Fanfic: A Rosa do Inverno(adaptada) | Tema: Vondy
Mas era difícil se manter brava com um homem que insistia em levá-los a restaurantes caros todas as noites, sobre os quais Dulce só tinha lido, sem nunca nem sonhar em jantar em um deles. E quando, depois de uma suculenta refeição de lagosta com champanhe e merengue, ele invariavelmente aparecia com ingressos para lugares em um camarote para a ópera ou o teatro, como ela poderia continuar a se ressentir dele? O fato de que, logo depois do jantar, Lord Christopher desaparecia todas as noites não era da conta dela. Como lembrou Lady Hebert, encolhendo os ombros Christopher Uckermann era um homem do mundo e era um pouco cansativo para um homem assim passar todas as noites com um velho casal e, Dulce acrescentou para si mesma, com uma filha de vigário puritana, já que Lady Hebert era bem-educada demais para dizer isso.
Dulce sentia-se particularmente escandalizada pela manhã, quando Lord Christopher se juntava a eles na mesa do café. Apesar de meticulosamente vestido como sempre, tinha olheiras e às vezes ela tinha certeza de sentir no seu hálito cheiro de uísque da noite anterior. Em resumo, acreditava que Lord Christopher estivesse envolvido no tipo de atividades que seria de se esperar de um homem da sua idade e classe social, e ela se perguntava quanto ele gastava nas mesas de jogo toda noite e precisamente quantas amantes sustentava.
Ainda assim, apesar de convencida de que Christopher estava se tornando muito dissoluto devido à vida de hedonismo que levava, Dulce era delicada com ele. Não queria que Jeremy percebesse a sua antipatia por aquele homem. Era-lhe importante que o seu sobrinho, que nunca tivera uma figura paterna na vida, com a exceção do avô, respeitasse o tio e não ajudaria se ele soubesse o quanto Dulce desaprovava aquele homem. Portanto, pela primeira vez na vida, Dulce guardou suas opiniões para si. Toda vez que via Lord Christopher abatido e inclinado sobre o seu café, ela mordia a língua e se abstinha de importuná-lo com referências a seus excessos.
Mas até Dulce tinha de admitir que estava impressionada com a exibição de coragem viril feita por Lord Christopher durante o acidente com a carruagem. No momento em que o veículo começou a se inclinar, ele jogou os braços ao redor dela, para protegê-la, e a puxou, tirando-a do caminho do corpo em queda de Sir Arthur. Infelizmente, sua proteção não conseguira evitar que ela batesse a cabeça com força contra a lâmpada de óleo do interior da carruagem. Mas o tratamento solícito que Lord Christopher lhe deu, levantando-a gentilmente da carruagem e pondo o seu próprio lenço sobre a ferida que ela não podia ver (e não acreditava ser tão grave quanto os outros diziam), a sua insistência em fazer ele mesmo a caminhada até o Solar Uckermann para buscar ajuda, tudo isso melhorava cem vezes a opinião que ela tinha dele. Dulce nem tinha coragem de se queixar do frio, de tão comovida que ficara com a preocupação dele.
Mas já tinha partido havia algum tempo. Dulce estava gelada até os ossos e, além disso, com dor de cabeça. Qual a distância daqui até Rawlings? E quanto tempo demoraria até que outra carruagem fosse despachada para pegá-los?
Dulce pensou na bondosa esposa de Sir Arthur, Lady Hebert, e nas cinco filhas do casal, e em como ela estivera aquecida e satisfeita na noite anterior, junto a eles, em sua propriedade de campo, a vinte quilômetros de Rawlings. Ah, se pudessem adivinhar que haveria essa terrível tempestade de inverno antes de partir para o solar, naquela tarde! Se tivessem saído um pouco antes, teriam chegado antes da pior parte da tempestade. Se…se apenas os dedos dos pés dela não estivessem tão malditamente frios!
“Olá, vem alguém aí?” Sir Arthur levantou um braço, fazendo sinal para alguém - não na direção que Jeremy tomara, mas na direção oposta, de onde tinham vindo de carruagem. “Olá!”
Dulce virou a cabeça, piscando contra o vento, e viu um único homem a cavalo se aproximando rapidamente. Em um tempo daqueles e com tanto gelo, era pura loucura dirigir um animal assim. Ela pensou, com desalento súbito no coração, que apenas um homem fugindo de alguém ou de alguma coisa cavalgaria naquela velocidade e que talvez Sir Arthur estivesse sinalizando para um ladrão de estradas. Engolindo em seco, Dulce deu um pequeno passo para trás do cavalheiro em forma de barril e percebeu que o corpo dele era bem eficiente como escudo contra o forte vento.
“Olá!”, chamou Sir Arthur. “O senhor pode nos ajudar?”
Cavalo e cavaleiro surgiram do turbilhão de neve e gelo, e Dulce deu por si olhando para um garanhão enorme e de olhos vermelhos, de cujas narinas negras saía vapor. O cavaleiro do garanhão não era menos intimidante. Todo envolvido em um manto preto, o homem de ombros largos e olhos de aço sorriu para ela e, com um sobressalto de reconhecimento, Dulce percebeu que se tratava de ninguém menos que Lord Christopher. Ele controlava o enorme animal que cavalgava com força e graça, assobiando por entre os dentes brancos e regulares, enquanto o cavalo batia os seus pesados cascos na neve profunda.
“Lord Christopher!”, gritou Sir Arthur, encantado. Levantou o braço para tirar o chapéu e pôs uma mão nas rédeas do garanhão. Isso foi um erro. O cavalo sacudiu a sua cabeça negra furiosamente, salpicando a capa de Sir Arthur de espuma e neve parcialmente derretida.
“Ora, desculpe-me”, disse Sir Arthur, pretensamente para o cavalo, o que fez Dulce esconder um sorriso na aba de pele da sua peliça. “Mas de onde o senhor vem, Lord Christopher? Vi o senhor e o jovem Bob partirem na outra direção…”
“Sei disso.” Com um rangido de couro, Lord Christopher pulou da sela, pousando pesadamente na neve ao lado de Sir Arthur. Este, Dulce pensara desde o momento em que o conhecera, era um homem anormalmente grande, mas Lord Christopher era uma cabeça mais alto que ele e quase trinta centímetros mais que Dulce. Com as botas e calças de cavalgar, era evidente que Christopher Uckermann era magro em todos os lugares em que Arthur Hebert era gordo, mas ainda assim conseguia intimidar apenas pela sua grande estatura.
“O vento que saí do pântano não é de brincadeira”, disse Lord Christopher, tenso. “Não há como um homem a pé sobreviver a ele. Por isso, fizemos o desvio e paramos na Mansão Portilla. Tomei um cavalo emprestado e voltei o mais rápido possível. A carruagem vai levar algum tempo para chegar aqui. As estradas estão mortalmente traiçoeiras.”
“Ai, meu Deus!”, exclamou Sir Arthur, desanimado. “Que pena! A cabeça da srta. Saviñon ainda está sangrando, my lord, e temo que ela esteja sentindo muita dor.”
“Ainda sangrando?”, repetiu Christopher, enquanto a voz alta de Dulce negando, se perdia no vento. Os olhos dele, cinza como o céu nublado, a olhavam acusadoramente. “Levante esse lenço”, ordenou. “Deixe-me ver isso.”
“Não é nada”, insistiu Dulce. “É apenas Jeremy. Ele é excessivamente protetor em relação a mim.” Estava constrangida com a confusão que todos estavam fazendo por uma coisa que, tinha certeza, não passava de um corte pequeno.
Também estava bastante consciente da intensidade do olhar de Lord Christopher. Por que ele sempre a olhava daquele jeito? Deveria saber que ela nunca poderia ser mais nada do que a sua concunhada…e, na verdade, uma concunhada particularmente empertigada e correta. Quanto aborrecimento! O homem era uma ameaça. A última coisa que ela queria era que ele pusesse as mãos no seu rosto, examinando-a de perto. O toque de suas mãos a deixava nervosa e o seu olhar…bem, era melhor ele deixar de olhá-la daquele jeito ou ela teria uma dura lição para lhe dar.
Mas ele não a deixaria sossegada até que lhe permitisse olhar a sua testa, então, de má vontade, Dulce tirou o lenço amassado da cabeça e inclinou o rosto em sua direção, mantendo os olhos cuidadosamente afastados dos dele. Ele segurou o queixo dela entre os dedos enluvados e a examinou de perto, as sobrancelhas escuras vincadas. Ela teria sobrevivido bem a essa prova se ele não tivesse achando necessário sondar a linha do cabelo com outro lenço limpo, desta vez o de Sir Arthur.
Dulce soltou sem querer um grito de dor. Mordeu o lábio inferior, mas não pôde evitar que lágrimas rolassem devido à sensibilidade do seu ferimento. A visão dela de repente girou e por um momento o equilíbrio a abandonou.
Lord Christopher largou o queixo dela e, apesar do protesto indistinto de Dulce, cingiu a sua cintura estreita com um braço de ferro enquanto ela oscilava, atordoada, não sabendo se devido ao ferimento na cabeça ou à grande proximidade dele.
Sir Arthur imediatamente começou a reaprendê-la por não lhe contar que não se sentia bem e ela só conseguia piscar desculpando-se com ele, sem confiar na sua voz para falar. Dulce se recostou em Lord Christopher, grata tanto pelo calor de seu corpo quanto pelo apoio. Ele envolveu a sua pesada capa preta ao redor deles dois e ali dentro Dulce começou a sentir os dedos e o nariz novamente.
Foi só quando a tontura começou a se dissipar que ela percebeu a dureza dos músculos debaixo da lã sobre a qual seu rosto descansava. Subitamente acanhada, Dulce tirou as mãos do regalo e as colocou contra o peito largo e forte de Christopher. Ela era tão pequena e a sua força tão inútil que ele nem percebeu seu empurrão urgente.
“Ela deve estar realmente muito mal”, repetia Sir Arthur, “mas nunca disse nada, pobrezinha.”
“Tenha paciência!”, Dulce conseguiu exclamar, zombeteiramente, apesar de sua respiração ainda estar curta e o coração martelar com esforço contra os espartilhos. “Não é nada além de um pequeno galo…”
“Dulce!” O berro de Jeremy era suficiente para acordar os mortos e, entorpecida como ela se sentia, Dulce levantou a cabeça e o viu correndo pela encosta coberta de neve abaixo, o pequeno rosto vermelho de raiva e a respiração saindo tão velozmente como o vapor de uma locomotiva.
“O que você pensa que está fazendo com a minha Dulce?”, inquiriu Jeremy. “Solte-a imediatamente!” Há muito tempo considerado o flagelo de Aberdeen, Jeremy Uckermann estivera envolvido em tantas brigas e confusões que já não sabia quantas, muitas delas por causa dela. Dulce tivera a esperança de que levá-lo à sua casa ancestral ajudaria a civilizá-lo…
Mas parecia que, em seu tio Christopher, Jeremy havia encontrado o seu par.
“Silêncio, seu rapazola impertinente”, rosnou Christopher, “ou eu o ponho sobre os joelhos.”
“O senhor não pode fazer isso”, declarou Jeremy. “O duque sou eu!”
“Ora, Jeremy”, resmungou Dulce. A última coisa que ela queria era sair do quente abraço de Christopher para enfrentar aquele vento gelado de novo, mas não era nem um pouco prudente ficar apoiada tão intimamente nos braços dele. Nem era necessário, a essa altura. A dor de cabeça tinha voltado a ser uma pulsação surda, porém tolerável, e ela já não se sentia nem um pouco atordoada.
Mas, ao levantar os olhos, os lábios abertos para pedir que Christopher a soltasse, ela descobriu que ele não estava prestando nem um pouco de atenção nela. A presença tão próxima dele provocava uma série de emoções conflitantes na moça, mas parecia que Christopher não era nem um pouco afetado pela proximidade de Dulce. Ele olhava fixamente para o céu, com expressão inescrutável.
“Estás nevando mais forte”, observou. “Acho que o melhor é eu levar a Srta. Saviñon para Rawlings agora. Ela não deve esperar pela carruagem.
Autor(a): leticialsvondy
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Dulce deu uma olhada apreensiva para o garanhão negro, o vapor saindo em grandes baforadas das narinas. “Realmente, my lord, estou bem. Posso esperar a carruagem. E o senhor não precisa me segurar como se eu fosse ser levada pelo vento.” “Você não está bem e vai fazer o que eu mandar.” &n ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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anne_mx Postado em 04/10/2022 - 10:25:17
Que fanfic linda, amei ver o Christopher colocando a Maite no lugar dela, a declaração dele para Dul foi tão lindaaaaaa, que história extraordinária <3
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janaynafarias Postado em 19/12/2016 - 11:05:58
Amore eu me apaixonei por essa fic! Amo fic d época e essa é apaixonante. Parabéns flor por essa obra prima e delicadeza,espero ler mtas outras mas suas! :*
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millamorais_ Postado em 24/05/2016 - 00:23:32
Ahhh que história linda *---* <3 sem dúvidas uma das melhores de época que já li. Sobre a fic nova, indo favoritar agora é ficar contando os dias para estréia, tipo sou muito curiosa então vc bem que podia postar um trechinho da história né?! Kkkk :*
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minhavidavondy Postado em 23/05/2016 - 01:59:03
Lindo demais!!!!!!!!!
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stellabarcelos Postado em 22/05/2016 - 23:09:04
Ah amei muito a estória! Anahi e mai são duas cobras mas que não conseguiram nada! Muito lindos! Amei! Parabéns
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Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:16:46
Já irei favoritar lá! Ansiosa já!
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Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:14:32
Não acredito que já acabou 😪 a parte que mais me deixa digamos que emocionada é quando ela fala "Você não pode estar apaixonado por mim." E ele logo lhe pergunta o por quê não pode. Aí como vou sentir falta dessa fanfic! Dul e o Chris super felizes, amo/sou! Adorei, adorei! Obrigada pela adaptação, como já te disse ela foi maravilhosa! ❤️❤️
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Grazi 😍😍 Postado em 21/05/2016 - 19:26:04
Particularmente adoro essa parte! Esse porte másculo do Christopher me encanta de um jeito. E acho tão bonitinho ele "salvando" a Dulce da irmã, porque por Deus! Essa mulher que transformar a Dul em uma prostituta. Ou até mesmo em seu retrato fiel. Essa Anahi é um monstro em forma de gente, misericórdia. E depois vem as melhores parte do livro/adaptação, to ansiosissima. Meu sumiço é que esse mês de maio me deixa tão na bad, que mal sinto vontade de ler, meu vô faz aniversário esse mês e infelizmente ele faleceu, faz tempo, mas a dor volta as vezes. Enfim, chega de falar de coisas tristes... Continua gatinha. Beijocss!
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millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 21:14:24
Leticia não consigo ver as fotos da enquete
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millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 18:01:26
Meudels, meudels, meudels :o espero que as coisas se resolvam logo, logo agora que o Christopher começou a falar de sentimentos, eu jurava que o Alistair sabia da intenção de Christopher é por isso tava cortejando a Dulce kkkk enquete? Tou lendo pelo cell, aqui não tá aparecendo, assim q entra pelo PC eu voto continuaaaaa