os itens para café e fogareiros. "O seu café-da-manhã, Lord Christopher", anunciou Evers.   

"Sim, sim", disse Christopher, com um gesto. "Ponha em algum lugar por aí."   

Evers ignorou o patrão, que andava de um lado para o outro, e arrumou a mesa para o café-da-manhã com calma. Christopher assistia aos movimentos dolorosamente lentos do seu mordomo com uma careta no rosto.