Fanfics Brasil - 04 Entre o Amor e a Vingança (Anahi & Alfonso)

Fanfic: Entre o Amor e a Vingança (Anahi & Alfonso) | Tema: Entre o Amor e a Vingança (Anahi & Alfonso)


Capítulo: 04

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Era já esperado que Alfonso saísse do edifício para encontrar-se com ela. Talvez nem sequer ela estivesse na cidade. Assim como acontecia a ela, seus negócios requereriam freqüentes viagens.


Para Anahí, naquele exato momento, seria uma grande coincidência ou ajuda do destino, se encontrar com o que tinha sido o objetivo para ela em toda sua adolescência.



Tomou um ônibus para dirigir-se à casa de sua tia. Por sorte, aquela casa não tinha recordações para ela. Quando vivia em Billings, sua tia vivia na reserva. Quando saía com Alfonso, os dois se viam na cobertura que ele tinha no Sheraton, o edifício mais alto da cidade. As recordações lhe fizeram apertar os dentes. Talvez havia cometido um erro ao regressar. Na cidade em que havia passado sua juventude, as recordações lhe doíam mais.



Abriu a porta com a chave que o senhor Hammer, o da imobiliária, tinha-lhe mandado. O mês de setembro era muito fresco no sudeste de Montana. Não faltava muito tempo para que começasse a nevar. Esperava ir muito antes que caíssem os primeiros flocos.



A casa estava fria, mas, felizmente, o senhor Hammer lhe tinha acendido a estufa de gás. Inclusive lhe tinha comprado alguns víveres. [i] "A hospitalidade típica de Montana" [/i]-pensou Anahí com um sorriso. Ali, a gente se preocupava com os demais. Todo mundo era amável e simpático até com os turistas.


Observou os móveis de sua tia, velhos mais utéis e os objetos tradicionais da cultura indiana que tinham pertencido a seu tio. Tinha vasos por todas as partes, mas as plantas que continham estavam mortas, já que haviam passado tempo sem receber, desde a morte de sua tia. Só ficava com vida um philodendro, que Anahí levou à cozinha para regá-lo. 
Quando viu o telefone na parede, lançou um suspiro de alívio. Ia precisá-lo. Também ia depender de sua máquina de fax e do computador. Smith poderia levar tudo dali e ela poderia colocar na biblioteca. A porta da biblioteca tinha chave, o que protegeria seu segredo em caso que os Herrera se acercassem da casa.



Anahí se preocupava com o tempo que 'esse' projeto iria levar, ainda que era consciente de que os contratos de minerais eram sua máxima prioridade naqueles momentos. A empresa não podia expandir-se sem eles. Acontecesse o que acontecesse, teria que seguir adiante. Teria que se manter em dia com o negócio através de Dom e esperar que tudo seguisse seu rumo sem ela.



O pior de tudo era estar separada de Miguel. Estava virando um menino imperativo no colégio. Aparentemente, seu estilo de vida estava afetando ao pequeno mais do que tinha pensado. O trabalho havia ficado entre eles até o ponto de que Anahí não podia nem sequer sentar-se pra jantar com seu filho sem que o telefone os interrompesse.


O menino estava muito nervoso, igual que ela. Talvez pudesse aproveitar o tempo que ia passar em Billings para seu próprio benefício e adiantar um pouco do trabalho para assim poder dispor de mais momentos de lazer com seu filho quando regressasse pra casa.



Preparou café e sorriu ao ver que estava organizada a pequena cozinha. Os centros de mesa de crochê, que sua tia era tão apaixonada pra fazer, estavam por todas as partes. Enquanto se servia uma xícara de café, Anahí decidiu que não ia vendê-los com a casa. Ficaria com alguns objetos pessoais da casa e, por suposto, com o legado que o tio Corvo Andante tinha deixado para o pequeno Miguel.



Enquanto observava com carinho a formosa bolsa de flechas que tinha sacado de uma gaveta, recordou quando se sentava sobre os joelhos de seu tio e ele lhe contava histórias do passado. Tinha tantas coisas inexatas sobre a cultura indiana...


O que recordava com mais clareza eram os ensinos sobre dar e compartilhar, no qual seu tio lhe tinha explicado e do que eram inerentes à cultura dos índios Crow. A riqueza se compartilhava entre os componentes de cada tribo. O egoísmo resultava praticamente desconhecido. Ninguém passava fome ou frio no passado. Até os inimigos recebiam alimento e inclusive se fossem embora, prometiam não voltar a enfrentar os Crow. Nenhum inimigo era atacado se entrava num assentamento desarmado e com intenções de paz porque se admirava profundamente o valor.


Valor... Anahí derramou o café. Ia precisar muito valor. Recordou o rosto de Myrna Herrera e começou a tremer. Tinha que recordar que já não era uma adolescente muito pobre. Tinha quase vinte e cinco anos e era rica bem mais do que os Herrera. Devia ter em conta que, econômica e socialmente, era igual aos Herrera



Pensou na ironia por essa gente que era obcecada em acreditar que o dinheiro e o poder eram as respostas que podiam fazer suportável a vida. No entanto, o seu tio jamais lhe tinha importado as posses ou o dinheiro. Tinha-se sentido sempre muito satisfeito de trabalhar como guarda de segurança para os Herrera e tinha sido um dos homens mais felizes que Anahí tinha conhecido.



—Wasicum —murmurou, utilizando uma palavra Sioux com a que se denominava aos alvos. Literalmente, significava [i] "Vc não pode se livrar deles"[i].


Lançou uma gargalhada. Parecia ser completamente verdadeiro. A palavra com a que os Crow denominavam aos alvos era mahistda, que literalmente significava [i]"olhos amarelos"[i]. Ninguém sabia por que. Talvez ao primeiro alvo que viram tinha problemas de fígado.


Eles mesmos se chamavam Absaroka, o povo dos pássaros com fila de garfo. De menina, Anahí lhe encantava os enormes corvos da Montana. Poderia ser que aos antepassados dos Crow lhes tivesse ocorrido o mesmo.



Terminou o café e se levou a mala ao dormitório de hospedes. Anahí jamais tinha dormido ali. Tinha muito medo de voltar a encontrar-se com os Herrera, como para regressar a Billings.



Quando colocou todas suas coisas, Anahí saiu da casa e tomou o ônibus para ir a uma pequena loja de ultramarinos que tinha a pouca distância dali e adquirir algumas viandas. Fazia anos que não tinha feito algo tão ordinário. Em sua casa tinha donzelas que se ocupavam desse tipo de coisas. Sabia cozinhar, mas não praticava muito com freqüência. Sorriu ao recordar que a tia Mary costumava xingá-la por sua falta de habilidades domésticas.


Decidiu regressar andando. Ao passar pelo enorme parque de Billings, suspirou por sua beleza. No verão se celebravam shows e jantares ao ar livre. Sempre tinha algo programado. Billings era uma cidade bastante grande, que se estendia entre os Rimrocks e o rio Yellowstone. Ao oeste, estavam as montanhas Rochosas, ao sudeste, o Big Horn e as montanhas Pryor.


Anahí lhe agradava muito os campos que rodeavam a cidade, adorava a ausência de concreto e aço. As distâncias resultavam aterrorizadoras para os do este, mas 150KM não eram nada para um habitante de Montana.



Ao chegar à rua na que se encontrava a casa de sua tia, agarrou com força a bolsa da compra. Acabava de ver que uma elegante Jaguar [ ] que estava estacionado agora ali, não estava quando saiu. Talvez o cara da imobiliária tivesse ido procurá-la.



Sacou a chave do bolso. Não viu a figura que a esperava na cobertura da casa, até que subiu os degraus. Então, deteve-se no susto. O coração lhe deu um tombo.
[b]Alfonso Herrera[/b] era tão alto como o senhor Smith, mas as comparações terminavam ali. Alfonso aparentava misterioso e perigoso, apesar do traje de três peças que levava naquele momento. Quando deu um passo à frente, Anahí sentiu uma onda de calor por todo o corpo apesar da angústia dos últimos seis anos.



Ele estava bem mais velho. Tinha algumas rugas no enxuto rosto, coroado por espessas sobrancelhas negras e olhos marrons. O nariz era reto, a boca sensual. Levava um chapéu cowboy ligeiramente inclinado sobre a larga frente. Nos dedos sustentava um cigarro. Não havia parado de fumar.



—Poncho: Me pareceu que era vc — disse sem preâmbulo algum, com voz dura e cortante—. Na janela de minha empresa se vê a rodoviária.



Tal e como Anahí havia esperado. Recordou-se que era mais madura, mais rica do que Alfonso, ele já não tinha mais nenhum poder sobre ela.



—Any: Oi Alfonso —disse—. Me surpreendi te ver aqui nos bairros baixos.



—Poncho: Billings não tem bairros baixos. Por que vc está aqui?


—Any: Regressei pelo dinheiro de sua família — espetou ela— Se é que vc se lembra da última vez.



Alfonso realizou um gesto de perturbação. Meteu uma mão no bolso e colou um pouco mais a mão na fina tela das calças aos poderosos músculos de suas longas pernas.


Anahí teve que se esforçar para não olhar. Nu, aquele corpo era um milagre de perfeição, pele e pêlo escuro, que desenhavam o contorno do torso e do esbelto ventre e de suas delineadas pernas...



—Poncho: Depois que vc foi — admitiu de má vontade—. Tanksley disse a minha mãe que vc não tinha nada que ver com o roubo.



Anahí recordou que, Toby Tanksley era o cúmplice da mãe de quem ela tinha estado apaixonada e com quem se havia deitado. Só um estúpido zeloso poderia ter-se imaginado que ela tivesse deixado Alfonso por Tony, mas, considerando que Myrna tinha pago a este último para que inventasse a história, os detalhes que ela lhe tinha dado eram quase perfeitos.


Apesar do evidente que resultava tudo, Alfonso acreditou que ela foi capaz de cometer uma infidelidade e atos criminosos. O amor sem confiança não era amor. Inclusive tinha chegado a admitir que o único interesse que tinha sentido por ela tinha sido puramente sexual.



—Any: Me pareceu estranho que a polícia não veio atrás de mim — replicou ela.



—Poncho: Foi impossível te encontrar.



Não era de estranhar. Henry tinha a levado a uma ilha do Caribe durante sua gravidez, acompanhada do senhor Smith. Ninguém sabia seu verdadeiro nome. Todos a conheciam como Any Tennison. Alegrava-se lembrar que haviam tomado aquelas medidas. Tinha tido medo de que os Herrera tratassem de encontrá-la, ainda que só fosse para envergonhá-la.



—Any: Alegra-me saber — disse ela, com um verdadeiro sarcasmo. —Eu não me agradaria ter ido para à cadeia.


O rosto de Alfonso se fez mais severo. Franziu a testa enquanto analisava o rosto de Anahí.



—Alfonso: Vc está mais delgada do que eu recordava — disse—. Maior.



—Any: Vou cumprir 25 anos. Tu agora tens 32, não?



Alfonso afirmou com a cabeça e, então, olhou-a de cima em baixo. Sentia-se que voltava a morrer por dentro. Seis longos anos. Recordava ter visto lágrimas naquele jovem rosto e o som de sua voz desprezando-o a ele. Também recordava os extraordinários momentos na cama com ela, como o corpo de Anahí se ascendia sob o calor do seu e a voz lhe torturava ao gemer de prazer contra sua garganta...



—Poncho: Quanto tempo vai ficar aqui? —perguntou ele.



—Any: O suficiente para desfazer-me dessa casa.



—Poncho: Não vai conservá-la? —Quis saber, se odiando por dentro por ter sentido curiosidade suficiente e assim ter feito aquela pergunta.



—Any: Não, não creio que fique. Tenho muitos inimigos em Billings para poder me sentir bem aqui.


—Poncho: Eu não sou teu inimigo.



—Any: Não Alfonso? —Replicou ela, levantando o queixo—. Não é bem como recordava.



—Poncho: Tinha 18 anos. Era muito jovem. Jamais te perguntei, mas estou seguro de que tirei sua virgindade.



Anahí ficou vermelha. Alfonso recebeu aquela reação com um ligeiro sorriso.



—Poncho: Vejo que assim foi.



—Any: Sim foi o primeiro — disse ela—, mas não o último — adicionou com um sorriso—. Ou por acaso vc acreditava que ia ser impossível eu encontrar um substituto?



Alfonso sentiu como que pisassem em seu orgulho, mas não reagiu. Terminou de fumar o cigarro e o arrojou ao jardim.



—Poncho: Onde estava nos últimos seis anos?



—Any: Por aí, olha, a bolsa me pesa bastante. Tem algo pra me dizer ou se trata apenas de uma visita para demonstrar a rapidez que vc pode me jogar pra fora da cidade?



—Poncho: Vim perguntar se precisa de trabalho. Sei que tua tia não te deixou nada mais que faturas. Eu tenho um restaurante. Há um posto livre para uma garçonete.



Anahí pensou que aquilo era demais. Alfonso estava oferecendo um trabalho de garçonete para ela, quando, sem nenhum esforço, poderia comprar o restaurante inteiro. Se perguntou se isso era por arrependimentos de consciência ou por outro interesse. Fora como fora, não lhe faria nenhum estrago aceitá-lo. Lhe deu a sensação de que assim ia poder ver com freqüência aos Herrera, o que encaixava perfeitamente nos seus planos.



—Any: Muito bem — disse ela—. Tenho que preencher uma solicitação?



—Poncho: Não. Só tem que estar pra trabalhar às seis em ponto da manhã. Se não me engano, quando nos conhecemos, vc trabalhava num café.



—Any: Realmente.


 



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Autor(a): rannyelle

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Os olhos de Anahí se cruzaram com os de Alfonso e, durante um instante, os dois compartilharam a recordação daquele primeiro encontro. Ela derramou café em cima dele e, quando foi secar-lhe a roupa, as chispas saltaram entre ambos. A atração foi instantânea, mútua e... arrebatadora. —Poncho: Isso faz muito tempo & ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • julia_loveponny_aya Postado em 01/06/2016 - 22:35:32

    ESSA ELE MERECEUUUUUUU OHSKAKAKA CONTINUUAAAAAAAAA

  • franmarmentini♥ Postado em 09/05/2016 - 00:07:23

    fic novaaaaaaaaaaaaaaa haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

  • julia_loveponny_aya Postado em 29/04/2016 - 21:23:20

    Socooorrooooooo, cm vc me para justo aí??? Oahskaja continuuuuuuuuaaaaaaaaaa

  • julia_loveponny_aya Postado em 23/04/2016 - 22:21:59

    Essa myrna é uma cobraaaaa, q ódio!!! Afsss e o poncho é mt burrinho por acreditar sempre nessa mãe loka kkk continuuuuuaaaaaaa

  • julia_loveponny_aya Postado em 19/04/2016 - 15:12:47

    Continuuuuuuaaaaaa

  • Postado em 17/04/2016 - 12:29:14

    Continuaaaaaaaa <3 <3 <3

  • hittenyy Postado em 16/04/2016 - 22:24:58

    continuaaaa


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