Fanfic: A Rosa do Inverno(adaptada) | Tema: Vondy
A Sra. Praehurst obviamente gostava tanto do emprego como do patrão e falava sem parar sobre o Solar - a casa, a mobília, a manutenção, o seu lugar na história. Dulce a acompanhava, deleitando-se com o monólogo entusiasmada, particularmente quando ela fazia referencias a Lord Christopher, o que acontecia com frequência. Todo o cômodo da asa parecia inspirar uma história envolvendo-o. Ele fora a criança mais tranquila que a Sra. Praehurst já conhecera. Sempre muito educado e gentil com os empregados e os animais. Dulce já conhecia a história de quando Lord Christopher resgatou um dos cachorros de caça da família de um buraco de escoamento de água, apesar de isso tê-lo feito perder o seu lugar na caçada? Não? Bem, Lord Christopher tinha carregado a pobre criatura para casa ele mesmo e dito que não se importava que fosse o seu irmão mais velho quem matasse a raposa no final.
Dulce ouvia, divertida. Era evidente que a Sra. Praehurst adorava o patrão. Parecia que Lord Christopher conseguia cativar toda a mulher com que tinha contato. Nisso, supunha, ele era como o pai. O duque tivera, segundo rumores, muito jeito com as damas. Dulce entendeu o porque logo que entraram na longa galeria de retratos.
De pé diante do retrato do falecido duque, Dulce percebeu de imediato que a semelhança entre pai e filho era perigosa. Como Christopher, o pai tinha ombros largos e olhar penetrante. Mas o hábil artista que tão bem revelara a semelhança não conseguiu disfarçar os sinais rosados da libertinagem no rosto do falecido duque e o brilho sarcástico no olhar pensativo. Dulce sentiu pena do artista que pintou aquele retrato. Como deve ter sido difícil apresentar uma pessoa tão pouco simpática de uma maneira que lhe agradasse! E como pareia com o falecido duque o pai de Jeremy! Era uma pena que não houvesse um retrato do filho mais velho do duque. Christian, a Sra. Praehurst lhe informou, nunca conseguiu sentar-se quieto por mais de um minuto.
A Sra. Praehurst levantou os olhos apertados para o retrato de seu ex-patrão sem dizer nada, o que surpreendeu Dulce. Era a primeira vez que ela via faltarem palavras àquela mulher. Isso em si mesmo era muito revelador e Dulce deu um passo para o lado, parando diante do retrato da mulher do falecido duque, a mãe de Christopher. A falecida duquesa fora uma beldade. Dulce reconheceu aqueles grandes olhos cinza, tão parecidos com os de Jeremy e com os do tio dele. Mas os olhos de Christopher, apesar de muitas vezes terem um brilho intenso e sardônico, eram mais inteligentes que os de sua mãe, de alguma forma, mais suaves.
A Sra. Praehurst foi adiante para o próximo retrato e soltou um suspiro satisfeito. “Este é o meu favorito”, disse a governanta, olhando afetuosamente para a pintura. “Sabe, Lord Christopher não queria nem um pouco sentar-se para posar. O duque o obrigou. Lembro-me do dia em que o retrato foi exibido pela primeira vez e do quanto Lord Christopher ficou constrangido. Ele me disse: ‘Sra. Praehurst, a senhora não pode fingir um desmaio ou algo assim para que possamos todos ir cuidar de outras coisas?’. Mas é igualzinho a ele. Lord Christopher não tem paciência para vaidade ou pretensões, não ele.”
Dulce engoliu em seco involuntariamente. Olhando para o retrato do tio de Jeremy, ela sentiu quase como se estivesse diante do próprio homem. Nunca conseguira olhar por tanto tempo para o rosto de Christopher, porem, sem correr o risco de ser pega. Agora que não havia esse perigo, ela o olhou demoradamente e com cuidado.
A pintura era belamente apresentada e muito precisa. Ela poderia contar cada partícula de prata naqueles olhos cinza. A comparação entre o retrato do filho e os dois pais era inevitável - e surpreendente. Apesar de Christopher ter herdado a bela figura do pai e os olhos da mãe, a semelhança não passava disso. Havia calor e bom humor no rosto de Christopher e consideração no seu olhar. E, no entanto, o pintor também tinha conseguido capturar a curva levemente sarcástica de seus lábios, a força potencialmente perigosa das suas mãos grandes, a inteligência sagaz dos seus olhos. A Sra. Praehurst tinha dito a Dulce, no começo do passeio pela casa, que não entendia nada de arte, mas, ao escolher o retrato de Christopher como o seu favorito, ela tinha provado que, na verdade, tinha um bom olho para o belo - e o bom senso de ver que o seu patrão tinha mais do que apenas um perfil bem cinzelado e o gosto por cachorros.
Mas, antes de poder dizer uma palavra de admiração pela pintura, Dulce ouviu o som de botas no corredor e se virou a tempo de ver o objeto do retrato andando em direção às duas a passos largos. Christopher parecia ter acabado de chegar de uma cavalgada - ainda usava o seu longo manto preto e tinha nas mãos as luvas e o chicote de montaria. O seu rosto mostrava a irritação causada pelo vento e os cabelos estavam despenteados, curvando-se em cacho escuros pela testa larga. Dulce, olhando da pintura para o seu tema, chegou a conclusão de que o retrato ficava aquém em um aspecto: Christopher era mais intimidante em pessoa do que o artista dava a entender.
“Sra. Praehurst”, chamou Christopher.
A governanta ficou radiante de prazer. “Ora, se não é o próprio Lord Christopher! Estávamos exatamente admirando o seu retrato, my lord.”
“É mesmo?” Christopher se aproximou a passos largos e Dulce percebeu que ele cheirava a ar livre - couro e ar frio de inverno. Ele sorria com aquele seu jeito estranho e assimétrico, como se estivesse pensando em alguma piada que só ele conhecia.
Envergonhada por ter sido apanhada olhando atentamente o retrato dele e ainda mais constrangida pelo fato de que, na última vez em que o havia visto, Christopher estava com as mãos em suas nádegas, Dulce manteve os olhos nos próprios sapatos, tentando fazer com que suas faces parassem de queimar. “Boa tarde, Srta. Saviñon”, disse Christopher e, com a cortesia de sempre, bateu os calcanhares e fez uma pequena mesura. Um sorriso largo tinha irrompido de um lado ao outro do seu bonito rosto. “O Sr. Parks me disse que a senhorita está se sentindo melhor. Parece excepcionalmente bem. Recuperou-se completamente da doença?”
Ela o olhou, tentando dar a impressão de que vê-lo não fazia o seu coração disparar.
“Estou muito bem, obrigada, my lord”, disse ela com calma. O fato de que a voz dela ainda estava algumas oitavas abaixo do normal tirava a força da afirmação, mas pelo menos ela tinha conseguido falar sem tossir.
“Excelente. E a sua cabeça? Está melhor?”
“Está tolerável.”
A Sra. Praehust, diante da falta de entusiasmo de Dulce com esse encontro casual, apressou-se a dizer: “Estou escoltando a Srta. Saviñon em uma turnê pela casa, my lord”.
“Ah”, disse Christopher, arqueando as sobrancelhas escuras. “E o que a Srta. Saviñon está achando do Solar Uckermann?” Dulce puxou com ar indiferente o punho de renda da sua manga. “Acho o Solar Uckermann muito encantador.”
As sobrancelhas se aproximaram ainda mais da linha de cabelo preto azeviche. “O que disse?”
A Sra. Praehurst obviamente gostava tanto do emprego
Autor(a): leticialsvondy
Este autor(a) escreve mais 15 Fanfics, você gostaria de conhecê-las?
+ Fanfics do autor(a)Prévia do próximo capítulo
“É uma casa encantadora”, disse Dulce novamente. Ela percebeu que a resposta o surpreendeu, por ter vendo logo depois do sermão que ela fez sobre os seus gastos. Mas ela de forma alguma poderia lhe dizer a verdade, não na frente da Sra. Praehust. A verdade, de fato, era que estava muito chocada com o fato de que, enquanto famílias inte ...
Capítulo Anterior | Próximo Capítulo
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 46
Para comentar, você deve estar logado no site.
-
anne_mx Postado em 04/10/2022 - 10:25:17
Que fanfic linda, amei ver o Christopher colocando a Maite no lugar dela, a declaração dele para Dul foi tão lindaaaaaa, que história extraordinária <3
-
janaynafarias Postado em 19/12/2016 - 11:05:58
Amore eu me apaixonei por essa fic! Amo fic d época e essa é apaixonante. Parabéns flor por essa obra prima e delicadeza,espero ler mtas outras mas suas! :*
-
millamorais_ Postado em 24/05/2016 - 00:23:32
Ahhh que história linda *---* <3 sem dúvidas uma das melhores de época que já li. Sobre a fic nova, indo favoritar agora é ficar contando os dias para estréia, tipo sou muito curiosa então vc bem que podia postar um trechinho da história né?! Kkkk :*
-
minhavidavondy Postado em 23/05/2016 - 01:59:03
Lindo demais!!!!!!!!!
-
stellabarcelos Postado em 22/05/2016 - 23:09:04
Ah amei muito a estória! Anahi e mai são duas cobras mas que não conseguiram nada! Muito lindos! Amei! Parabéns
-
Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:16:46
Já irei favoritar lá! Ansiosa já!
-
Grazi 😍😍 Postado em 22/05/2016 - 18:14:32
Não acredito que já acabou 😪 a parte que mais me deixa digamos que emocionada é quando ela fala "Você não pode estar apaixonado por mim." E ele logo lhe pergunta o por quê não pode. Aí como vou sentir falta dessa fanfic! Dul e o Chris super felizes, amo/sou! Adorei, adorei! Obrigada pela adaptação, como já te disse ela foi maravilhosa! ❤️❤️
-
Grazi 😍😍 Postado em 21/05/2016 - 19:26:04
Particularmente adoro essa parte! Esse porte másculo do Christopher me encanta de um jeito. E acho tão bonitinho ele "salvando" a Dulce da irmã, porque por Deus! Essa mulher que transformar a Dul em uma prostituta. Ou até mesmo em seu retrato fiel. Essa Anahi é um monstro em forma de gente, misericórdia. E depois vem as melhores parte do livro/adaptação, to ansiosissima. Meu sumiço é que esse mês de maio me deixa tão na bad, que mal sinto vontade de ler, meu vô faz aniversário esse mês e infelizmente ele faleceu, faz tempo, mas a dor volta as vezes. Enfim, chega de falar de coisas tristes... Continua gatinha. Beijocss!
-
millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 21:14:24
Leticia não consigo ver as fotos da enquete
-
millamorais_ Postado em 20/05/2016 - 18:01:26
Meudels, meudels, meudels :o espero que as coisas se resolvam logo, logo agora que o Christopher começou a falar de sentimentos, eu jurava que o Alistair sabia da intenção de Christopher é por isso tava cortejando a Dulce kkkk enquete? Tou lendo pelo cell, aqui não tá aparecendo, assim q entra pelo PC eu voto continuaaaaa