Fanfic: A Rosa do Inverno(adaptada) | Tema: Vondy
"Boa noite, Srta. Saviñon", disse ele em tom casual, como se costumasse ficar sentado em frente das portas dos quartos de jovens mulheres. Mas Dulce percebeu imediatamente que havia nervosismo sob o tom de brincadeira.
"Se a senhorita está procurando a sua camareira, eu a mandei dormir há horas. Se a senhorita precisar de qualquer coisa, eu ficaria muito feliz em ir buscar-lhe. Do que, exatamente, a senhoria necessita no momento? Um copo de leite quente, talvez? Um livro da biblioteca para acalmar os seus nervos em frangalhos? Ou talvez um ombro masculino no qual chorar?" Ele fez um gesto amplo com uma mão. Na outra, Dulce notou um copo de conhaque vazio. "Seja qual for o seu desejo, será um prazer satisfazê-lo."
Dulce se apoiou contra a porta e o estudou. Ele não tinha tirado o traje de noite, mas a gravata tinha desaparecido e a camisa estava aberta é a cintura. O peito largo se destacava da camisa e Dulce reprimiu o impulso de ir até ele ali mesmo e apoiar a cabeça nos convidativos ombros largos. Ela disse, com a voz rouca de emoção: "Eu ia procurar você."
Ele levantou uma sobrancelha escura, ironicamente. "Mas veja que auspicioso! Parece que me encontrou."
"Há quanto tempo você está sentado aqui?"
"O suficiente para começar a suspeitar que você não iria sair nunca." Ele esticou as longas pernas e as juntas estalaram em protesto. "Não suponho que você me deixaria entrar, deixaria? Está muito frio aqui fora e a cadeira fica mais desconfortável a cada segundo que passa."
Dulce olhou, nervosa, sobre o ombro. Seu quarto, como sempre, estava agradável e quente, e sem dúvida mais propício a uma conversa confortável do que o corredor ou mesmo, pensou, a biblioteca de Christopher, que era um pouco masculina demais, com toda aquela decoração em couro. Mesmo assim, a última coisa que queria era repetir a performance da noite anterior - tinha realmente sido apenas na noite anterior?
Como se estivesse lendo os pensamentos na preocupada expressão de Dulce, Christopher pousou o copo vazio e se levantou, um pouco instável. "Por favor, permita-me que lhe assegure, madame, que essas mãos", ele as estendeu para que Dulce as examinasse, jogando os enormes e calejados dedos embaixo do nariz dela, "permanecerão abaixadas o tempo todo. A não ser, quer dizer, que a senhorita exija os seus serviços para alguma coisa."
Dulce não quis se arriscar a imaginar qual seria a "alguma coisa" que ele poderia ter em mente, mas, depois de uns poucos segundos de hesitação, suspirou e abriu a porta totalmente para que ele entrasse. Christopher não parecia satisfeito de ter vencido esse pequeno round. Parecia nervoso de um modo pouco usual. Talvez, supôs Dulce, porque iria pedir que ela deixasse o Solar Uckermann. Sem dúvida, tinha dado aquela pequena demonstração de solidariedade, na Casa Portilla, para manter as aparências, mas, no frigir dos ovos, viver com uma parenta da assassina do seu irmão era pedir um pouco demais. Ora, ele podia ficar tranqüilo quanto a isso.
"Não quer se sentar?", convidou Dulce, tensa, indicando uma das macias poltronas diante do fogo, que crepitava alegremente. "Não, obrigado." Christopher se balançou uma ou duas vezes nas pontas dos pés. Ela sempre ficava impressionada com seu tamanho, mas nunca tanto como quando ele estava em seu quarto. Diante de seu tamanho, a mobília parecia de brinquedo, inclusive a grande cama com dossel, na mesma proporção que ela era muito mais que os brinquedos de Jeremy. "Prefiro ficar de pé, se você não se importa. Já fiquei sentado por muito tempo."
"É sua culpa se está todo dolorido," disse Dulce, um pouco aborrecida. "Ninguém lhe pediu para manter a guarda no meu quarto como se fosse um covil de ladrões. O que faria do lado de fora? Estava com medo de que a criminosa fugisse durante a noite?"
Mesmo enquanto dizia essas palavras, Dulce percebeu que estava sendo injusta, mas a indignação tinha deixado rosado o seu rosto e provocado aquele ataque. Christopher ficou olhando-a quieto, com expressão de quem estava se divertindo.
"Na verdade," disse ele, pondo as duas mãos atrás das costas e assumindo uma postura descontraída, "eu queria o seu conselho."
"Meu conselho?"
"Você me disse que não seria prudente derrubar a porta e eu concordei. Era muito mais inteligente simplesmente esperar até você abrir a porta e sair. Você teria que fazer isso mais cedo ou mais tarde. A sua camareira me disse que você não tinha nenhuma comida aqui dentro." Ele sorriu, satisfeito de si. "E você saiu. Acabou saindo."
"Você poderia ter passado a noite toda ali", disse ela, balançando a cabeça sem entender.
"Já passei muitas noites em cadeiras, minha cara. Não fazer diferença para mim." Ele estava olhando-a e Dulce viu que suas sobrancelhas se juntaram, em uma expressão de censura.
"Por que está usando esse trapo velho e horrível?" Ela viu que ele se referia ao roupão. "O que aconteceu com aquela coisa cheia de plumas? Por que não põe aquilo em vez disso?"
Dulce, o longo cabelo solto nos ombros, balançou a cabeça. "De jeito nenhum. Você se lembra do que aconteceu da última vez que usei aquela roupa?"
"Sem dúvida que me lembro." Ele deu um sorriso malicioso. "Com prazer."
Dulce imediatamente corou e abaixou a cabeça para que o cabelos escondesse o rosto em chamas. Aquilo não parecia nem um pouco o prólogo para uma dispensa. Mas, de qualquer forma, talvez fosse porque ele tinha bebido. Portanto, o melhor era ela resolver logo a situação e ficar livre.
Dulce também não estava com vontade de se senta e começou a andar de um lado para o outro, as mãos enfiadas nos bolsos do roupão para que Christopher não visse que estavam tremendo. Depois de respirar fundo várias vezes e fazer tentativas de começar a falar, ela disse, como que se dirigindo aos vidros da janela, açoitados pelo vento: "Christopher, eu não posso ficar aqui."
"Para onde você quer ir? Há um bom fogo na biblioteca."
Ela balançou a cabeça, sem tirar os olhos da neve que redemoinhava na noite escura. "Não, nada disso. Quero dizer que não posso ficar aqui no Solar Uckermann."
"Ah." Christopher também começou a andar de um lado para o outro. Ela ouvia as tábuas do chão rangendo sob seu considerável peso. "E precisamente por que você não pode ficar aqui no Solar Uckermann?"
Autor(a): leticialsvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
Diante disso, ela se virou, sem acreditar no que ouvia. "Você está falando sério?", perguntou ela ofegante. "Existe, digamos, uma miríade de razões." Seus olhos verdes se apertaram, com suspeita. "Christopher, por favor, não seja condescendente comigo. E também não tenha pena de mim. Eu me viro. Já falei com Anne ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
anne_mx Postado em 04/10/2022 - 10:25:17
Que fanfic linda, amei ver o Christopher colocando a Maite no lugar dela, a declaração dele para Dul foi tão lindaaaaaa, que história extraordinária <3
-
janaynafarias Postado em 19/12/2016 - 11:05:58
Amore eu me apaixonei por essa fic! Amo fic d época e essa é apaixonante. Parabéns flor por essa obra prima e delicadeza,espero ler mtas outras mas suas! :*
-
millamorais_ Postado em 24/05/2016 - 00:23:32
Ahhh que história linda *---* <3 sem dúvidas uma das melhores de época que já li. Sobre a fic nova, indo favoritar agora é ficar contando os dias para estréia, tipo sou muito curiosa então vc bem que podia postar um trechinho da história né?! Kkkk :*
-
minhavidavondy Postado em 23/05/2016 - 01:59:03
Lindo demais!!!!!!!!!
-
stellabarcelos Postado em 22/05/2016 - 23:09:04
Ah amei muito a estória! Anahi e mai são duas cobras mas que não conseguiram nada! Muito lindos! Amei! Parabéns
-
Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:16:46
Já irei favoritar lá! Ansiosa já!
-
Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:14:32
Não acredito que já acabou 😪 a parte que mais me deixa digamos que emocionada é quando ela fala "Você não pode estar apaixonado por mim." E ele logo lhe pergunta o por quê não pode. Aí como vou sentir falta dessa fanfic! Dul e o Chris super felizes, amo/sou! Adorei, adorei! Obrigada pela adaptação, como já te disse ela foi maravilhosa! ❤️❤️
-
Grazi 😍😍 Postado em 21/05/2016 - 19:26:04
Particularmente adoro essa parte! Esse porte másculo do Christopher me encanta de um jeito. E acho tão bonitinho ele "salvando" a Dulce da irmã, porque por Deus! Essa mulher que transformar a Dul em uma prostituta. Ou até mesmo em seu retrato fiel. Essa Anahi é um monstro em forma de gente, misericórdia. E depois vem as melhores parte do livro/adaptação, to ansiosissima. Meu sumiço é que esse mês de maio me deixa tão na bad, que mal sinto vontade de ler, meu vô faz aniversário esse mês e infelizmente ele faleceu, faz tempo, mas a dor volta as vezes. Enfim, chega de falar de coisas tristes... Continua gatinha. Beijocss!
-
millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 21:14:24
Leticia não consigo ver as fotos da enquete
-
millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 18:01:26
Meudels, meudels, meudels :o espero que as coisas se resolvam logo, logo agora que o Christopher começou a falar de sentimentos, eu jurava que o Alistair sabia da intenção de Christopher é por isso tava cortejando a Dulce kkkk enquete? Tou lendo pelo cell, aqui não tá aparecendo, assim q entra pelo PC eu voto continuaaaaa