Fanfic: A Rosa do Inverno(adaptada) | Tema: Vondy

Christopher pôs uma mão de cada lado da cintura de Dulce, prendendo-a entre o pilar e os seus braços. Olhou-a e percebeu que seu coração começara a bater com força. Nenhuma mulher o tinha afetado como essa bruxa diminuta e de olhos verdes. Ele não sabia ao certo como o conseguira, mas ela havia lhe roubado o coração e Christopher não se importava se nunca mais o tivesse de volta.   

"Escute aqui", disse ele, a voz grave como um trovão. Sentia o cheiro do perfume que ela usava, leve, limpo e fresco, como flores silvestres. Isso desviou sua atenção. Notou que, apesar de a boca de Dulce estar comprimida em sinal de desaprovação, os lábios eram de um vermelho encantador.    

"O quê?', ela o interpelou com impaciência. "O que você quer? Anne Herbert está à minha espera na…"   

"Eu sei, eu sei, na estufa." Do que, em nome de Deus, aquela moça era feita, de pedra? Como poderia ter esquecido a paixão que tinham vivido na noite anterior?   

"Escute, Dulce. Você precisa dizer algo para Alistair."   

"Preciso dizer algo para Alistair?" A voz de Dulce elevou-se uma oitava. "ora, essa é boa!"   

"Shhh!" Christopher pôs um dedo sobre os lábios dela, que estavam com expressão indignada. "Não faça barulho ou ele vai ouvir…"   

"Ele é seu hóspede", disse Dulce apesar do dedo de Christopher. "Por que você não diz alguma coisa para ele?"   

"Eu já disse." Christopher tirou a mão da boca de Dulce e a colocou de novo ao lado da cintura dela, já que a moça fizera um movimento para fugir do seu abraço. O que havia com ela? Seria de pensar que, depois da noite passada, ela não teria nem um traço de modéstia. Por que se mostrava assim tão distante? "Alistair não me dá ouvidos, Dulce. Eu não quero magoá-lo…"   

"Nem eu."   

"Mas vai ter que fazer isso. A não ser que queira que eu o esmurre até ele não se lembrar de nada."   

"Não sei por que você está se comportando de forma tão infantil." Dulce tinha baixado a voz e falava sussurrando, mas, ainda assim, parecia estar ralhando com uma criança. "O que aconteceu entre nós noite passada não muda nada, você sabe disso."   

Christopher ficou olhando para ela, sem acreditar. "Não muda nada? Do que você está falando? Muda tudo!"

"Não muda nada." O queixo dela estava empinado de forma ainda mais atrevida do que antes. "Nós meramente perdemos a cabeça de novo. É melhor esquecer isso tudo e continuar com a sua vida como sempre."   

"Continuar com a vida? Dulce, você ficou louca? Você não entende? Eu a amo…"   

Ele foi surpreendido. Com um lampejo saindo das sombras, a mão dela surgiu, virada para cima, e ela o esbofeteou com força, um golpe que feriu a dignidade dele mais do que a mandíbula. Olhando fixamente, sem acreditar, para aquela moça irascível, Christopher ficou em silêncio, atordoado. Tentara lhe dizer que a amava e ela tinha lhe dado um tapa! A moça seria desequilibrada mental? Os olhos dela estava cheios de lágrima, porém, e não de ódio, e tinha soltado um soluço. Qual era, por Deus, o problema dela? O que ele tinha feito de errado?   

Dulce não conseguiu falar, de tão extenuada. Christopher estendeu os braços para pegá-la pelos ombros e impedi-la de fugir, mas ela foi mais rápida. Foi embora, como uma lugada de veludo e renda, os sapatos de salto alto fazendo barulho pelo corredor. Completamente perplexo, Christopher ficou parado olhando aquela figura em fuga, uma mão sobre a bochecha esbofeteada. A moça estava fora de si. Ele lhe daria um tempo para ficar sozinha e daí tentaria de novo.   

O que mais poderia fazer?