Fanfics Brasil - Capítulo 2 A Cama da Paixão - AyA - Adaptada

Fanfic: A Cama da Paixão - AyA - Adaptada | Tema: Rebelde, AyA, Ponny, RBD, Romance


Capítulo: Capítulo 2

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Um mês depois de ter comparecido ao enterro de seu primo e de ter ajudado a viúva a tomar as providências mais urgentes, Alfonso pôde voltar a Londres. Porém, ao chegar, deu-se conta do quanto estava certo sobre as noções de amor e de dever de sua esposa.


Anahí não se mudara para a mansão da cidade, nem estava em Enderby, a casa de campo em Chiswick, onde costumava morar a maior parte do ano. Os criados tampouco sabiam de seu paradeiro, o que fez Alfonso suspeitar de que ela se refugiara na residência do duque de Portilla, em Grosvenor Square.


Ao chegar à casa de seu cunhado, suas suspeitas se confirmaram. Anahí se encontrava lá. Podia imaginá-la à soleira de Portilla, pedindo abrigo para se livrar do marido.


O duque, como sempre, o recebeu de forma desagradável, entrando no vestíbulo com ar de poucos amigos, sem saber que Alfonso não se deixava intimidar por ele. Por sorte, o duque foi direto ao assunto:


— Acredito que tenha vindo ver minha irmã.


Sem muita disposição para discutir o óbvio, Alfonso sustentou o frio olhar de Lorde Portilla.


— Não. Vim buscar minha esposa.


 


***


 


Anahí encarava o irmão, incrédula.


— Então, Alfonso pode me arrastar daqui e não há nada que se possa fazer?!


Anthony olhou para ela sem responder e, nesse olhar, Anahí pôde distinguir muita emoção, ódio por Alfonso, compaixão por sua situação e remorso, por não ter impedido aquele casamento. Mas pôde vislumbrar ainda mais uma coisa: sua ida era inevitável!


— Como posso partir com ele?! Depois de tudo o que aconteceu, como voltarei a viver como esposa de Alfonso?!


— Você é a esposa dele.


Anahí olhou com tamanha perplexidade para Daphne, sua cunhada, que ela se viu obrigada a dizer algo.


— Não há mesmo nada que possa fazer, querido? Afinal, você é um duque, e dos mais influentes.


— Minha influência é inútil neste caso. A lei está do lado dele e, se eu tentasse impedi-lo, Herrera poderia me acionar judicialmente, e eu seria obrigado a entregar Anahí por decreto legal. Se quiserem, posso tentar, mas é batalha perdida.


Anahí teve vontade de pedir para ele tentar de qualquer forma, mesmo sabendo do resultado.


— Seria um escândalo, não é mesmo, Anthony?


— Sim, Anahí, e você seria considerada culpada, não ele. Com o aparecimento de Herrera no baile de Lady Kettering e a notícia da morte do primo, as pessoas estão comentando.


— E o que dizem? Que até que enfim meu marido resolveu me colocar em meu devido lugar?


Anthony não confirmou nem negou a conclusão da irmã. Em vez disso, estendeu-lhe um copo de conhaque.


— Não preciso de bebida, Anthony, mas de um divórcio! — Anahí se desesperava.


— Sabe muito bem que é impossível, minha irmã.


— Eu sei, eu sei. Céus, o que vou fazer?! — Anthony, esbravejando, levantou-se.


— Vou descer e tentar conversar com Herrera.


Quando o duque saiu, Daphne sentou-se ao lado de Anahí, abraçando-a para tentar confortá-la.


— Oh, Daphne, como gostaria de poder voltar e desfazer o passado! Como fui estúpida!


— Você nunca foi estúpida, querida.


— Fui, sim. Anthony tentou me avisar. Disse que eu era jovem demais, que podia esperar para me casar. Ele tentou, em termos delicados, me dizer que Alfonso era como o pai dele, irresponsável e aproveitador. Porém eu estava tão apaixonada, tão determinada a desposar Alfonso que não o ouvi, e Anthony desistiu. Meu Deus, por que não lhe dei ouvidos?!


Os braços de Daphne a estreitaram.


— Não faça isso, meu anjo. Não se culpe, nem se torture com o que não pode ser desfeito.


 


Anahí olhou nos olhos violeta que tinham conquistado seu irmão três anos atrás. De certa forma, ela ajudara Daphne e Anthony a se encontrar e ficou feliz quando se apaixonaram. Às vezes, chegava a sentir um pouco de inveja da cunhada. Ter o amor puro e sincero de um homem bom e honesto devia ser uma coisa maravilhosa.


Forçou-se a sorrir.


— É melhor você descer e cuidar para que Anthony não mate Herrera, meu bem. Sabe que eles nunca se deram.


 


Ao se ver sozinha, Anahí se aproximou da janela.


Era uma linda tarde de abril, e ela recordou as inúmeras ocasiões em que ficara bem ali, esperando pela chegada de Alfonso, tão ansiosa, tão enlevada. Como doía lembrar-se daqueles dias em que acreditara na felicidade do amor correspondido! Como fora cega e inocente ao crer nele, em sua devoção, em suas juras de amor.


Apertou a testa contra a vidraça. Tudo aquilo era falso. Alfonso amava sua fortuna, e tudo o que desejava eram outras mulheres. Anahí ainda se lembrava de como ele a deixara sem sequer tentar compreender seus sentimentos e de como se jogara nos braços de uma amante após outra.


Voltou as costas para a janela como se, assim, pudesse apagar tudo da memória. Afinal, não era mais uma mocinha ingênua, não estava mais apaixonada e não seria enganada de novo. Tinha de haver uma saída para aquela situação, e iria encontrá-la.


Alfonso sempre fora uma pessoa amigável e de temperamento calmo, mas quando provocado, quando atingia seu limite, os resultados podiam ser catastróficos. Na maioria das vezes, era fácil para ele conservar o bom humor, pois sabia que dizer algo espirituoso ou engraçado era importante para aliviar as tensões e manter situações difíceis sob controle. Raras eram as ocasiões em que precisava esforçar-se para ser civilizado, e estas, em geral, envolviam seu cunhado.


— Agradeço sua preocupação com minhas finanças, meu caro duque, mas não estou precisando de dinheiro — disse, tentando manter a jovialidade.


Viu o tremor de um músculo na face do duque e, como acabara de receber uma oferta de suborno para ir embora, não pôde evitar certa satisfação com o desapontamento do cunhado.


— Sua falta de interesse em meu bolso me espanta, Herrera. Você não recusaria uma oferta como esta alguns anos atrás, antes de ter se casado com minha irmã.


— Quem poderia me condenar por ter ficado fascinado por seu dinheiro? — Alfonso fez um gesto largo para a opulenta sala, toda decorada em turquesa, branco e dourado. — Você adora exibi-lo.


— Herrera?


Os dois se voltaram para ver a duquesa entrar na sala.


— Obrigada por ter vindo.


 


Alfonso ficou feliz com a interrupção, mas notou que Anahí não estava com Daphne. Em todas as crises de sua vida, ela corria para o irmão, e Anthony sempre lhe dava abrigo.


Começou a preparar-se para a inevitável batalha que se avizinhava. Portilla era um adversário terrível, com muito mais poder e muito mais recursos que ele, e a situação estava a ponto de se tornar insustentável. Anahí sabia que ele odiava situações semelhantes, mas, se ela achava que isso o faria desistir, estava enganada.


— Duquesa... — Alfonso cumprimentou a concunhada com uma reverência e um beijo na mão. — Que prazer revê-la.


— Soube da morte de seu primo. Sinto muito, miLorde. — Alfonso estremeceu ao ouvir aquilo. Estava tudo ainda muito recente para que conseguisse reagir com naturalidade. Engoliu em seco e demorou um pouco para responder:


— Obrigado.


 


Alfonso encontrara a duquesa de Portilla apenas algumas vezes antes, mas Daphne sempre lhe pareceu uma mulher sensível e que, decerto, compreendia como ele se sentia. Logo começou a falar de coisas banais e, para seu alívio, o marido a acompanhou.


Sentaram-se em pequenas cadeiras douradas e comentaram sobre o clima, os últimos eventos da temporada e sobre Dylan Moore, um amigo em comum. Todavia, quando meia hora se passou e Anahí não apareceu, a paciência de Alfonso começou a se esgotar.


Num momento oportuno, mudou o rumo da conversa para falar sobre sua esposa.


 


— Perdão — disse à duquesa — , mas a viscondessa e eu temos de partir. Será que poderia mandar algum empregado trazer os baús dela aqui para baixo?


— Vou ver se ela os preparou. — A diferença entre as palavras de Daphne e o pedido dele confirmou as suspeitas de Alfonso. Ia ter de brigar.


 


Assim que os dois homens ficaram a sós, moveram-se para lados opostos do ambiente, como se por acordo tácito tivessem decidido se manter distantes um do outro. Nenhum deles tornou a se sentar; nenhum deles voltou a falar. A tensão reinante era densa e pesada como numa tarde de agosto antes da tempestade. O som de passos fez Alfonso virar o rosto para encontrar o olhar de Anahí. A luz do sol brilhava em seus cabelos, e o estranho sentimento de volta ao passado invadiu-o de repente.


Nove anos haviam transcorrido, e parecia que fora ontem. Anahí estava tão linda e adorável, ali parada à soleira como naquele tempo. Só que, naquela época, o semblante da menina se iluminava de alegria ao vê-lo. O da mulher diante dele mostrava tristeza. Culpa de ambos, decidiu.


Anahí entrou na sala e se dirigiu ao irmão:


— Anthony, gostaria de falar com Alfonso a sós, se possível.


— Evidente. — Sem olhar para Alfonso, o duque se foi. Anahí fechou a porta atrás e afirmou, sem se importar em fazer rodeios:


— Não irei com você. — Pronto. A guerra começara.


— Ainda bem que sou bem mais forte do que você.


— É sua intenção me carregar para fora daqui, Alfonso? Seria capaz de tamanha brutalidade?


— Num piscar de olhos.


— É bem próprio do sexo masculino apelar para a força bruta quando não há mais argumentos.


— Às vezes, a força bruta é a única solução.


— Anthony jamais deixaria que você me levasse contra minha vontade.


— Imagino. Mas nesse caso eu entraria com uma petição no Parlamento, e Portilla seria obrigado a entregá-la para mim. Claro que ele já lhe disse isso.


Sem negar ou confirmar a informação, Anahí continuou, com firmeza:


— Eu mesma poderia pedir o divórcio.


— Alegando o quê? Não tem motivos, minha querida, e depois de um terrível escândalo, que a arruinaria para sempre e arrastaria também a família de seu irmão, você perderia. Os únicos motivos para uma mulher pedir o divórcio são parentesco e impotência. O que, lógico, não tem nada a ver conosco. Não somos parentes e, quanto à segunda hipótese, ninguém acreditaria.


— Ainda mais se considerarmos sua reputação. Se eu tivesse amantes, você poderia alegar adultério para se divorciar de mim. No entanto, não posso usar isso contra sua pessoa, apesar de suas namoradas não serem nada discretas.


— Um homem precisa ter certeza de que seu herdeiro é legítimo. Por isso a lei é como é. As mulheres nunca têm esse tipo de dúvida.


— Talvez eu devesse fazer como você e arranjar um amante. — Anahí ergueu o queixo, desafiadora. — MiLorde pediria o divórcio e eu estaria livre.


Aquilo Alfonso não poderia ignorar. Assim, reagiu, ameaçador:


— Não tente, Anahí!


— Preocupado, Herrera?— Ela arqueou uma sobrancelha.


— Você seria condenada por ter um amante antes de me dar um herdeiro. Não suportaria a censura.


— Já sou criticada por não ter lhe dado um filho. Talvez ache que valha a pena suportar mais um pouquinho.


Alfonso se moveu para ficar atrás dela e colocou as mãos em seus braços. Anahí tentou fugir ao contato, mas ele a apertou um pouco mais, para evitar que se afastasse. Sob a seda verde do vestido, o corpo de Anahí parecia de pedra.


— O divórcio está fora de cogitação, minha querida, portanto, pare de desejá-lo. Além do mais, nenhum de nós dois tem de passar por isso.


— Eu poderia fugir para o continente, ir para a França, por exemplo, e você nunca mais me acharia.


— Esconder-se? — Aquilo o surpreendeu.


 


E também o afligiu. Era uma possibilidade remota, mas poderia funcionar. Portilla enviaria dinheiro para a irmã para qualquer lugar que ela escolhesse, e Alfonso teria de correr o mundo todo atrás dela. Se conseguisse se refugiar por muito tempo, passaria da idade de gerar filhos, e ele nunca teria um herdeiro legítimo para desbancar Bertram.


Claro que não podia deixá-la ver que o atingira. Forte e impulsiva como era, se percebesse que sua ameaça surtira efeito, Anahí partiria para a França em menos de uma hora.


— Eu a acharia, Anahí. E, se me permite dizer, nunca me ocorreu que fosse tão covarde.


Ela respirou fundo.


— A ideia de ter o canal da Mancha entre nós me alegra muito, sir.


— Seria uma existência muito solitária. Sei que não suportaria ficar longe de sua família, de seus amigos. E, se tornasse a frequentar a sociedade, eu a encontraria. Pense bem, nunca mais veria Anthony e Daphne.


Os ombros de Anahí tremeram um pouco ao ouvir aquilo, e, quando voltou a falar, Alfonso soube que não iria para a Europa:


— Estou cercada de impossibilidades.


E de repente Anahí pareceu tão triste e perdida que se Alfonso não tivesse sido chamado de bruto e mau-caráter teria sentido pena da jovem dama.


— Está tornando as coisas mais difíceis do que são.


— Verdade?! E esperava que fosse fácil, Alfonso? Que eu me deitasse passivamente e cumprisse meu dever para com meu amo e senhor, como a maioria das esposas faz? — Ele soltou uma gargalhada.


— Você? Seria mais provável que eu fosse atingido por um raio. Minhas chances seriam bem maiores.


Pela expressão de raiva, Herrera constatou que Anahí não compartilhava de seu bom humor. Por isso, tornou a ficar sério.


— Primeiro, você nunca foi passiva para fazer amor, e não imagino que queira começar a ser agora. Segundo, gostaria que não se concentrasse apenas na obrigação de me dar um filho, mas também no prazer que isso nos daria.


A afirmação a fez corar. Oito anos não foram suficientes para destruir todas as lembranças de sua cama de casal. Alfonso preferiu ver isso como um bom sinal.


— Esta situação pode ser fácil ou difícil. Depende de você.


— E se eu escolher o caminho mais difícil? E se me recusar a cumprir meu dever de esposa? O que fará, Herrera? Irá arrastar-me para o leito?


De todas as mulheres no mundo, ele se casara com a mais teimosa.


— Nunca forcei nenhuma mulher em toda a minha vida. E você deveria saber disso melhor que ninguém. Quantas vezes poderia ter batido na porta que você fechou entre nós?


— E por que não o fez?


— Não sei. Talvez porque você tivesse o hábito de explodir em lágrimas toda vez que eu a tocava.


— Descobrir que meu marido mentiu para mim e me enganou não é motivo para chorar?


— Ou... — continuou como se não tivesse sido interrompido — ... porque você sempre começava a fazer acusações quando eu tentava beijá-la. Ou porque você batia em meu peito quando procurava abraçá-la. Perdoe-me, mas ser tratado como um canalha por querer tocar minha própria esposa tirava de mim toda a vontade.


— Você nunca me amou. Como acha que me senti quando descobri isso?


— Deus, tenha piedade! Vamos falar de sentimentos, de novo? — Alfonso cruzou os braços e não disse mais nada, pois sabia que perderia esta batalha.


— Como acha que me senti quando descobri que você tinha uma amante antes de nosso casamento, enquanto me cortejava, me beijava e dizia que me amava? — Anahí cerrou os pulsos e ergueu-os no ar. — Até mesmo no dia de nosso casamento você foi para a cama com Elsie Gallan. Mesmo depois de casados, você...


— Não, Anahí. Depois de casados, não.


Alfonso já explicara toda a confusão sobre o colar que comprara para pagar o contrato de Elsie. Não ia explicar-se de novo.


— Cinco amantes desde então, Herrera, e Deus sabe quantas outras que nem fiquei sabendo.


Ele não pretendia justificar seus casos depois de ter sido expulso da cama de Anahí. Um homem não tem de se justificar por isso.


— Tem prestado atenção, não é?


— É difícil não fazê-lo quando os jornais e as alcoviteiras de plantão me contam tudo, em detalhes. Tive de me sentar com Lady Darwin e tomar chá com ela, fingindo que não sabia de nada. Quando Lady Pomeroy se tomou sua amante, tive de suportar o sorriso satisfeito que ela demonstrava e as insinuações sobre suas proezas sexuais.


— Anahí!


— Fui forçada a ouvir as pessoas no teatro comentando que criatura maravilhosa Jane Morrow era. — Fez uma pausa, sentindo as mãos geladas. — E como sua falta de talento não tinha a menor relevância, pois sua beleza e hospitalidade compensavam tudo. Também escutei os cumprimentos no recital de Maria Allen. Como a moça cantava tão bem, saciada em sua cama, até que o marido atirou em você. E Emma Rawlins é a amante desta temporada, aquela cuja formosura e talento sexual são o assunto predileto nas rodas que frequento.


— Não estou mais com Emma Rawlins. Já faz três meses, aliás. As alcoviteiras estão com as notícias atrasadas.


— Não se importa com a humilhação que sofri todos esses anos por sua causa, Alfonso.


— Fui procurar prazer onde podia encontrar, depois que você me desprezou.


Herrera detestava a maneira como Anahí o transformara num vilão por tentar satisfazer necessidades físicas tão naturais, que ele só procurara, por ela ter se recusado a recebê-lo.


— Pelo amor de Deus, Anahí, sou homem! O que esperava que eu fizesse? Ficasse ao seu lado e implorasse? Que me tornasse um monge por oito anos? Que me sentisse culpado até o fim de meus dias porque fiz o que tinha de fazer?


— O que você tinha de fazer, Alfonso? Casar-se comigo por dinheiro?


— Sim! Sim, casei-me com uma mulher rica para salvar minha propriedade da ruína. Fiz o que achei que seria uma boa união com uma garota de quem gostava e que desejava. Quando essa jovem me expulsou de seu leito, tentando me manipular com lágrimas e remorso, eu parti. Em meu lugar, qualquer outro homem teria feito o mesmo.


— Que tola fui! Cheguei a crer que você era melhor que qualquer outro homem.


— Sei que pensou. — Alfonso olhou para a mulher cujo rosto estava cheio de ira e vislumbrou a mocinha adorável e vulnerável de anos atrás; a garota com o brilho do sol em seus cabelos e adoração no olhar, tudo aquilo era para ele. Anahí o odiava agora porque o marido caíra do pedestal em que o colocara. Deixara de ser um herói e se tornara um sujeito comum. A raiva de repente se dissipou. — O que quer que eu diga, Anahí?


— Nada. Quero que me deixe em paz. Bertram tem dois filhos. Permita que herdem o título depois de você.


— Nunca. Não posso.


— Bem, então voltamos ao ponto de partida.


Sim, voltaram. E Alfonso estava farto das mesmas discussões, das mesmas acusações, do silêncio de pedra, de camas separadas, dos mesmos problemas. Não queria mais aquilo. Com isso em mente, decidiu endurecer sua decisão.


— Começamos nossa vida juntos há nove anos, e as circunstâncias agora nos obrigam a retomá-la. Não quero continuar com esta briga inútil. O único ponto aberto a negociações é onde vamos morar. Decida, Anahí: Enderby ou Bloomsbury Square. Enderby fica a nove quilômetros de Londres, o que não é conveniente. Minha mansão na cidade está bem equipada para um solteiro, e é um tanto espartana, então...


— Nem conheço mais você. — Meneou a cabeça, olhando-o com horror. — De fato, acho que nunca conheci. Não posso voltar a viver como sua esposa depois de tudo o que houve entre nós.


— Não tem havido nada entre nós. Acho que esse é o ponto crucial.


— E espera que eu concorde com isso?


— Não espero, Anahí. Eu exijo. Amanhã é domingo, portanto, arrume suas coisas. Virei buscá-la às duas horas. — E caminhou em direção à porta.


Quando estava no meio da sala, ouviu-a falar:


— Não vê que isso não irá funcionar? Já esqueceu como era? Nosso lar era um inferno.


— Era? — Alfonso olhou para ela, tentando relembrar o tempo em que viveram juntos. Não os últimos anos, quando passavam poucos meses na capital para manter as aparências. O que gostava de recordar eram os primeiros dias.


Furiosa, Anahí ficou olhando para a porta que ele acabara de fechar, mas, na verdade, o que via era o rosto da amante que Alfonso tinha, mesmo quando ainda lhe fazia a corte. Contavam pouco mais de seis meses de casados quando Anahí descobriu sobre Elsie. O marido tentou explicar que rompera com a jovem antes do matrimônio, jurou que nunca mais estivera com ela depois de casado, mas, mesmo que fosse verdade, não negara ter estado com Elsie até o dia das bodas.


Mesmo admitindo que tinha outra mulher enquanto lhe fazia a corte, Alfonso jurara amá-la, e não via razão para que Anahí o expulsasse do leito conjugal. Jamais tentara compreender o quanto sua mulher estava magoada, nunca pedira perdão, nem dissera mais palavras de amor. Simplesmente esperou cerca de um mês para que Anahí voltasse a recebê-lo no quarto do casal. Ela não o fez, e Alfonso começou a substituir uma amante por outra, até o ponto em que Anahí deixou de se importar com o que ele fazia ou com quem.


E agora, Alfonso queria retomar o relacionamento. Mas não por ela, não porque a amasse, mas porque precisava de algo que só ela poderia lhe dar: um filho legítimo, um herdeiro.



Lutando para não perder o equilíbrio que a muito custo conquistara, Anahí tentou substituir a raiva que sentia pelo antigo orgulho, que tantas vezes colocara entre eles. Alfonso poderia ter a mulher que quisesse, na cama que quisesse, mas não ela. Nunca mais.


 


 


_____________________________________________________________________________________


 


 


 


hadassa04: Que bom que gostou... posto esse primeiro capítulo em sua homenagem por ser a primeira pessoa a ler a fanfic.


 


Pessoal: pretendo postar uma história que, provavelmente já foi postada por aqui, mas não encontrei novamente. E como faz um bom tempo que eu tenho "Bem profundo" adaptada, esperando o meu tempo livre, irei postá-la. Se quem postou e se incomodar por eu estar postando novamente, me avise ok? :))


 


Aos que favoritaram a fanfic A Cama da Paixão: Sejam bem vindos e espero que gostem da história. Ela é bem breve.




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Autor(a): DuaneStories

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 7



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  • Postado em 11/05/2016 - 13:57:46

    Estou adorando essa fanfic! Pena q está quase na reta final

  • carla_marielt Postado em 09/05/2016 - 16:33:22

    Continua... ..

  • fersantos08 Postado em 27/04/2016 - 16:02:58

    Uhuuuul mais uma fanfics diva, batendo palminhas aqui de felicidade :) postaaaa maaaaaiiiiis

  • ponnyforever10 Postado em 27/04/2016 - 11:53:43

    Leitora nova,adorando ver poncho tentando conquistar a Anahi kkkk.Continuaa

  • Nayara_Lima Postado em 22/04/2016 - 17:44:34

    Ameeei continua....

  • hadassa04 Postado em 21/04/2016 - 20:04:37

    Primeiro comentário é meu.... Então mereço uns 5 capítulos

  • hadassa04 Postado em 21/04/2016 - 20:03:50

    Opa adorei a sinopse pode postar


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