Fanfic: Entre o Amor e a Vingança (Anahi & Alfonso) | Tema: Entre o Amor e a Vingança (Anahi & Alfonso)

—Myrna: Isso... isso foi, faz muito tempo —respondeu sua mãe, ficando pálida.

—Poncho: Como se tivesse sido ontem. Ela regressou à cidade, sabia?

—Myrna: Ela? —perguntou sua mãe depois de um silêncio quase sepulcral.

— Poncho: Sim. Anahí Puente em pessoa. Dei-lhe trabalho no restaurante.

Myrna Herrera vivia com seu terrível segredo, e com sua sensação de culpabilidade, fazia tanto tempo que tinha esquecido de que não era a única que sabia desse segredo. Anahí também o conhecia. Ironicamente, a informação que tinha utilizado para expulsar Anahí da cidade poderia voltar-se contra ela, com resultados devastadores. O escândalo podia terminar de destruir a relação que tinha com seu filho. O pânico se apoderou dela.

—Myrna: Não pode fazer isso! Alfonso, vc não deve voltar a se relacionar com essa mulher. Esqueceu o que ela te fez?

— Poncho: Não mãe, não me esqueci. Nem penso em recomeçar uma relação com ela. Uma vez foi mais do que suficiente. Sua tia morreu.

—Myrna: Eu não sabia — disse Myrna com certo nervosismo.

— Poncho: Estou seguro de que tem faturas que pagar e cabos soltos. Seguramente irá logo embora para o lugar donde veio, quando arrumar tudo isso.

—Myrna: Ela vai herdar essa casa — comentou Myrna, que não parecia tão segura.

—Poncho: Sim. Pelo menos terá onde ficar. Não sei onde tem estado todos estes anos, mas sei que não tinha nada quando saiu da cidade — concluiu, tomando um gole de whisky como se fosse água.

—Myrna: Isso não é verdade. Tinha dinheiro.

—Poncho? Talvez, esqueceu que Tony devolveu o dinheiro que, pretensiosamente, ela tinha roubado?

—Myrna: Estou segura de que tinha um pouco de dinheiro — insistiu, cada vez mais pálida—. Segura.

—Poncho: Jamais acreditei que ela tivesse tomado parte de algo assim. Tony nos contou a história como tivesse aprendido de cor e Anahí me jurou que ele jamais a tocou, que nunca tinham sido amantes.

—Myrna: Uma garota assim poderia ter muitos amantes...

Os olhos de Alfonso se escureceram ao recordar os momentos compartilhados com Anahí, o fogo que tinha ardido entre eles. Ainda a via tremendo pelo muito que o desejava. Teria sido assim com outro homem? Tinha sentido muitos ciúmes e bravo para escutar Anahí, quando sua mãe a acusou.

Alfonso começou a duvidar de sua participação no roubo só dois dias depois que Anahí já tinha saído da cidade. Tony devolveu todo o dinheiro roubado e Myrna fez questão de que o moço não fora preso. Tudo muito conveniente. Tudo depois que Anahí deixou a cidade. No entanto, ela jamais tinha parecido culpada senão... derrotada.

Talvez deveria ter questionado tudo o ocorrido, mas se arrependia da atração que sentia por Anahí naqueles momentos. Quase tinha sido um alívio que ela saísse de sua vida. Desde então, tinha tido um par de breves relações, mas nenhuma mulher tinha feito que ele perdesse o controle como tinha conseguido Anahí. Nunca acreditou que pudesse voltar assim. Sentia-se morto por dentro, igual a Anahí quando saiu da cidade. Parecia que algo tinha morrido dentro dela. Os olhos acusadores lhe tinham deixado uma impressão indelével no pensamento. Seguia vendo-os inclusive depois de seis anos.

—Poncho: Tudo é passado. Ainda que me sentisse atentado, não fica nada. Ela só foi uma aventura, nada mais.

—Myrna: Alegro-me de ouvir vc falar assim —disse Myrna, um pouco mais descontraída—. Alfonso, uma garçonete com um índio de pura raça por tio, não é nossa classe de gente.

—Poncho: Não te parece um comentário algo esnobe para uma descendente de um desertor britânico?

—Myrna: Disso não se fala!

—Poncho: E por que não? Todo mundo tem uma ovelha negra na família.

—Myrna: Não seja absurdo. As ovelhas não se sobem às árvores — comentou Myrna, deixando seu crochê—. Irei dizer a Ellen que vc não vai jantar aqui.

Saiu do salão. Não deixava de sentir medo pelas possíveis novas complicações. Não sabia o que ia fazer. Não podia consentir que Anahí Puente estivesse em Billings, sobretudo quando estava tratando de conseguir que Alfonso se casasse. Teria que conseguir que Anahí saísse da cidade e rápido, antes de que Anahí pudesse achar alguma maneira de Alfonso ver o que aconteceu.

O menino... Será que estava? Myrna rangeu os dentes ao pensar que um filho de Alfonso pudesse ter sido adotado. O menino era um Herrera, sangue de seu sangue. Então, não pensou nisso, pensou só no que seria melhor para Alfonso. Sabia que Anahí não era a mulher mais adequada para seu filho e decidiu tirar ela do caminho de Alfonso. Se Anahí não tinha abortado, poderia conseguir de algum modo o menino. Pensaria adequadamente e trataria de encontrar o modo de explicar a Alfonso sem que ele voltasse a recomeçar uma relação com Anahí. Depois de ter superado a ameaça uma vez, estava segura de ter a capacidade suficiente para voltar a fazê-lo.

O dia passou muito rapidamente para Anahí. Foi ganhando confiança em seu trabalho e agradou a ela as pessoas que trabalhavam com ela. Sentia especial preferência por Theresa, que tinha vinte anos e era uma Crow, como o tio avô de Anahí.