Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

O vinho branco estava mais adocicado que o normal. Não se lembrava de ser tão doce assim, principalmente dessa marca. Estranhou. Mas não deu importância, talvez, tivesse comido alguma coisa doce antes de bebê-lo. O seu paladar modificou o sabor, Maíra pensou, mas não deixou de tomar toda a sua taça de vinho.

A festa estava ótima, mas não via a hora de acabar. Queria ter o seu momento especial com a Dulce, sem ninguém, e principalmente sem roupa. Estava á mais de dois meses ansiando por isso. A noite teria o sabor melhor depois que esfregou na cada da Anahí o que pretendia fazer.

Percebeu também que Dulce estava mergulhando no champanhe. Não a queria bêbada. Queria bem sóbria, e que a noite fosse memorável.

— Meu bem, o que você acha de irmos embora? — Maíra propôs, dando um cheiro abaixo da orelha da morena.

Dulce arrepiou-se, e sorriu. Virou-se para a namorada e fez carinho em seu rosto.

— Agora? Não! Ainda tem os convidados para recepcionar. — Dulce disse. — Mais meia-hora, tudo bem?

— Tudo bem. Depois da meia-hora, seremos apenas você e eu? — Maíra perguntou, dando outro cheiro na sua namorada, estava muito cheirosa.

Dulce apenas balançou a cabeça em positivo. Fez um carinho no rosto da Maíra, e foi conversar com um empresário do ramo.

Poderia aguentar mais meia-hora. Em todo o momento, ficou com os olhos em Anahí. Tinha que fazer vigilância, se a Anahí se aproximasse de sua namorada, também iria se aproximar. Presenciou aquela palhaçada do olhar, só não pode se aproximar antes porque uma convidada a tinha prendido num falatório sem fim sobre a crise econômica.

Sentiu uma coisa estranha em sua barriga. Como se os seus órgãos estivessem mexendo por dentro. Fez uma lista mental do que comeu no dia, nada fora dos parâmetros normais. Então, porque estava sentindo aquilo?

Bebeu água. Uns três copos de água. A sensação ia aumentando... O seu intestino parecia que estava fervendo por dentro. Assoprou pela boca, começou a suar frio. Ah, não! Não acreditava que isso estava acontecendo com ela.

— Estou tão feliz por essa conquista de vocês. — Poncho disse ao se aproximar, tocou no antebraço da irmã. — O que é que você tem? Por que está tão fria?

— Eu... — Maíra abriu a boca para falar, mas um ronco horrendo do seu intestino a fez calar. Sentiu-se envergonhada.

— Credo! — Poncho fez uma careta. — A sua barriga está dando cria?

Mais alguns roncos. Bem no fundo, estava sentindo uma cólica que ia ganhando proporção á cada minuto, algumas á ponto de ficar bem pálida.

— Eu tenho que ir embora. — Maíra informou, estava suando demais, sentindo dor de barriga demais. Pelo andar da carruagem, a sua noite seria em um vaso sanitário.

— Embora? — Poncho frangiu o cenho. — E a sua noite com a Dulce?

Maíra sentiu uma enorme vontade de ir ao banheiro, o que a fez se arrepiar toda. Não dava para ir ao banheiro do Espaço, se o que tivesse sentindo, saísse de dentro de si, o lugar ficaria bem incensado.

Nessa altura do campeonato, nem a noite que tinha planejado com tanto esmero á importava mais, o seu único pensamento era um banheiro.

— Vai ter que ficar para outra noite. — Maíra falou rápido. — Boa viagem para você. — E saiu em direção da Dulce.

Poncho ficou sem entender nada. A sua irmã estava andando de maneira bem estranha, e também agindo. Mas deu de ombros, ao contrário da Maíra que não teria uma noite especial... Ele teria sim, e em Gramado. O seu voo estava para sair em uma hora, e como era perto, não estava muito preocupado. Até vinte minutos de antecedência era lucro. Foi para junto do Leonardo.

— Maíra vai embora. — Poncho comentou com o seu amado.

— Por quê? E a noite que ela tinha planejado com a Dulce? — Leonardo perguntou por curiosidade mesmo.

— Cancelada. Não acha isso estranho? — Poncho o olhou com o cenho franzido.

Leonardo apenas meneou a cabeça, mas olhou para a sua irmã. Anahí estava com a Oprah nos braços, e brincava com a menina, aparentemente feliz... Feliz até demais se fosse comparar a melancolia profunda que a loira vivia tendo. Soube rapidamente que tinha o dedo de sua irmã. Não sabia o que Anahí tinha feito, mas que foi brilhante tinha certeza que foi.

— Com licença. — Maíra pediu ao tocar o ombro de Dulce e puxá-la para um canto mais reservado.

— O que foi? — Dulce perguntou ao olhar para namorada, achando a Maíra meio pálida.

— Tenho que ir embora. — Maíra disse, e viu a descrença no rosto da morena. — Surgiu um imprevisto e... — Parou de falar porque não conseguiu prender o suficiente o esfíncter e uma gaze foi expelida.

— Vixi... Acho que tem alguma coisa podre aqui. — Dulce disse ao levar a mão no nariz e olhar para o lado para ver se tinha alguém próximo.

Maíra ficou mais envergonhada ainda. Pigarreou para disfarça o seu desconforto. Precisava sair dali antes que não pudesse mais aguentar e soltasse mais alguma coisa. Se fizesse isso, nunca mais iria sair de casa de tanta vergonha.

— Como eu estava dizendo, surgiu um imprevisto e não poderia ficar... — Maíra colocou a mão na sua barriga para ver se controlava inutilmente cólica intestinal.

— Mas que imprevisto é esse? — Dulce perguntou sem entender nada.

— Com o hotel-fazenda. Por favor, Dulce, não me questione. Só entenda, é algo inadiável. — Maíra disse sem paciência, estava querendo ir embora. Não sabia quanto tempo aguentaria segurar. Deu um selinho na namorada. — Falo com você pelo telefone. Te amo!

Dulce coçou a sua cabeça, não teve tempo de responder nada, porque a Maíra saiu em disparada. O que é que tivesse acontecido, deveria ser muito grave para que ela abrisse mão da noite que passou mais de uma semana falando. Procurou a Anahí com os olhos, sabia que a mesma estava com a Oprah. Iria pegar a sua filha, e ir para casa. A festa estava quase no final mesmo. A sua secretária ficaria responsável por ficar com o organizador até que o Espaço tivesse arrumado.

Foi atrás de Anahí para pegar á Oprah.

Anahí tinha saído com a Oprah para pegar um arzinho. O clima estava bem fresco, andou com a pequena nos braços até o meio fio. A rua estava um pouco deserta, apenas os carros que passavam em alta velocidade. De novo aquela sensação de estar sendo observada. Estava ficando paranoica!

Achou melhor voltar para dentro quando viu a Maíra saindo correndo do Espaço.

— Uau. Acho que alguém precisa encontrar um banheiro urgentemente. — Anahí disse aos risos.

Maíra que estava quase alcançando o seu carro, parou e olhou para Anahí.

— Como você... — Maíra começou, então, a ficha caiu. — Foi você! — Acusou com um grito de raiva.

Anahí fez uma cara de santa, e depois olhou para Oprah que falava a sua língua estranha de bebês.

— Você acha que foi a mamãe que fez alguma coisa com a cobrinha da Maíra? — Perguntou para Oprah, que continuava com o seu sonzinho. Anahí olhou para a Maíra com um sorriso. — É, acho que não.

Maíra tremeu de raiva, deu um passo para frente e colocou o dedo em riste. Iria responder, porém, outra gaze foi solta. Só que desta vez mais alto e com mais odor.

Anahí arregalou os olhos e entortou a boca.

— Caramba. Isso está sendo difícil de suportar. — Anahí abanou a mão na frente do seu rosto e de Oprah. — Quem foi que morreu pra eu ir ao velório?

Moída de vergonha e raiva, Maíra não teve mais o que dizer. Correu para o seu carro, mas tinha em mente que iria se vingar de Anahí. Não sabia como, porque a idiota estava grávida, mas não deixaria isso insosso.

Teria volta! Entrou no seu carro e pisou no acelerador. Precisava de um banheiro urgente, ficaria uma semana dentro dele. Outra cólica acometeu, e aumentou a agonia de Maíra.

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