Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

O clima estava pesado. Ana Beatriz achou melhor deixar as duas sozinhas. Não queria participar daquilo. Foi para o quarto, mas assim que fechou a porta do mesmo, começou a rir... A sua cunhada era uma doida mesmo.

Dulce tinha soltado a vassoura na mão e encarava a Anahí. Os olhos pareciam duelar, porém, não eram capazes de camuflar tantos sentimentos que estavam á flor da pele. O amor era gritante, mas também tinha a mágoa, a dor, o ciúme e a doce saudade...

— Vá embora do meu apartamento, agora! — Anahí voltou a gritar. O seu corpo estava coberto apenas pelo o lençol. Estava furiosa com a Dulce, por tantas coisas. Sua vontade era de avançar em cima da mesma e esbofeteá-la, de feri-la fisicamente para que a dor se assemelhasse um pouco a dor sentimental que sentia.

— Não me mande embora que não sou a sua amante! Sou a sua mulher e você me deve respeito. — Dulce ponderou a voz, mas o tom ainda saiu forte.

Anahí deu uma gargalhada e bateu palmas.

— Minha mulher? Merece respeito? Você não pensou nessas coisas quando me deixou menos de 24 horas do casamento. — Anahí gritou. O seu corpo estava tremendo, e infelizmente, as lágrimas começaram a cair, amargando o momento. — Você não tem nenhum direito de vir aqui e bancar a minha esposa, esse papel não cabe á você.

— Cabe e eu continuarei sendo. — Dulce rangeu os dentes. As lágrimas queimaram em seu rosto. Não queria brigar com a Anahí. Não era assim que imaginava a conciliação, porém, estava magoada por ver a sua esposa com outras pessoas. — Eu errei em ir embora e deixa-la, sim. Mas em nenhum momento deixei de pensar em você, deixei de querer você. E voltei por isso, porque percebi o meu erro. Só não esperava que você fosse tão baixa a se deitar com essas pessoas.

— O que você queria? Que eu ficasse aqui, sozinha... Sofrendo por amor? — Anahí perguntou com deboche, depois balançou a cabeça em negativo. — Não minha querida. A vida é muito curta para ficar chorando por alguém que não merece. — Limpou as suas lágrimas, mas elas continuaram a cair. — Você não merece as minhas lágrimas, muito menos os meus sentimentos. E sinto em lhe informar que continuarei sim, sendo baixar e ficando com quem bem entender.

— Você não pode fazer isso! — Dulce gritou e se aproximou. — Eu sou a sua esposa e estou aqui. Você me deve respeito, fidelidade e lealdade. — A voz da morena estremeceu. — Nos casamos para o todo sempre, fizemos juras. Você não pode quebrar a nossa promessa!

Anahí cruzou os braços. Olhando de frente á morena, sentindo o perfume adocicado que deixava os seus sentidos em alerta, parecia que todos aqueles dias que passou de sofrimento foram irreais. Porém, as feridas ainda estavam abertas.

— Fidelidade? Lealdade? Você está se escutando? Você tem um pouco de noção em sua vida? Você quebrou os nossos juramentos quando foi embora. Você não tem a moral de pedi, e muito menos ordenar nada. Quando me deu as costas e partiu para o seu mundinho de medo, não imaginou que as consequências aconteceriam? Isso... — Anahí movimentou o dedo em circulatório. — Que você presenciou hoje é a consequência de sua decisão. Não temos mais nada.

Dulce abaixou a guarda depois do que escutou. Percebeu que naquele ritmo, não chegaria á lugar alguém. Engoliu o ciúme e também o orgulho. Voltou para Recife pra se reconciliar com a sua esposa, e não piorar tudo.

— Não! — Dulce chorou. — Não diga isso. Por favor. — Se aproximou mais de Anahí, e tentou segurá-la pelos braços, mas a loira deu um passo para trás. — Eu tive medo, muito medo depois daquele jantar, achei que você iria despertar no dia seguinte e se arrependeria de ter casado comigo. Foi o amor erro que cometi em toda a minha vida. Mas fiquei tão insegura que o meu primeiro pensamento foi fugir e poupá-la de futuras vergonhas. Mas o meu amor por você continua intacto. Eu a amo com mais intensidade do que a última vez que nos vimos. — Dulce soluçou. — Por favor, acredite em mim. Eu voltei para tentarmos novamente... Para sermos felizes.

Anahí não esperava o choro da morena. E isso a arrasou por dentro, nunca suportou ver a Dulce chorando... Abaixou os olhos por não aguentar ver os olhos de Dulce. Mas também estava chorando. Voltou a olhar para Dulce.

— Queria que fosse fácil simplesmente passar uma borracha no passado e seguir em frente. — Anahí murmurou. — Mas não é. Nunca será. Eu nunca vou perdoá-la por ter me deixado, por ter levado a Oprah de mim. Você foi embora no primeiro obstáculo. Quebrou algo bem precioso que existia entre nós: Confiança. A confiança é como um cristal, depois de quebrado, não se pode remendar. Eu não confio em você. Não confio no seu suposto amor.

Dulce avançou e segurou o rosto de Anahí. A loira estremeceu ao sentir as mãos delicadas e macias em seu rosto. Controlou-se para não cair em tentação. O seu corpo era puxado pelo imã que era o corpo da morena.

— Nunca... Nunca duvide do meu amor. O meu amor é puro, é cru, e completamente entregue á você. Eu sei que neste momento, desconfia de mim, das minhas atitudes... Mas nunca desconfie do meu amor. Eu sou capaz de dá a minha vida por você. Esse amor que tenho dentro do meu peito e que grita o seu nome é único. — A voz de Dulce saia abafada com o choro. — Você tem que acreditar em mim. Por favor... Por favor, meu amor... — Deslizou a mão pelo rosto de Anahí, tocou os lábios pelo polegar. — Eu sei que você sente que é verdadeiro. Por favor, me dê uma chance de lhe fazer feliz novamente. De recompensar o tempo perdido. De me redimir.

Anahí queria muito de dizer sim. De ouvir a voz do coração. De se entregar novamente para o seu amor. O toque de Dulce queimava a sua pele. Sabia que nunca poderia ser feliz sem ela. Era o amor da sua vida. Os seus olhos estavam nos lábios de Dulce, subiram para os olhos... Os olhos cor de mel estavam tão chorosos... Como poderia viver sem aqueles olhos? Sem aquele cheiro? Sem a sua Dulce? O seu coração estava sagrando por Dulce. A verdade tinha que se dita: Nunca iria conseguir retirar a Dulce do seu coração.

Os sentimentos estavam expostos, e as envolviam... Elas queriam a mesma coisa: Um beijo. Os lábios se tocaram suavemente, e o choque invadiu os corpos. Mantiveram a lentidão: Os lábios se conectando e se entreabrindo, as línguas se encontraram suavemente e se reconhecendo, matando á saudade... Abraçaram-se firmemente, os soluços dos choros em abafados pelo beijo de puro amor. As almas que estavam unidas. Os corações batiam na mesma sintonia. Tudo parecia tão certo. Tão no lugar. Como se os últimos dias não existissem e fosse um cruel pesadelo.

Porém, Anahí cortou o beijo, levou a mão a sua boca e se afastou. Estava tremendo.

— Não posso... — Murmurou.

Dulce sentiu uma dor terrível em seu peito ao escutá-la.

— Anahí? — Chamou baixinho.

Anahí levantou os olhos, as lágrimas caindo em abundância.

— Eu não posso. Eu não posso fingir que nada aconteceu. — Anahí estava amargando por isso. — Eu não consigo seguir em frente... Eu me lembro do dia que acordei... — Soluçou. —... E você não estava mais ao meu lado. Eu me lembro como fiquei enlouquecida. Como achei que a minha vida tinha acabado sem ter você. — O pranto tomou conta da loira. — Eu me lembro de ter ido para Natal, e ter lhe procurado como uma doida, o medo de nunca mais te ver correndo dentro de mim. — Fungou. — Teve um momento que pensei em desistir de tudo, porque o que eu mais precisava era lhe ter ao meu lado e não tinha. — Anahí a olhou nos olhos. — Eu vou lembrar o nosso amor para sempre. Você foi o meu sonho mais bonito, mas eu não consigo trazer mais esse sonho para essa realidade.

Dulce chorava muito. As palavras de Anahí estavam a destruindo. Tinha sido tão idiota em ter ido embora. De ter estragado tudo. Era horrível a sensação de não ter mais nada... Tinha o amor mais puro, e jogou tudo pelo alto.

Em contrapartida, estava tão magoada por Anahí ter sido capaz de fazer sexo com outras pessoas. Mas, estava ali... Exposta... Querendo recomeçar do zero porque o seu amor era maior do que qualquer orgulho ou razão.

— Anahí... Podemos recomeçar do zero. Deixe-me mostrar que sou capaz de fazê-la feliz. Você só precisa se permitir, por favor, meu amor. Não dê fim ao nosso amor.

— Você me destruiu, Dulce. — Anahí bateu no peito. — Desde o dia que você partiu, você me destruiu. E eu não sei como mais juntar os meus pedaços. Eu não sei mais como colar... Eu não sei mais como viver. — O pranto de Anahí se tornou alto. — Não sei mais distinguir o que é verdade ou mentira.

Dulce abraçou a Anahí. De primeiro, ela relutou. Mas depois, cedeu. Choraram no abraço uma da outra.

— Eu te amo tanto. — Dulce choramingou. — Tanto. Deixa-me tomar conta de você e juntar os seus pedacinhos. De te colar, de te mostrar o que é realmente o verdadeiro. Por favor.

Passaram um longo tempo assim... Abraçadas e chorando. A dor era forte demais para dá ênfase a qualquer outra coisa. Anahí estava se sentindo destruída. Dulce estava se sentindo arrasada. Tinha muito medo dessa relutância de Anahí. Parecia ser um adeus, e Dulce não estava disposta á perder o seu amor.

Anahí se afastou e limpou as lágrimas.

— Me dê mais uma chance... — Dulce pediu.

— Não posso. Não agora... Não nesse momento. Eu nunca iria conseguir estar com você, sentindo isso dentro do meu peito. Para estar contigo, tem que ser plenamente.

O peito de Dulce apertou, e ela se sentiu sufocada.

— E o que você quer que eu faça? Que eu vá embora de sua vida? Para sempre?

— Você é livre para fazer o que bem entender, Dulce. — Anahí tentou se manter firme, mas acabou chorando novamente. — Eu não posso oferecer nada nesse momento. Nem amor, nem um caso, nada...

— Eu não vou voltar para Natal. Eu vi para ficar com você. E é isso que farei. — Dulce afirmou.

— Deixa o tempo passar. O que for pra ser será. Mas hoje... Não é pra ser. Sinta-se livre para fazer o que bem entender da sua vida. — Anahí deu as costas, e foi indo para o seu quarto.

— E se amanhã ou depois, surgirem pessoas em nossas vidas e nos apaixonamos por elas? — Dulce soltou. Não que tivesse pretensão de se envolver com alguém, mas por medo de Anahí se envolver.

Anahí parou de andar e fechou os olhos, o coração se apertando com a possibilidade de Dulce ter um alguém.

— Então, não era pra acontecer. — E foi pra o seu quarto.

Assim que a porta do quarto de Anahí se fechou. A mesma caiu sentada no chão, chorando. Na sala, a Dulce fez a mesma coisa... Dois corações apaixonados, porém, tão magoados...

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