Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

Uma ideia maluca surgiu na cabeça de Anahí... Poderia ser que fosse rejeitada, mas iria pagar para ver. Era uma noite especial para Dulce. Não deveria passar em branco. Uma simples comemoração. Já que a Maíra estava descartada, achava muito difícil que ela se recuperasse do efeito do remédio, não pelas próximas horas. Tinha que admitir que foi bem astuto de sua parte.

Enquanto, andava pela Carmem Delicatessen em busca dos produtos. Não demorou muito. Fez as compras, e jogou dentro do carro. Sabia onde a Dulce morava, tinha o endereço, o seu irmão que lhe passou. Não sabia que seria bem recebida, estava indo sem ser convidada.

Mas queria desfrutar um pouco da companhia da Dulce, mesmo que não desse em nada. Mas só o fato de estar ao lado da morena, fazia a sua alma se iluminar.

Desejando fervorosamente que a sua noite terminasse com um sabor menos amargo e mais doce, que ignorou o medo e também o nervosismo e tocou a campainha. Enquanto, esperava, passou a mão no cabelo, o ajeitando. Respirou fundo diversas vezes em busca de um pouco de autocontrole.

E a porta se abriu... Viu a surpresa de Dulce, provavelmente isso ela não esperava. Estava linda vestida com aquele pijama com estampa do Piu-Piu. Poderia até ser infantil, mas a forma que os seios molduravam bem no rosto do Piu-Piu tornava bem sexy.

— Assim que você foi embora, fiquei pensando... Por que comer miojo se pode comer fondue de queijo? — Anahí sorriu charmosa, levantando á sacola de compras.

A surpresa de Dulce aumentou mais ainda. Primeiro: Não sabia que a Anahí sabia o seu endereço. Segundo: Nunca imaginou que a mesma se preocuparia com a sua refeição. Terceiro: Parecia aquela Anahí no qual se apaixonou meses atrás.

— Posso entrar? — Anahí perguntou um pouco insegura, mas sem perder o sorriso.

Não era uma boa ideia. O seu consciente gritou. Não era mesmo uma boa ideia, principalmente porque o seu coração estava batendo altíssimo dentro do seu peito. Dulce sabia que não deveria deixar a Anahí entrar, mas por tanto, não podia dizer não. Bem no fundo, não queria dizer não. Então, afastou-se dando espaço para a loira.

— Pode. — Dulce respondeu, assim que a loira passou, fechou á porta. — Eu não a esperava.

Anahí olhou á casa. Era simples, uma decoração bonita e suave. Aconchegante. Retirou os sapatos, e caminhou até o tapete do sofá. Soltou as compras em cima do centro, e sentou-se sob os calcanhares.

— Quis fazer uma surpresa, espero que não tenha sido inoportuna. — Anahí falou, já retirando o aparelho de fondue.

— Não foi. — Dulce falou. — Eu vou buscar um fósforo. — Foi para a cozinha.

— Aproveita e traz também duas taças. Comprei o seu vinho favorito. — Anahí falou mais alto para ser escutada.

Dulce mordeu o lábio inferior ao entrar na cozinha. Fondue de queijo, seu vinho favorito e a presença de Anahí, iriam ferrar com o seu psicológico. Respirou fundo, não precisava perder o controle. Pegou o fósforo e também as taças, voltou para á sala. Seja consciente sempre. Avisou á si mesmo.

Anahí já tinha arrumado tudo. O queijo já estava no aparelho, faltava apenas liga-lo. Em pequenas travessas de porcelana tinha: Milho em conserva, picles, salsichas pequenas, cogumelos, tomates cereja, medalhões, salame e pequenas torradinhas.

— Você vai amar essas torradinhas. Derretem na boca com o queijo ficará uma loucura. — Anahí informou ao olhá-la.

— Tenho certeza que sim. — Dulce sentou ao lado de Anahí, e lhe deu o fósforo, colocou as taças em cima do tapete.

Anahí pegou o fósforo, os seus dedos se tocaram, e a corrente elétrica tão costumeira as fizeram estremecer. Entreolharam-se com intensidade, não foram capazes de separar os seus dedos um dos outros. Dulce olhou para a boca de Anahí e sentiu á vontade desflorando dentro de si, estava com muita saudade daquela boquinha que lhe causava tantas sensações e querer. Anahí ofegou diante de aquele olhar em sua boca, umedeceu os lábios. Estava á um movimento de beijar a morena, porém, Dulce voltou á si e pigarreou.

— Cadê o vinho? — Dulce perguntou ao se afastar um pouco. Sentia os seus batimentos cardíacos acelerados.

— Aqui. — Anahí voltou a si, e pegou a garrafa, lhe dando.

Desta vez, não teve contato dos dedos. Dulce tomou cuidado para que isso não acontecesse. Não saberia do que seria capaz se tocasse novamente em Anahí, mesmo que fosse suavemente. A loira tinha o poder de acender um vulcão dentro de si que só era controlado quando fosse saciada. Estava com medo que isso acontecesse. Melhor era socializar sem contato. Abriu a rosca do vinho, e encheu uma taça, ficou um pouco em dúvida sobre encher a outra taça. Não que se importasse, mas a Anahí estava grávida...

— Você vai beber também? — Dulce perguntou.

— Sim. — Anahí respondeu com os olhos fixos no aparelho de fondue, tinha colocado os queijos e estava mexendo para derretê-los.

— Você pode beber? — Dulce estava com o cenho franzido, sem tirar os olhos da loira.

— Uma taça não faz mal, a minha obstetra liberou uma taça, no máximo, duas. — Anahí informou distraída na fondue.

— Você estava tendo problema com placenta baixa, acha que é uma boa ideia beber? — Dulce perguntou preocupada. Não queria se preocupar, mas... Era maior do que ela.

Anahí parou de mexer os queijos e olhou para Dulce, aparentemente surpresa e também muito feliz. De novo, a esperança enchendo o seu peito e lhe dando a certeza que não tinha acabado a história de amor.

— Você está preocupada comigo? Com o meu bebê? — Anahí perguntou sem contar o sorriso.

Dulce ficou sem jeito. Na realidade, não sabia muito bem como estava se sentindo em relação à gravidez de Anahí. Antes, sentia muita raiva, mas desde essa noite que tinha se topado com a loira que os seus sentimentos estavam uma enorme bagunça.

— Precavida. — Dulce respondeu um tanto seca.

Anahí deu um suspiro. O cheiro da fondue estava perfumando o ambiente.

— Álcool não influência com o meu problema de placenta baixa. Estou fazendo acompanhamento médico, e minha placenta praticamente está em seu lugar. Não á nada mais tão preocupante. Minha obstetra me liberou para no máximo duas taças de vinho. Eu que estou evitando, mas acho que esse momento pede. É um momento especial. — Anahí falou sem triar os olhos da Dulce.

Dulce engoliu em seco. Sentindo um friozinho em suas entranhas.

— É um momento especial? Por quê?

— Porque estamos aqui desfrutando a companhia uma da outra... E também comemorando um momento tão importante em sua vida, como a realização do seu sonho. Não podia deixar passar em branco. Sei que não contribui para isso acontecer, mas me sinto feliz por estar aqui com você, hoje, pelo simples prazer de estar junto. — Anahí se inclinou e encheu a sua taça de vinho. Entregou uma taça pra Dulce, e segurou á sua no alto. — Por tanto, quero fazer um brinde... Á você, uma mulher de garra que não abaixa a cabeça diante da dificuldade. Uma lutadora. Que o sucesso esteja presente sempre em sua vida, a minha maior alegria é saber que você está bem e feliz. — A loira disse com sinceridade.

Dulce se sentiu mexida com as palavras de Anahí. Um sorriso sincero brotou dos seus lábios, ergueu a sua taça e bateu suavemente na taça de Anahí. E assim brindaram. Depois de um gole de vinho, o estômago de Dulce roncou alto. Ela sorriu envergonhada.

— Acho que alguém aqui está querendo ser alimentado... — Dulce gracejou.

— Não seja por isso. O queijo está no ponto, basta desfrutar desse banquete feito especialmente para você. — Anahí piscou. Então, olhou em volta. — Cadê a minha fadinha?

— Dormindo. — Dulce deu mais um gole de vinho. — Se ela estivesse acordada e escutasse a sua voz, ficaria louca.

Anahí sorriu.

— Ela é louca por mim.

Dulce concordou com a cabeça, e completou em pensamento: Não é apenas a Oprah que é louca por você...