Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

— O apartamento de sua irmã é bem movimentado pelo jeito... — Alexia comentou baixinho, estava tomando um pouco de vinho. Sentia um calor entre as suas pernas por conta da cena que presenciou.

Ana Beatriz apenas sorriu. Estava chateada. Quando propôs vir para o apartamento com a Alexia, não imaginava que encontraria a sua irmã naquela situação com a sua cunhada. O seu plano era entrar despercebida e arrastar a Alexia para o quarto, porém, isso não aconteceu. Agora era obrigada a ficar fazendo sala.

— Sabe onde é mais movimentando? O meu quarto. Por que não vamos para lá? — Soltou na lata, não queria socializar. Queria transar.

— Sua irmã não ficará chateada? — Alexia perguntou um pouco receosa.

— Não. — Ana Beatriz se levantou. — Vamos? — Estendeu a mão.

Alexia pensou um pouco. Sentia-se envergonhada de ir para o quarto da Ana Beatriz porque todo mundo saberia o que iria acontecer. Mas diante da cena que presenciou, achava que ninguém se importaria. Então, levantou-se e segurou na mão da mais velha, a seguindo para o quarto.

No outro quarto, estava Anahí e Dulce. Elas estavam vestidas. A morena ajeitava o decote do seu vestido sob o olhar insistente de loira.

Á vontade de Anahí era continuar amando cada pedacinho do corpo de Dulce, porém, se controlou. Tinha sido um enorme erro. Um erro muito delicioso tinha que admitir, mas... Uma pontinha de si se arrependia. Essa recaída a deixaria mais confusa. Deu um suspiro exasperado. O seu corpo estava com o cheiro da morena. Olhou com pesar para a cama, aquele deveria ser o quarto das duas.

Dulce acompanhou o olhar de Anahí. Ela estava quieta demais depois do sexo e isso não era bom. O distanciamento estava deixando à morena bem entristecida. Pensou que depois do que aconteceu na sala, às coisas entrariam nos eixos e que poderiam ao menos dá uma iniciativa para o relacionamento. Um ensaio de volta. Anahí ainda usava a aliança. O que era um bom sinal.

— Você quer realmente que eu vá embora? Não quer companhia para o jantar? — Dulce tentou com um sorriso.

Anahí a olhou. Os seus olhos estavam brilhantes, mas não era de felicidade. E sim de lágrimas que a mesma tentava esconder. Passou a no cabelo, um pouco nervosa.

— Eu... — Anahí passou a língua nos lábios. — Não é uma boa ideia. Isso não foi uma boa ideia. Você sabe disso.

O coração de Dulce quebrou mais uma vez, daqui á pouco se resumiria apenas o pó.

— Por que tem que ser assim, Anahí? Por que está me castigando dessa forma? Eu sinto que me ama, percebo o seu sofrimento... O que está sentindo e passando, eu também estou. — Dulce estava amuada. — O que passou, passou... Não podemos ficar remoendo essa história.

Anahí balançou a cabeça em negativa.

— Você não entende, não é? Eu estou decepcionada. Sinto uma louca vontade de te amar, de estar ao seu lado, de ter a nossa família de volta... A Oprah. Porém, estou com muito medo de me entregar novamente. Tenho medo de fazê-la novamente o meu mundo e você ir embora.

Dulce fungou, evitando que as lágrimas caíssem.

— Eu entendo e muito. Você acha que eu também não estou decepcionada? Eu estou. Comigo por ter ido embora, por você ter ficado com outras pessoas... — Respirou fundo ao se recordar. — Mas estou aqui passando por cima do meu orgulho porque eu quero você. — Dulce se aproximou e segurou o queixo de Anahí. — Olha bem dentro dos meus olhos e me diz que sem mim, você consegue ser feliz.

Anahí estremeceu com o toque. Antes de olhar nos olhos de Dulce, os seus olhos pararam na boca... Sentia vontade de beijá-la, engoliu em seco... A olhou nos olhos.

— Não... — A voz de Anahí saiu em um sussurro. — Você sabe que não. Dentro do meu peito ainda bate um coração muito apaixonado. — Anahí deu um passo para trás. — Mas não é simples desse jeito. A confiança ainda é o que prevalece pra mim, e eu ainda não confio em você. Não será o sexo que vai me fazer confiar.

Dulce irritou-se. Queria ficar passível, mas não estava conseguindo.

— Como você quer que eu conquiste a sua confiança quando não me permite ficar junto de você? Quando nem se dá o trabalho de tentar reconstruir o nosso relacionamento? — Dulce explodiu. — Faz quanto tempo que voltei? Duas semanas. Quantas vezes você me deu a oportunidade de mostrar que sim, que pode confiar em mim, que eu irei ficar? Você simplesmente não me permite.

— Por que não é fácil! — Anahí gritou, olhando para a morena. — Como posso ficar tranquila ao seu lado, se não sei se nas próximas horas você vai embora? Já pensei em tentar, não irei mentir, o meu coração pede isso, mas a minha razão está cautelosa, e desculpe-me por não lhe dá um crédito estendido de confiança, tenho motivos para não fazer isso. — Ironizou.

— Você está sendo orgulhosa. — Dulce falou mais alto. — Está se colocando em cima de um pedestal e não percebeu isso. Está no trono, sentindo-se a rainha das pobres coitadas. Eu errei, você errou. A minha diferença pra você é que não sou egoísta e penso como um todo, e não apenas em mim!

Anahí bufou, cruzando os braços.

— Agora eu sou egoísta? Cada um tem uma maneira de reagir á uma decepção. Essa é a minha maneira, essa sou eu. É a minha outra metade. Sempre tive problema com confiança, entregar o coração era um assunto muito delicado para mim. Entreguei-me para você, e o que tu fizesse? Mer/da. Eu estou tentando, Dulce. — Anahí respirou fundo. — Da minha maneira que aparenta ser egoísta para você, mas estou tentando. Por mim, por você e por nossa filha.

— Ela não é a sua filha! — Dulce gritou no momento da raiva, porém, se arrependeu ao ver a Anahí empalidecer. — Eu... Desculpe. Eu não queria dizer isso.

Anahí levantou a mão para que ela parasse de falar. Isso foi como um soco em seu estômago. Sentiu-se muito enjoada, e um pouco tonta também. Respirou fundo, e tombou na cama. Dulce se preocupou, cada vez mais a Anahí parecia muito pálida. Caminhou até ela, e sentou-se. Segurou a mão fria da loira.

— Você está bem? — Dulce murmurou. — Eu não queria realmente dizer isso. Você também é a mãe dela. Oprah lhe ama... E eu sei também que você a ama. Desculpe-me.

— Eu sei... — Anahí murmurou de volta. Respirou fundo. — Está desculpada, sei que não queria dizer isso.

As duas se olharam. Os olhos estavam tão entristecidos. Anahí levantou a mão e acariciou o rosto de Dulce que fechou os olhos ao sentir o toque, lágrimas quentes deslizaram pela face da morena. O mal estar de Anahí foi passando, dando lugar a uma tristeza tão grande que se sentia a sua alma doente sem a Dulce.

— Não chora... — Anahí pediu baixinho. — Eu a amo demais pra vê-la assim.

Dulce abriu os olhos, sentindo-se cada vez mais triste. Seus olhos encontraram com os de Anahí. O seu amor por essa mulher era tão grande que chegava a doer.

— Eu queria tanto voltar ao tempo e ser feliz novamente ao seu lado. — Dulce soluçou. — Eu te amo incondicionalmente, mas estou sem saber o que fazer. Não estou aguentando esse muro erguido entre nós.

Anahí puxou a Dulce para os seus braços, apertando-a, enquanto, roçava o seu nariz no alto da cabeça da morena, lágrimas pesadas caiam em seus olhos.

— Eu também queria, mas eu não sei o caminho certo á percorrer. Estou tão perdida quanto você. — Anahí fungou alto, depois se afastou e segurou no rosto da morena. — Eu não sei algum dia iremos superar isso, estou morrendo á cada dia por dentro, mas não consigo simplesmente deixar pra lá. E cada vez que brigamos a distância entre nós aumenta.

Dulce balançou a cabeça em positivo. Ali estavam duas mulheres completamente apaixonadas, mas uma ferida enorme no peito. Anahí estava se condenando por não se permitir se feliz, passou tanto tempo sofrendo por Maite que se tornou irredutível mesmo morrendo de amores. A morena tentou sorrir, porém, a tristeza não permitia isso. Depositou um beijo na testa de Anahí e levantou-se.

— Mandei um vídeo de Oprah para você no whatsapp... Você ficará feliz em ver.

Um ar de sorriso foi à resposta de Anahí. A morena saiu do quarto, mais uma vez destroçada. Por que amar tinha que doer tanto assim?

Assim que se viu sozinha no quarto, as lágrimas de Anahí aumentaram. Rapidamente sentiu falta do calor de Dulce, e também do cheiro. Levantou-se para ir atrás, mas a tontura aumentou. A náusea forte a fez ir para o banheiro e vomitar no vaso.

Era o efeito da forte emoção. Disse para si mesma.