Fanfic: Sabor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Capítulo Treze

Alfonso correu atrás de Anahí, mas ela desapareceu na multidão, e ele não conseguiu encontrá-la. Assim que ela empalideceu, ele soube que toda a alegria do dia havia sido perdida.

Tentou alcançá-la, mas Anahí era pequena, veloz e determinada.

Determinada a estabelecer a máxima distância possível entre eles.

Os pais de Alfonso estavam bem atrás dele. O pai pôs a mão sobre o ombro de Alfonso. Ele não queria ter uma conversa com eles agora. Tudo havia sido desfeito e do pior jeito possível.

Ele precisava arrumar a bagunça em sua cabeça para fazer o necessário para recuperar Anahí. Se isso, pelo menos, fosse possível.

Sem Anahí, a culinária perdia o significado para Alfonso.

Ele estava ansioso para retornar a Nova Orleans ao lado dela. Não sozinho. Agora que havia encontrado o amor, ele não queria retornar à velha vida.

— Precisamos conversar. — o tom do pai dele era solene.

— Sei que precisamos. — disse Alfonso. — Eu sei, é só que preciso ir atrás dela e…

Alfonso tinha notado o olhar dela e sabia que se não fosse atrás de Anahí rapidamente, tudo estaria perdido. E não podia aceitar isto.

— Desculpe, querido — disse Ruth. —, mas o que foi que houve aqui?

Alfonso xingou baixinho e falou com os pais:

— Posso conversar com vocês mais tarde. Estou hospedado no Marquis, na Times Square.

— Queremos algumas respostas agora. — repetiu o pai dele.

— Estávamos morrendo de preocupação com você. — disse a mãe.

— Vocês vão ter que esperar. Eu fiz uma confusão danada, pai, e preciso arrumar tudo primeiro. — ele foi até a mãe, a abraçou e lhe deu um beijo na bochecha. Então fez o mesmo com o pai. — Sinto muito. — desculpou-se.

— A garota deve ser importante. — disse a mãe dele.

— Mais importante do que vocês imaginam, e eu acho que acabei de magoá-la de um jeito que não esperava fazer. Preciso ir. — disse ele, acenando em despedida para os pais e saindo pela porta.

Fez sinal para um táxi, e enquanto este dirigia pelas ruas, Alfonso observava as multidões cuidadosamente em busca de um lampejo de Anahí, porém ele não a encontrou.

Assim que entrou no hotel Marquis, ele telefonou para Jack. Aquele desastre era totalmente culpa de Alfonso e talvez se fizesse todo o possível para atenuá-lo ainda seria capaz de salvar seu relacionamento com Anahí.

Embora soubesse que não iria ser fácil.

— Aqui é Alfonso. Tem uma coisa que preciso te contar.

— É algo que vai fazer nossa audiência subir? Eu sei que você está namorando Anahí… o que acha de um pedido de casamento no ar? — disse Jack. — Na verdade, estou no bar com os jurados agora e alguns dos outros produtores. Venha nos encontrar.

Alfonso concordou, embora tivesse ignorado completamente a sugestão de Jack a respeito de Anahí.

Ele duvidava que ela fosse dizer sim para qualquer coisa que o envolvesse agora, a menos que fosse a cabeça dele numa bandeja. E não podia culpá-la.

Agora que sabia que seu segredo estava à solta, ele se arrependia por não ter contado a ela antes.

Quando Alfonso adentrou o bar do hotel, Jack acenou para ele, e Alfonso pediu uma cerveja ao barman.

Houve uma rodada de cumprimentos por parte de todos, e Alfonso sentou-se ao lado de Jack e se voltou para o produtor. Inspirou profundamente.

— Você está bem?

— Sim, não tenho sido honesto com você em relação a quem sou realmente.

— O quê? Você está brincando comigo, certo? — disse Jack. — Temos três semanas de programa já gravados, Alfonso. Por favor, diga que está brincando.

— Não estou. Meu sobrenome não é Rodriguez. É Herrera.

Todos no grupo pararam de falar quando ele disse aquilo, e o encararam.

— Você é parente de Armando? — perguntou Hamilton.

— Ele é meu pai.

— Por que você faria isso? — perguntou Lorenz. — Uma linhagem como a sua deveria ser exaltada.

— Sim, deveria. — disse Alfonso. — Mas passei a vida inteira ouvindo que sabia cozinhar porque sou um Herrera. E o fazia porque era isso que esperavam de mim. Até mesmo na CIA eu era tratado como um aprendiz estelar, e nunca soube se era por causa das minhas habilidades ou do meu sobrenome.

— Você decidiu fazer um experiência para provar que tinha o talento dos Herrera. — disse Pete. — É uma ideia interessante, mas você mentiu para todos nós.

— Eu sei. Sinto muito. — disse Alfonso. — No começo, eu nem mesmo tinha certeza se chegaria à segunda rodada do programa, então pareceu um desafio maior para mim do que para vocês. E eu queria que todos vocês julgassem meus pratos, e não olhassem para mim e pensassem nos pratos do meu pai e do meu avô.

— Eu compreendi isto. — disse Hamilton. — Mas qual impacto isto tem sobre nosso programa?

— Estou pensando. — respondeu Jack. — Vamos ter que conversar entre nós, Alfonso. Eu aviso qual será nossa decisão assim que puder. Mais alguém sabe dessa história?

— Anahí. — respondeu ele.

— Ah, é por isso que você nos contou? — perguntou Lorenz.

— Sim. E o fato de os jurados convidados poderem ser qualquer pessoa. Eu sei que meu pai não aceitaria estar na televisão, mas meu tio Pierre pularia sobre a chance de participar. Eu não queria causar outro choque a vocês, assim como aconteceu com Anahí hoje.

— Isso é muito gentil da sua parte. — disse Fatima.

Mas Alfonso podia ver, pelo jeito como todos o encaravam, que estavam tão decepcionados quanto Anahí.

Eles haviam se tornado uma família, e Alfonso estava mentindo para eles o tempo todo. Sabia que seus motivos eram sólidos, mas agora simplesmente se sentia culpado e egoísta por tê-lo feito.