Fanfic: Mon jeu, mes règles. | Tema: Vondy

Os minutos seguintes se passaram como um borrão. Ao invés de me afastar de Christopher como eu deveria, envolvi meus braços em sua nuca e me perdi em seus lábios. Pelo menos até ouvir um barulho no segundo andar que me trouxe de volta a realidade. O que diabos eu estava fazendo? Empurrei-o para longe e antes que ele pudesse dizer algo, corri de volta para o meu quarto. 

- Dul? Você está bem? - A voz sonolenta de Anahí me despertou de meus devaneios. - Annie... eu... preciso te contar uma coisa. - Sussurrei enquanto deixava meu corpo escorregar pela porta, sentando-me assim no chão. Quando vi minha amiga sentar na cama, despejei tudo. Sobre os beijos, sobre o possivel problema que eu estava me metendo, sobre tudo. Encarei os olhos azuis de Annie e suspirei. - Fala alguma coisa pelo amor de Deus! - Resmunguei escondendo o rosto entre os joelhos. - Você está afim dele? - Annie indagou depois de algum tempo. - Não! Quer dizer, sei lá. Eu estava bêbada, ele estava bêbado e, céus, ele é o Christopher! - Deixei meus braços cair ao redor do meu corpo e suspirei antes de erguer o rosto. - Sabe que ele é sinônimo de problema, não sabe?

- Eu sei, ruiva. Mas temos que admitir que é um problema bem gato, hm? - Deixei uma risada escapar e encostei a cabeça na parede. Anahí era a única pessoa do mundo que conseguiria me fazer rir em uma hora dessas. - Acho que você deveria aproveitar. Deixa rolar, aproveita. Pelo o que parece ele e a Natalia não estão juntos. - Dei de ombros e observei Annie se levantar e sentar do meu lado. - Não importa Annie, eu não posso ter mais problemas.

- Isso é verdade... bom, você sempre pode quebrar o nariz dela de novo igual da última vez. - Uma gargalhada escapou por meus lábios e deitei a cabeça no ombro de minha amiga. Eu não sei o que faria se eu não a tivesse do meu lado. 

Conversamos sobre bobagens até o dia amanhecer e um pouco depois do café da manhã, tia Marichelo passou para buscar Annie. Ótimo, agora que as aulas tinham acabado eu não tinha mais o que fazer. Joguei-me no sofá e deixei em um canal qualquer, sem prestar muita atenção no que estava passando na tv. - Podemos conversar? - A voz rouca de Christopher soou atrás de mim tirando-me de meus devaneios. - Não creio que tenha algo a ser dito. - Resmunguei olhando pra tv e torcendo para que ele fosse embora. - Para de fugir de mim Dulce. - Virei minha cabeça em sua direção e revirei os olhos. - Eu estou sentada. Não tenho como estar fugindo. - Murmurei em tom sarcástico e observei-o dar a volta e sentar ao meu lado. - Eu pensei muito nos acontecimentos recentes e você não pode negar que tem algo acontecendo. - Respirei fundo e ignorei seu comentário, fingindo muito interesse no programa de culinária que estava passando. - Você não vai dizer nada? - Fingi não ouvir e comecei me a perguntar a quanto tempo esse programa estava passando. Christopher suspirou e pegou o controle remoto, desligando a tv. - Ei! - Protestei virando-me em sua direção. - O que você quer que eu diga? Nos beijamos. Não deveríamos ter nos beijado. Você namora. Acabou. 

- Eu não namoro e não entendo porque não deveríamos ter nos beijado. - Olhei-o perplexa e ele deu de ombros. - Somos solteiros, é meio óbvio que tem uma atração enorme entre a gente e bom, não tenho mais argumentos. - Um sorriso torto ameaçou aparecer em seu rosto e eu quase ri. - Não tem mais argumentos porque não existem argumentos. Não deveria ter acontecido e ponto. Vamos deixar isso pra lá. Nunca aconteceu... - Disse pegando meu celular no braço do sofá e preparando-me para levantar. - Espera Dul... - Christopher segurou meu braço e me puxou de volta para o sofá. - O que Uckermann? - Porém a resposta nunca veio. Ele simplesmente me puxou em sua direção e selou os lábios nos meus, afastando-se cedo demais para o meu gosto. Não que eu fosse admitir isso para ele. - Não estou te pedindo em casamento, não precisa fugir. É só atração e não dá para fugir disso. Quando você estiver pronta pra confessar e aproveitar o que está rolando, é só me avisar. - Christopher beijou minha testa e saiu da sala, deixando-me em choque no sofá. Céus, eu estava perdida!