Fanfic: O Retrato - AyA | Tema: Rebelde

Anahí:

Sempre sonhei com um futuro cheio de conquistas, estudei tanto que me faltava tempo para socializar. Nunca tive muita facilidade em arrumar amizades, colegas diversas vezes, era rodeada deles, mas, os amigos já era um assunto mais complicado, a verdade é que poucos ficavam e estavam comigo quando eu realmente precisava. E mesmo com pouco tempo e amigos, ele sempre estava lá. Mesmo que diversas vezes eu tenha recusado ir até o barzinho com ele, que eu tenha recusado aquela social com ‘’colegas’’ ou até suas ligações, ele nunca desistia de mim. E quando tinha minhas desilusões tão rotineiras ele me abraçava e dizia que estava tudo bem, que em algum momento iria aparecer alguém pra bagunçar ainda mais minha bagunça, esse era Christian, o melhor amigo que a vida poderia me dar. Era uma sintonia tão incrível que quem nos via, diria que erámos mais irmãos do que qualquer outra coisa. E de fato minha mãe o tratava como filho, já que antes da rotina maluca que eu criei ao entrar na faculdade ele praticamente morava na minha casa, e nós amávamos isso.

Eu sentia muita falta de Christian apesar de nos falar todos os dias via whatsapp ou sinal de fumaça, mais sabe a presença da pessoa? Pois é. Só que quando eu de fato respirava ele já tinha compromisso com alguns amigos e até tentava me arrastar e isso nunca funcionava por que eu não queria uma noite fora com pessoas que eu mal falava, eu com certeza iria dar preferência à um bom filme no netflix e era o que sempre acontecia, assim sendo já completava 4 meses que eu não via Christian fisicamente. E eu sabia que isso estava o magoando mais o que eu podia fazer? Era minha noite de sono e disposição para semana em troca de uma noite sem dormir por uma semana pior que o normal. Christian não precisava trabalhar seu Pai havia ganhado na loteria há poucos anos e com isso, ele vivia de farra e sexo. Eu até tinha uma vida estável, meus pais bancam minha faculdade, o dinheiro do estágio era bom diante do mercado e eu usava só para mim, mas eu amava o que havia escolhido e para isso era necessário batalhar e odiava depender de meus pais para ir a um cinema, ou até para pegar um taxi. E falando em pais, me sinto completa com eles ao meu lado, são minha base em todos os sentidos.

Com o desastre da minha vida amorosa só me restava acreditar no meu potencial no trabalho e era isso que eu focava, e na faculdade claro!

Todos os dias quando eu levantava as 06h00 da manhã eu olhava para o teto do meu quarto e me perguntava quando EU seria rica, aquilo por mais amor que eu tinha não era uma vida de Deuses. Era rotineiro e cansativo mesmo com o amor, faltava um pouco de ação e isso não acontecia mesmo, mais desistir de acreditar também não era opção, então eu seguia assim.

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Alfonso:

Eu tenho apenas 21 anos, mais a cobrança que vinha em cima de mim era como se eu já tivesse 40 anos de experiência naquela empresa. Trabalhar em uma construtora como a Camargo Correa era como ser presidente do país, ainda mais com a promoção que eu recebi graças a meu ultimo projeto. Era difícil lidar com tanta responsabilidade, mas, eu tinha todas aquelas festas para me deixar sem dormir e vir com todo gás como todas as manhãs.

Meus pais vivem moderadamente bem com a herança que o vovô deixou para minha mãe com isso, minha irmã mais nova de 19 anos vive todas as mordomias que uma adolescente quer carrinho do ano, celular de ultima geração e zero esforço físico, ou seja, trabalho. Alana é meu ponto mais fraco, sou capaz de dar o mundo por ela apesar de tantas diferenças ela sabe ser coerente e justa quando necessário. E meus pais? Bom eles vivem viajando, tem um negocio próprio de perfumes importados e com isso, saem por ai para divulgações. E o que mais pesam para eles, é o fato de eu estar saindo sempre, por isso vim morar no meu apartamento que ganhei aos 18 anos, assim ninguém pede satisfação e evitamos brigas.

Eu tenho certeza que quando pisei naquela faculdade de escolhi o meu curso seria algo a seguir de corpo e alma. Nunca me imaginei fazendo algo que não fosse projetar aqueles prédios enormes onde eu colocaria tudo que eu realmente queria e achava necessário, ser arquiteto é como construir a cada novo projeto uma vida, era realmente exaustivo porém me enchia de orgulho a cada novo projeto.

Confesso que nunca fui de gostar muito das pessoas, namorei umas 5 vezes a que mais durou foi a de 8 meses mas, eu dei o pé por que existia tantas coisas que eu podia fazer solteiro, e meu companheiro fiel dessas farras Renan me deu muita força para que isso fosse possível, não sei ao certo como mais quando já via, existia várias fotos das noites anteriores onde a alegria era esbanjada, eu me sentia feliz e suficiente comigo mesmo, nada poderia mudar isso.