Fanfic: A Rosa do Inverno(adaptada) | Tema: Vondy
"Ora, ora, Christopher", cumprimentou ele, falando alto e bem-humorado. "Para onde você fugiu? Anahí me disse que você chegaria há uma semana." O homem, de cabelos claros, deu um gole na bebida e depois olhou para baixo, observando-os. "E então, quem você tem aí? É Maggie Herbert? O que diabos essa garota está aprontando agora?"
Christopher mudou Dulce de um braço para o outro e ela instintivamente se agarrou mais ao pescoço dele, pensando que ele ia derrubá-la. Então percebeu, corando, que ele estava apenas enrolando o seu longo manto mais firmemente ao redor dela, já que a bainha estava arrastando no chão e ameaçando fazê-lo tropeçar. Ele baixou os olhos para ela, com um sorriso maroto nos lábios incomodamente sensuais. Dulce afastou os olhos de imediato, tentando evitar o olhar dele. Infelizmente, na posição em que estava, a única forma que poderia fugir desse olhar era cair mais de um metro, até o chão de pedras.
Para esconder o seu constrangimento, perguntou: "Quem é aquele homem, o que está gritando?"
"Aquele", disse Christopher, dando uma olhada para cima. "é o Sr. Alistair Cartwright, que conheci quando fui mandado para a escola, na infância, e de quem até agora não consegui me livrar. Ele não tem o seu próprio solar e por isso usa o meu sem cerimônia."
"E quem seria Anahí?", perguntou Dulce mordazmente. "A sua amante?"
O sorriso se transformou em uma carranca de desaprovação. "Como pode", perguntou ele secamente, "um rosto tão doce abrigar uma língua tão peçonhenta?"
"Sou uma liberal, lembra-se?", respondeu Dulce. "A minha língua peçonhenta é a minha única defesa, já que não tenho uma renda ou uma propriedade da qual falar."
Christopher limitou-se a fechar ainda mais a cara em vez de dar uma resposta. Ignorando a conversa dos dois, a Sra. Praehurst passou apressada por eles, levantando a saia para subir correndo uma das escadas curvas.
"Vou à frente, my lord, e ajeitar a cama da Srta. Saviñon…"
"Srta. Saviñon?" O homem de cabelo claro que Christopher tinha dito se chamar Alistair Cartwright quase derrubou a sua bebida pela balaustrada, mas conseguiu pegar desajeitadamente o copo antes de ele cair e se espatifar no piso de pedras. Quando Christopher chegou, seguindo a Sra. Praehurst escada acima, à galeria aberta, o seu amigo tinha se recomposto o suficiente para recebê-los com um sorriso tranquilo e curiosidade mal disfarçada.
"Olá, como vai?", disse ele, andando apressado ao lado de Christopher, o olhar brilhante fixo em Dulce. "Permita que eu me apresente, já que o meu anfitrião não faz isso por mim. Meu nome é Cartwright. Alistair Cartwright."
Os passos largos de Christopher se apressaram, seguindo a saia sussurrante da Sra. Praehurst pela galeria aberta. Dulce deu por si esticando o pescoço para ver Alistair por cima do ombro largo de Christopher. "Como tem passado, Sr. Cartwright?, perguntou ela educadamente. Alistair Cartwright não era tão alto quanto seu anfitrião nem tinha uma constituição tão vigorosa, mas também era bonito e estava vestido muito elegantemente. Dulce nunca tinha visto tantos babados em uma gravata.
"Bem, eu estava apenas toleravelmente bem, Srta. Saviñon, até a sua chegada." Alistair Cartwright andava ao lado deles enquanto viravam e entravam em um corredor acarpetado, como se fosse um cachorrinho do colo todo arrumado. "Terrivelmente monótonas têm sido essas últimas semanas desde que Christopher viajou. Mas, devo dizer, a sua beleza incomum ilumina esse triste e velho…"
"Cartwright", rosnou Christopher. Ela sentiu o ruído surdo de desaprovação no peito dele. "Pare com isso."
"Ora, tenha misericórdia, Uckermann." Alistair freou quando a Sra. Praehurst parou e procurou entre as suas chaves em frente de uma porta ricamente entalhada na extremidade do corredor mal iluminado. "A Srta. Saviñon e eu estávamos apenas nos conhecendo!"
"Eu disse para você parar", disse Christopher com rispidez. Dulce levantou os olhos, deu uma olhada para o perfil bem delineado acima dela e viu que o queixo quadrado estava tenso. Uma luz perigosa brilhava naqueles olhos. "Você se esquece que eu não gosto de repetir o que digo."
Alistair não parecia nem um pouco abalado com a repreensão do amigo. Apoiou-se no elegante lambril e suspirou. "Suponho que isso signifique adeus por enquanto, Srta. Saviñon."
"Vá embora, Cartwright." Christopher deu um chute na porta que a Sra. Praehurst tinha destrancado, abrindo-a ruidosamente. Dulce olhou para a governanta para ver o que ela achava daquele comportamento bárbaro, mas a Sra. Praehurst limitou-se a olhar para o alto, de um jeito que lembrava o de Dulce quando Jeremy se comportava mal.
O Quarto Rosa, para o qual Dulce foi carregada, fazia jus ao seu nome. Suntuosamente mobiliado em tons sutis de rosa e lilás, as paredes com papel estampado com prímulas brancas, o quarto irradiava feminilidade. Mas, apesar do fogo forte que queimava na lareira e das flores frescas colocadas em um vaso ao lado da grande cama coberta por um dossel, Dulce sentiu que o quarto não era ocupado havia algum tempo. Imaginou que a última ocupante tinha sido a duquesa de Rawlings, mãe de Lord Christopher, que morrera havia quase vinte anos.
Se estivesse certa, porém, a Sra. Praehurst não deixava isso transparecer de forma alguma. Toda atarefada, a governanta cruzou o quarto e apressou-se a puxar o pesado acolchoado de penas, revelando um conjunto de lençóis impecavelmente brancos. "Pronto, Srta. Saviñon", disse ela, afofando os travesseiros branco que claramente haviam sido afofados algumas horas antes. "Espero que o quarto esteja do seu gosto."
"É muito bonito", elogiou Dulce, com sinceridade. Nunca tinha visto um quarto mais bonito. E o toque das flores a comoveu. Ela não tinha a menor ideia de como alguém poderia exibir rosas totalmente abertas em pleno inverno e supôs que faziam parte da famosa produção do ano todo no Solar Uckermann. Talvez Lord Christopher não tivesse mentido, afinal de contas.
Christopher não parou na soleira da porta; pelo contrário, tomou a liberdade de cruzar o tapete grosso até a cama e lá a colocou, com uma gentileza quase exagerada. Dulce teria rido de seus cuidados, tratando-a como se ela fosse uma peça frágil de porcelana, mas, quando ele retirou os braços, fez a touca escorregar, revelando o talho na linha de cabelo, o que fez a Sra. Praehurst arfar.
"Oh!", exclamou a governanta. "Que corte feio! Pobrezinha! Ora, juro que ela ficou branca como os lençóis sobre os quais está agora!"
"Onde está Evers com o conhaque?", a voz de Christopher era cheia de contrariedade. Ele deve ser um patrão muito severo, supôs Dulce. Teve um pouco de pena da Sra. Praehurst. "Cartwright, não fique aí parado. Vá pegar um pouco de bebida destilada, homem. Você não vê que a moça está desmaiando?" As pálpebras de Dulce tinham começado a ficar um pouco pesadas e ela as abriu com esforço. Não estava desmaiando. Ora, nunca tinha desmaiado na vida. Era uma filha de vigário escocês muito vigorosa e não uma senhorita da sociedade, toda delicada e afetada. Ainda assim, tinha de admitir que se sentia sonolenta. Talvez se apenas fechasse os olhos por um minutinho…
"Aqui está, my lord", disse o mordomo, com sua voz monótona. Dulce ouviu o tintilar de copos de cristal e o som da rolha de uma garrafa sendo puxada. "A cozinheira também mandou alguns grogues."
"Danem-se os grogues", praguejou Christopher. "Apenas sirva um pouco de conhaque. A moça perdeu a consciência."
Só para ser do contra, Dulce abriu os olhos. Deitada, olhou para cima, para o rosto gentil e preocupado da Sra. Praehurst, que estava inclinada sobre ela, tirando-lhe as luvas, desabotoando a peliça e desamarrando o laço sob o queixo que segurava a touca.
"Pronto, está tudo bem, minha cara", disse a Sra. Praehurst, tirando gentilmente a touca da cabeça de Dulce. Com uma mão fria e competente, a governanta tirou do rosto de Dulce o cabelo embaraçado. "Ai, Jesus! O corte parece profundo. Espero que…"
"Com licença, Sra. Praehurst." Christopher deu a volta ao redor do generoso traseiro da Sra. Praehurst, tendo na mão um copo do mesmo líquido âmbar que seu amigo estivera bebendo. Dulce viu que as belas feições dele estavam contraídas, mas supôs que fosse de aborrecimento com os seus criados e não de preocupação com ela. Afinal de contas, ele a conhecia havia apenas uma quinzena e isso era tempo insuficiente para desenvolver qualquer sentimento, a não ser, digamos, desejo, o que sabia muito bem que um homem como Lord Christopher Uckermann sentia por toda criada que passasse por ele.
"Beba", ordenou Christopher, sem nem um sinal de compaixão na voz grave. Ele segurava um copo em forma de sino debaixo do nariz dela e o cheiro de álcool fez os olhos de Dulce se encherem de lágrimas. Ela balançou a cabeça sem dizer nem uma palavra. Não ia beber nem uma gota daquele líquido fedorento.
"Você não tem uísque?", conseguiu perguntar com a voz fraca, notando o olhar surpreso da Sra. Praehurst, sem entender. "
Beba", disse Christopher novamente e alguma coisa no tom de sua voz fez Dulce lembrar que ele não gostava de repetir o que dizia. Ela lhe deu uma olhada irritada e, da forma menos cortês que conseguiu, tirou o copo da mão dele, fechou os olhos e deu um golinho naquele líquido abrasador. A reação foi instintiva e imediata: ela agarrou o copo com as duas mãos e engoliu todo o conteúdo com um único e voraz gole.
Quando a última gota do líquido âmbar tinha acabado, Christopher tirou o copo das suas mãos, olhando para ela, que passava uma mão trêmula nos olhos ardentes. Como que saído do nada, um lenço limpo apareceu na mão de Christopher, que o entregou a ela, sem qualquer contrariedade nos olhos cinza.
"Você está melhor?", perguntou, enquanto Dulce fungava.
Ela fez que sim com a cabeça. Aquele conhaque delicioso aquecia todo o seu corpo, até os dedos congelados do pé, e a dor de cabeça parecia não importar tanto assim. Ora, o conhaque era melhor que o uísque!
"Ótimo", disse Christopher, devolvendo o copo para Evers, que lhe entregou um segundo copo, este com uma quantidade significativamente maior da bebida. Christopher olhou para o copo e em seguida para Evers. Depois de sacudir um longo dedo indicador para o velho mordomo, Christopher virou todo o conteúdo do copo em um gole rápido.
A Sra. Praehurst deu um olhar de desaprovação para Christopher por cima dos aros dos óculos e em seguida, com a familiaridade de uma criada que está há muito tempo na casa, espantou-o para fora do caminho, inclinando-se sobre Dulce e começando a desabotoar as muitas fileiras de botões pretos da frente do seu vestido de viagem.
"Sabe, Srta. Saviñon", começou a governanta,"espero que não se importe com a iniciativa, mas Lady Herbert e eu pensamos que a senhorita iria querer uma criada pessoal e chamamos a jovem Lucy Alcott, da escola para moças. Sei que a moda agora é ter camareiras francesas, mas, como a senhora sabe, fomos informados sem muita antecedência, e, além disso, o Sr. Evers não está inclinado a aceitar os franceses. Espero que a senhorita não se importe…"
Autor(a): leticialsvondy
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Enquanto a Sra. Praehurst tagarelava, Dulce viu Christopher baixar o copo de conhaque e levantar uma sobrancelha, com uma expressão engraçada. Seguindo a direção do seu olhar, Dulce percebeu que ele estava olhando fixamente as curvas dos seus seios, que estavam bem visíveis através da fina musselina da blusa. Com o rosto escarlate, D ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
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anne_mx Postado em 04/10/2022 - 10:25:17
Que fanfic linda, amei ver o Christopher colocando a Maite no lugar dela, a declaração dele para Dul foi tão lindaaaaaa, que história extraordinária <3
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janaynafarias Postado em 19/12/2016 - 11:05:58
Amore eu me apaixonei por essa fic! Amo fic d época e essa é apaixonante. Parabéns flor por essa obra prima e delicadeza,espero ler mtas outras mas suas! :*
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millamorais_ Postado em 24/05/2016 - 00:23:32
Ahhh que história linda *---* <3 sem dúvidas uma das melhores de época que já li. Sobre a fic nova, indo favoritar agora é ficar contando os dias para estréia, tipo sou muito curiosa então vc bem que podia postar um trechinho da história né?! Kkkk :*
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minhavidavondy Postado em 23/05/2016 - 01:59:03
Lindo demais!!!!!!!!!
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stellabarcelos Postado em 22/05/2016 - 23:09:04
Ah amei muito a estória! Anahi e mai são duas cobras mas que não conseguiram nada! Muito lindos! Amei! Parabéns
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Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:16:46
Já irei favoritar lá! Ansiosa já!
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Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:14:32
Não acredito que já acabou 😪 a parte que mais me deixa digamos que emocionada é quando ela fala "Você não pode estar apaixonado por mim." E ele logo lhe pergunta o por quê não pode. Aí como vou sentir falta dessa fanfic! Dul e o Chris super felizes, amo/sou! Adorei, adorei! Obrigada pela adaptação, como já te disse ela foi maravilhosa! ❤️❤️
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Grazi 😍😍 Postado em 21/05/2016 - 19:26:04
Particularmente adoro essa parte! Esse porte másculo do Christopher me encanta de um jeito. E acho tão bonitinho ele "salvando" a Dulce da irmã, porque por Deus! Essa mulher que transformar a Dul em uma prostituta. Ou até mesmo em seu retrato fiel. Essa Anahi é um monstro em forma de gente, misericórdia. E depois vem as melhores parte do livro/adaptação, to ansiosissima. Meu sumiço é que esse mês de maio me deixa tão na bad, que mal sinto vontade de ler, meu vô faz aniversário esse mês e infelizmente ele faleceu, faz tempo, mas a dor volta as vezes. Enfim, chega de falar de coisas tristes... Continua gatinha. Beijocss!
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millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 21:14:24
Leticia não consigo ver as fotos da enquete
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millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 18:01:26
Meudels, meudels, meudels :o espero que as coisas se resolvam logo, logo agora que o Christopher começou a falar de sentimentos, eu jurava que o Alistair sabia da intenção de Christopher é por isso tava cortejando a Dulce kkkk enquete? Tou lendo pelo cell, aqui não tá aparecendo, assim q entra pelo PC eu voto continuaaaaa