Fanfic: Sabor *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

— O que devo fazer agora? — perguntou Alfonso. — Eu gostaria de encontrar Anahí.

— Ela sumiu? — perguntou Lorenz. Ele se inclinou para frente, encarando Alfonso.

Alfonso balançou a cabeça. Sentia-se um idiota pelo modo como havia lidado com toda aquela situação. Mas ele não estava se escondendo mais.

— Ela não aceitou a notícia muito bem, e nós nos separamos. Agora que vocês sabem a verdade, minha prioridade é encontrá-la.

Hamiltou o observou por olhos semicerrados e então assentiu.

— Vá. Nós enviaremos um torpedo quando precisarmos que você esteja de volta.

— Obrigado. — disse Alfonso.

Ele havia assinado um contrato com aquelas pessoas, e embora tivesse lido as letras miúdas e soubesse que não havia motivos que impedissem Alfonso Herrera de estar no programa, ele se perguntava se eles iriam penalizá-lo por mentir sobre sua identidade.

Não sabia e, honestamente, nesse momento não dava a mínima. Continuaria cozinhando quando tudo aquilo acabasse, mas sabia, bem no fundo de sua alma, que só havia uma mulher para ele, e era Anahí.

Ele também sabia que recuperá-la iria ser a coisa mais difícil que já havia feito. Já havia sido complicado o suficiente conquistá-la.

Apesar de que, agora que a verdade estava exposta, ele poderia ser Alfonso Herrera. Não tinha nada a esconder e era hora de parar de ignorar a veracidade de suas emoções e tornar Anahí ciente delas.

Alfonso Rodriguez tinha que ficar contido, mas Alfonso Herrera não, e ele pretendia tirar total vantagem disto.

Saiu do hotel para a calçada movimentada da Times Square e, pela primeira vez, se permitiu admitir que seu coração doía diante da ideia de nunca mais pode consertar as coisas e reconquistar Anahí.

Anahí correu o mais intensa e fortemente que pôde. Quando finalmente parou, percebeu que estava chorando.

Não lágrimas silenciosas e femininas, mas soluços descontrolados.

Durante alguns breves segundos, ela havia tido tudo, pensou. Havia se protegido durante tanto tempo, imaginou que seria mais esperta desta vez ao fazer Alfonso… o quê?

Ela não fizera nada certo. Havia se apaixonado pelo homem errado tão convictamente quanto sua mãe e avó fizeram. Era muito triste que mais uma geração das Portilla tivesse seguido o mesmo padrão.

Devia ter ficado na dela. Devia ter se concentrado apenas na culinária.

— Você está bem? — perguntou um estranho.

Ela assentiu e começou a caminhar. Provavelmente estava se parecendo com um zumbi de algum filme apocalíptico.

Estava usando a maquiagem adequada para TV, que era bem pesada, e que agora devia estar arruinada pelas lágrimas.

Ela encontrou uma cafeteria e foi até o banheiro. Assim que trancou a porta, parou diante do espelho.

Odiava a dor crua estampada em seu rosto, mas se obrigou a continuar encarando, assim iria sempre se lembrar do que Alfonso lhe dera de verdade.

Um coração partido. Ela precisava nunca mais se esquecer de como era aquilo.

A pior parte de saber que Alfonso tinha mentido a respeito de tudo o que era, desde o segundo em que se conheceram… era que ela ainda o amava.

Anahí enterrou a cabeça nas mãos e deixou os soluços fluírem. Chorou por todos os sonhos pela metade que estavam flutuando no fundo de sua mente.

Chorou pela garotinha dentro de si que durante um breve instante pensara que talvez todos aquele livros que havia lido na infância estivessem certos e que uma garota como ela poderia ser verdadeiramente feliz.

Chorou porque sabia que, quando saísse daquele banheiro, nunca mais se permitiria ser tão fraca assim outra vez.

O lado lógico de sua mente estava tentando dominar, mas a mulher chorosa dentro dela não conseguia ir embora. Anahí ficou reprisando a cena com Alfonso e seus pais em sua cabeça sem parar.

Ela pegou o celular e ligou para sua única amiga de verdade.

— Sweet Dreams, a loja dos cupcakes dos seus sonhos. Aqui é Catherine, em que posso ajudar?

— Aqui é Anahí. — disse ela. A voz soou mais grave do que normal, e tão rouca que ela mesma ficou surpresa.

— O que foi? Onde você está? Precisa que eu vá até Malibu? — perguntou Catherine.

Anahí sentiu o amor de Catherine imediatamente. Ela era sua irmã de alma.

— Tudo está dando errado. Estou em Nova York, em um banheiro… Alfonso estava mentindo para mim o tempo todo.

— Ele é casado?

— O quê? Não. Quero dizer, eu não sei. Não faço ideia. — soltou Anahí.

As mentiras que ele havia contado a ela agora ganhavam conotações ainda mais perturbadoras.

— Tudo bem, comece do início e me conte tudo. — pediu Catherine.

Anahí respirou profundamente. O fato de Catherine estar ali já tornava as coisas um pouco mais fáceis.

— Alfonso faz parte da família Herrera. Ele estava mentindo sobre sua identidade no programa.

— Por quê?

— Não sei. — disse Anahí.

— Ele poderia ter entrado no concurso como Alfonso Herrera, então por que usar um nome falso? — perguntou Catherine. — Você precisa descobrir.