Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

Foi uma confusão. Todos queriam ficar no hospital com Anahí: Eric, Debbie, Luís, Ana Beatriz e Dulce. Porém, não foi possível mesmo o quarto sendo apartamento. A enfermeira os expulsaram e só autorizou a permanência de uma pessoa O alvoroço estava deixando a Anahí mais nervosa... A loira tinha acordado depois que foi medicada, ainda respirava um pouco de dificuldade, por isto, necessitava de oxigênio.

Tinha sofrido uma forte reação alérgica correndo um risco de sofrer um choque anafilático. Mas como o socorro foi rápido, as medicações estavam trabalhando para evitar que isso ocorresse. Exame de sangue tinha sido recolhido, toxicológico também, e alguns exames para saber como o bebê estava. O bebê estava bem. Isso foi um grande alívio, até mesmo para a Dulce...

As urticarias ainda estavam no rosto e no pescoço de Anahí. Não estava uma coisa muito bonita de se ver, mas também, não estava tão pior como antes. O médico garantiu que ela ficaria fora de perigo, só precisava ficar a noite em observação. E se amanhã estivesse boa, iria para casa. Foi outro alívio.

Por um momento, um medo incontrolável tomou conta de Dulce. O medo de viver em mundo sem a Anahí lhe deixou com os nervos á flor da pele. Não conseguia nem cogitar a hipótese que o seu coração se apertava e uma sensação sufocante lhe deixava agoniada.

— Eu vou ficar. — Ana Beatriz disse. — Quero acompanhar de perto.

— Eu também vou ficar. — Eric disse. — Sou o pai do bebê.

Dulce olhou para Eric, e retrucou.

— Vocês não irão ficar. Quem irá ficar sou eu. — Dulce disse. Entregou a Oprah nos braços da Debbie. A pequena estava dormindo. — Pode cuidar dela, por favor?

— Claro meu bem. — Debbie respondeu, aninhando a pequena em seus braços.

— Quem disse á você que eu irei embora? — Eric perguntou com os olhos apertados. — Eu tenho direito de está aqui!

Dulce estava sem paciência. A mulher que amava tinha quase morrido. Imagina só! Anahí ficou um passo de ter um edema de glote.

— É! Quem disse? Eu sou a irmã dela e também tenho todo direito de estar aqui. Sou família. — Ana Beatriz rebateu carrancuda.

— Crianças, se acalmem. — Luís pediu, vendo a confusão se formando.

— E eu sou a esposa de Anahí. — Dulce gritou, assustando á todos. Estava com raiva e não iria fazer nada para sufocar isso. — Mesmo não estando juntas, continuo sendo a esposa dela. Tenho plenos poderes legais para tomar qualquer decisão. — Ela gesticulou. — Então, se eu for à recepção e proibir a entrada de vocês, conseguirei. Por que aqui, não importa se é mãe, pai, irmã — Olhou para o Eric e imitou a voz dele. — Ou até mesmo o pai do bebê. Eu sou a autoridade máxima na vida de Anahí e não tentem me contrariar! Estão me ouvindo?

Debbie e Luís concordaram com a cabeça. Não levaram para o lado pessoal e muito menos se chatearam. Sabia que aquele discurso não foi para eles, e sim para os outros. Ana Beatriz e Eric ficaram irritados, mas engoliram á seco.

No final das contas, acataram a decisão de Dulce.

Antes de ir embora, falaram com a Anahí que estava bem sonolenta por conta das medicações. O exame toxicológico acusou a presença de Mucuna Pruriens, ou seja, pó de mico. Que podia até ser inofensivo, mas agregado às substâncias do produto causou a reação forte.

Ninguém além de Ana Beatriz se ligou que o produto foi alterado. E ela sabia por quem foi. Não deixaria isso barato. Ao sair do quarto de Anahí, puxou a Dulce para o canto.

— Você poderia me passar o telefone da Maíra? — Ana Beatriz pediu.

Dulce franziu o cenho.

— Por quê?

— Negócios. Estou querendo passar um final de semana no hotel-fazenda e queria conversar com ela sobre preço e tal. Poderia me passar? — Ana Beatriz mentiu com a sua melhor cara de santa.

— Ah sim... — Dulce procurou o seu celular na bolsa, nenhum momento desconfiou de qual seria a real intenção de Ana Beatriz.

Passou o número. Ana Beatriz agradeceu, e foi embora. Mandou uma mensagem para Maíra, pedindo que a encontrasse no shopping Boa Vista, precisamente na passarela do mesmo.

O hospital era próximo, dava para ir á pé. Despediu-se de sua família, os seus pais queriam dá uma carona, já que seguiriam para o mesmo percurso, mas a Ana Beatriz declinou. O Eric também foi embora, ficando apenas a Dulce.

Á cada passo que dava, Ana Beatriz sentia mais raiva. Estava com o frasco do produto em seu bolso, mesmo que se sentisse loucamente atraída – bem, se fosse sincera consigo mesmo, saberia que não era apenas atração – por Maíra, não podia deixa-la fazer esse tipo de coisa com a Anahí.

Chegou ao shopping e foi para passarela. Teve que esperar por quase vinte minutos pela chegada da Maíra, recebeu um olhar convencido da outra.

— Está tão fissurada em mim assim que conseguiu o meu telefone? — Maíra gracejou.

Ana Beatriz deu um sorriso zombeteiro.

— Como é que você adivinhou? — Aproximou-se da Maíra. — Vem cá, eu quero lhe mostrar uma coisa. — Passou por Maíra, indo para uma área que não era muito utilizada do shopping.

Andou por um corredor, e encontrou alguns funcionários que não deram importância da sua presença. Continuou seguindo até alcançar as escadas que dava para o andar superior. Empurrou o portão e esperou a Maíra no pequeno espaço.

Quando recebeu a mensagem da Ana Beatriz, a Maíra tinha que confessar que ficou muito surpresa. Não achou que a outra iria procura-la tão cedo. Mas, se os seus pensamentos tivessem sendo roubados como os dela, esse encontro relâmpago não seria nenhuma novidade.

Estava gostando do mistério, queria saber o que a Ana Beatriz estava planejando, por isso que a seguiu. Empurrou o portão, passou por ele e estranhou não ver a Ana Beatriz. Ia vira-se para voltar quando foi surpreendida por uma mão em seu pescoço á empurrando com violência contra a parede.

Os olhos de Maíra lacrimejaram pela falta de ar abrupta. Com as duas mãos segurou o braço da Ana Beatriz e tentou fazê-la soltar o seu pescoço. Abriu a boca e tentou buscar o ar.

Ana Beatriz empurrou o corpo contra o de Maíra. Estava com tanta raiva que nenhum esforço que Maíra tentasse fazer seria inútil. Tinha mais força do que a outra.

— Você acha muito divertido prega peças nas pessoas não é mesmo? — Ana Beatriz falou irritada. — Principalmente nas grávidas?

Maíra arregalou mais os olhos sem entender. Então, Ana Beatriz balançou o frasco aberto em sua mão.

— Eu... Eu... Não... Sei... O... Que... Está... Falando... — Maíra disse com dificuldade, estava se sentindo enjoada, o oxigênio que estava recebendo era mínimo.

— Mentirosa! — Ana Beatriz gritou e apertou mais um pouco o pescoço, vendo a Maíra ficar roxa. — Eu sei que foi você que colocou pó de mico nesse frasco, e por sua causa que a minha irmã está no hospital.

Maíra ficou surpresa, debateu-se para se soltar, mas Ana Beatriz era mesmo mais forte, estava se tornando uma missão impossível. Sentiu a sua espinha gelar ao saber que a Anahí tinha parado no hospital. A sua intenção não era essa.

— Mas isso não vai ficar assim! — Ana Beatriz continuou. — Você vai provar do seu próprio veneno. — Ela gritou e colocou o fraco bem perto da boca aberta da Maíra. — Você vai beber!

Maíra se desesperou, arranhou os braços da Ana Beatriz e balançou a cabeça de um lado para o outro. Lágrimas escorriam em seu rosto.

— Não! — Maíra murmurou alto.

— Confesse o que fez e eu ao menos pensarei em não fazer nada com você! — Ana Beatriz subiu a sua mão, parando entre o pescoço e o rosto da Maíra, obrigando-a ficar com a cabeça parada. — Foi você que mandou isso pra Anahí?

— Foi! — Maíra disse com dificuldade.

Ana Beatriz tremeu de ódio. Olhou para a Maíra por uns segundos, viu o desespero estampado nos olhos... Poderia fazê-la beber isso. Olho por olho, dente por dente. Mas não era de sua índole. Soltou a Maíra que começou a tossir e acariciar o seu pescoço.

— Como pode fazer isso? — Ana Beatriz gritou. — Ela quase morreu! Está internada no hospital.

Maíra puxou o ar muitas vezes antes de falar.

— Eu não sabia que iria fazer muito mal. — Maíra acariciou o seu pescoço. — Pensei que seria apenas umas coceiras, nunca que imaginei que ela pararia no hospital. O intuito não foi esse, eu... Eu só queria me vingar por ela ter colocado laxante em minha bebida, não achei que terminaria assim.

— Mas terminou. — Ana Beatriz a olhou com desprezo. — Sorte sua que ela não está mais em perigo ou não iria me responder por mim... Outra coisa. Você vai contar para a Dulce ou eu mesma conto?

Maíra acariciou o pescoço.

— Você só pode está de brincadeira. Eu não irei contar nada a Dulce, e você também não vai, porque se contar será a minha palavra contra a sua. — Maíra informou, voltando a sua altivez. — De todo o caso, a Dulce acha que estou em Gravatá e acredite, posso arranjar milhares de pessoas que confirmem o meu álibi. Você não passará de uma mentirosa.

Ana Beatriz apertou os olhos. Que mulher mais astuta! Muito espertinha para o seu gosto.

— Não duvide da minha capacidade, Maíra.

— Nem você da minha. Não venha tentar queimar o meu filme com a minha namorada só porque está apaixonadinha demais por mim.

Ana Beatriz deu uma risada irônica.

— Já tive mulheres muito melhores que você e nunca me apaixonei. Não é da sua qualidade que irá me fazer se apaixonar.

Maíra não gostou daquela resposta. Inexplicavelmente, isso atingia o seu ego. Mas não transpareceu.

— É da minha qualidade que você ficará louca apaixonada. — Maíra se aproximou de Ana Beatriz, a olhou dos pés a cabeça e deu uma risadinha. — Mas adivinha? Sou muito areia para o seu caminhãozinho...

Ana Beatriz se irritou.

— Se acha demais. — Ana Beatriz rebateu. — Só tenho que lhe dizer uma coisa: Você é muito gelo e pouco uísque. Já provei dessa biqueira e não gostei.

Maíra sentiu uma chama de ódio queimar as suas entranhas. Era um absurdo que essa mulher tivesse resposta para tudo!

— Claro que não gostou. Criança como você não consegue lidar com mulherão como eu. Vai procurar o Patati e Patatá que é mais ideal para a sua faixa etária. — Maíra soltou, ficando muito satisfeita por ver um rubor nas bochechas da outra.

E pela segunda vez foi empurrada contra a parede. Só que desta vez, o que reinava era o desejo que queimava as carnes e as levavam para perdição, principalmente quando os lábios se encontraram...