Fanfic: A Rosa do Inverno(adaptada) | Tema: Vondy

Alistair, ainda jogado na poltrona, disse, distraído: "Espero que Anahí não sirva aqueles malditos ovos de codorna cobertos de geleia de novo. Não suporto aquilo."   

Os ombros de Christopher tremeram, de modo desconfortável. Maldito, Evers! Mas ele já tinha ouvido coisas piores. "Escute aqui, Alistair. A respeito de Dulce."   

Alistair levantou os olhos da unha que estava examinando. "Sim? E o que tem ela?" Observando a expressão de sofrimento de Christopher pela primeira vez, Alistair fez uma careta: "Oh, Uckermann, por favor. Você não vai começar de novo a falar que não devo cortejá-la, vai? Porque não suporto aquele lero-lero da sua parte, todo recatado, sobre ela ser apenas uma criança e estar sob a sua proteção, e…"   

"My lord." Evers estava de pé com as costas empertigadas. "O senhor deseja mais alguma coisa?"   

Christopher fez um sinal de que não com a cabeça e de agradecimento, e o velho se retirou, não, porém, sem antes dar uma risadinha muito discreta. Ou seja, agora toda a criadagem ficaria sabendo. Ora, que se dane, eles pensavam que sabiam de tudo, de qualquer forma. Christopher decidiu tentar de novo.   

"Escute, meu velho", começou. Então, a porta foi aberta de novo, dessa vez pela própria moça de quem falavam. Dulce pareceu tão sobressaltada ao ver Christopher quanto ele ao vê-la entrar. A face da moça imediatamente ficou toda rosada e Christopher sentiu um calor subindo ao seu próprio rosto. Não conseguiu olhá-la nos olhos e ficou fitando um ponto qualquer da saia de veludo verde que ela usava.   

"Oh, desculpem-me", disse ela, com uma voz gutural que parecia não combinar nem um pouco com a delicadeza de sua figura. "Eu pensei… Ever me disse que Lady Portilla estava aqui e queria me ver."   

"Estava sim." Alistair saíra de seu torpor na poltrona com um pulo e correra para o lado de Dulce. "E queria vê-la. Mas Uckermann conseguiu dispensá-la prometendo jantar com ela esta noite."   

Christopher levantou os olhos e procurou os dela, ansioso para que Dulce não entendesse errado. "Ela nos convidou a todos", disse. "Para jantar na Casa Portilla. Não consegui pensar em uma desculpa para ficar livre disso e o nosso amigo aqui…"   

"O que eu fiz?", perguntou Alistair, parecendo ofendido. Ele tinha levado Dulce pela mão e a puxava na direção de um divã baixo, obviamente para os dois se sentarem bem juntinhos e ficar sussurrando. Christopher ficou aliviado ao ver que Dulce apresentava uma certa resistência a esse plano.   

"Na verdade, sr. Cartwright", dizia ela, puxando os dedos na tentativa de fugir ao insistente aperto de mão de Alistair. "Tenho que voltar à estufa. Anne está à minha espera…"   

"Deixe aquela moça enfadonha esperar." Alistair representava o papel de pretendente perdido de amor sem nenhum disfarce. Christopher deu uma olhada ameaçadora para ele e conseguiu apenas deixar Dulce, que parecia muito consciente de cada gesto que ele fazia, ainda mais nervosa.   

"Não, não posso deixá-la esperando", disse Dulce, torcendo a mão com um pouquinho de desespero, àquela altura. "E também não posso jantar na Casa Portilla hoje à noite porque convidei Anne para jantar aqui."   

Christopher não aguentava mais. Com um passo largo, chegou ao lado de Dulce. Estendeu a mão e agarrou o punho de Alistair, torcendo o braço dele para trás com força. Alistair, que era menos que Christopher, pareceu mais surpreso do que com dor. Dulce puxou a mão e examinou os dedos de perto, como se pudessem ter sido esmagados.   

Curvado devido à pressão exercida por Christopher sobre seu braço, Alistair vociferou: "Uckermann! Tenha dó! O que você quer fazer, quebrar o meu braço?"   

Mantendo o aperto de ferro em seu amigo, Christopher grunhiu no ouvido dele: "Não será má ideia; ensinaria você a manter as suas mãos longe dos outros, meu velho."   

"Do que você está falando?" A voz de Alistair falhou. Obviamente, estava sentindo um pouco de dor. "Eu só…"   

"Christopher." Dulce tinha parado de afagar os dedos e colocara as mãos na cintura. Superara sua timidez inicial ao se deparar com Christopher e agora sua expressão era de impaciência. "Deixe de ser idiota. Solte-o."   

"Ouça o que ela diz, Chris", disse Alistair. Ao ser chamado de "Chris", Christopher apertou mais o braço de Cartwright, com maldade, e Alistair gritou de dor.