Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

O céu estava lindo... Sem nuvens, e repletos de estrelas. A lua estava cheia e sempre arrancava suspiros dos casais que a observavam. Simplesmente linda.

Estavam todos reunidos ao redor da fogueira, assando marshmallow e namorando um pouco. Ana Beatriz estava com um violão e tocava algumas músicas românticas, enquanto, a Maíra a idolatrava com os olhos.

O único que não compartilhava do momento era o Eric que ainda estava fora de orbita.

O clima de amor estava no ar...

Leonardo e Poncho conversavam baixinho, provavelmente trocando juras de amor. Oprah estava dormindo e uma funcionária ficou responsável de cuidar dela.

Anahí e Dulce riam baixinho de alguma coisa, vez ou outra, tocavam alguns beijos, estavam com os braços enlaçados. Estavam felizes. O clima do hotel-fazenda era muito gostoso. Sem dúvidas um excelente aperitivo para esquentar o relacionamento.

— Você não acha que seria maravilhoso morar aqui? — Dulce perguntou, entrelaçando as mãos de ambas.

Anahí ajeitou um pouco o seu corpo, o bebê estava mexendo muito. E algumas vezes, chutava com força. E a loira acariciava a sua barriga para tentar acalmá-lo.

— Nas primeiras horas, sim. — Anahí gracejou, e recebeu uma tapinha suave de Dulce. — Sim, seria bom. Mas sinceramente, amor... Acha que iriamos nos adaptar?

Dulce pensou um pouco, depois balançou a cabeça em negativo.

— Acho que não. Somos capitalistas demais para isso. — Dulce fez uma careta e se inclinou para dá um selinho em Anahí, pôs a mão na barriga de sua esposa e recebeu um chute. Riu. — O jogador está bem ativo hoje, ein?

Anahí suspirou.

— Demais. Que fazê-lo se acalma um pouquinho? — Anahí perguntou com uma carinha de cachorro pidão.

Dulce riu, então, deu um beijo na barriga por cima da blusa.

— O que isso, meninão? — Dulce perguntou para o bebê. — Está todo bravo, por quê? Não pode ficar assim não, está deixando a mamãe inquieta. Ela até está fazendo algumas caretinhas. — Acariciou a barriga de Anahí. — Adoramos quando você se mexe assim, aumenta a nossa ansiedade para recebê-lo em nossos braços. Sabia que você é muito, mais muito amado? — A morena olhou para loira. — Por sua mamãe, por sua irmãzinha e também por mim. Serei a sua mamãe Dul.

Anahí sorriu com meiguice. Sabia que aquelas palavras eram verdadeiras e a deixava muito feliz. Realmente, a Dulce era uma mulher espetacular. Jamais em sua vida iria encontrar uma mulher como ela. Era muito abençoada mesmo. Essa segunda chance que estava tendo com o seu amor, era uma dádiva. Muitos casais não conseguiam superar o que elas passaram. Isso reafirmava o quão forte era o amor de ambas.

— Ele se acalmou.

— Ele me ama. — Dulce deu outro beijo na barriga de Anahí e depois nos lábios da esposa.

— Sim. Ama... Tem como não amá-la? — Anahí apertou suavemente o queixo de sua esposa.

Dulce sorriu. Pescou um marshmallow e assoprou. Dividiu para ela e Anahí. Ficariam mais um tempinho comendo... Tinha bebidas também, vinhos. Porém, a loira estava tomando um suco de maracujá. Dulce ainda estava tomando uma taça, mas não queria exagerar. Percebeu que os outros estavam quase embriagados pelas risadas que se tornaram cada vez mais altas.

Ao longe, dava para escutar um canto alto das corujas.

— Eu vou olhar a Oprah... Já faz um tempinho que a deixamos lá. — Anahí informou se levantando.

A morena concordou com a cabeça, mas ao ver a Anahí se afastando, um frio na sua barriga juntamente com um pressentimento deixou o seu coração muito apertado. Levantou-se em um pulo e alcançou o braço de Anahí. A loira se virou e os olhos se encontraram.

A chama da fogueira refletia nos olhos de Anahí, os azuis pareciam que estava mais escuro. Enquanto, os de Dulce pareciam duas bolas avermelhadas...

— O que foi, meu amor? — Anahí quis saber.

Dulce abraçou a Anahí apertado e um soluço sufocado escapou de sua garganta. Estava sentindo muito medo e não sabia o porquê. Sentiu que a Anahí a abraçou mais apertado ainda. Deitou a cabeça no ombro da loira e sentiu o cheiro que tanto amava.

— Prometa que nunca irá me deixar... — Dulce pediu com a voz baixinha mais chorosa.

Anahí não entendeu. Acariciou os cabelos sedosos e deu um beijo na testa da morena. Afastou-se um pouco e procurou novamente os olhos. Segurou com as duas mãos o rosto de Dulce.

— Eu prometo meu amor. Nunca vou deixa-la. Eu te amo e sempre estarei aqui. Tudo bem?

Os olhos de Dulce lacrimejaram.

— É que tenho tanto medo de te perder.

Anahí limpou as lágrimas de sua esposa, sentiu-se entristecida por vê-la assim.

— Você não vai me perder. Eu irei olhar a Oprah e depois volto para você.

— Promete? — Dulce ainda estava com os olhos chorosos.

— Claro que sim. — Anahí se inclinou e beijou os lábios da esposa.

O beijo causou mais medo em Dulce, porém, forçou um sorriso. Achava que a taça de vinho que estava lhe causando isso. Não iria beber mais.

Anahí caminhou em direção ao hotel. Tinha andando apenas um metro quando esbarrou em uma mulher ruiva. Não a tinha visto! Também, a única coisa que iluminava aquela área era a fogueira e a luz da lua.

— Desculpe-me, eu não a vi. — Anahí sorriu para desconhecida.

A desconhecida olhou para Anahí. E a loira sentiu o ar lhe faltar. Era a Maite! Isso não era possível! Ela estava no manicômio... Estava tendo uma alucinação? O sorriso de Maite foi malvado quase satânico.

— Não desculpo não. — Foi à única coisa que a Maite disse antes de cravar uma faca no baixo ventre de Anahí e a removeu. Deixou a ferida aberta e jorrando.

A dor foi instantânea e enlouquecedora. Anahí deu um grito de horror e dor, as forças de suas pernas lhe faltaram e ela caiu no chão. A intensidade da dor foi tão forte que perdeu completamente os sentidos.

— Anahí! — Dulce gritou ao vê-la caindo. Escutou o grito, mas não soube o que estava acontecendo. Achou que a loira estivesse entrando em trabalho de parto.

— Anahí! — Ana Beatriz também gritou e ficou em pé. Os outros ficaram alarmados.

Dulce correu em desespero em direção de Anahí. O seu coração estava na boca com medo de que alguma coisa muito ruim tivesse acontecido com a sua amada, isso explicaria o mau pressentimento. Antes mesmo de chegar, um grito escapou de sua garganta ao ver a poça de sangue no chão.

Antes mesmo de alcançar a Anahí foi atingida por algo que não soube o que era, mas que causou muita pressão. Parou em surpresa e olhou para o que lhe atingiu quando sentiu algo subindo em sua garganta, abriu a boca e cuspiu uma boa quantidade de sangue. Tinha sido esfaqueada no peito. Os seus olhos encheram-se de lágrimas quando um frio intenso invadiu o seu corpo, não sentia dor, mas sabia que iria desmaiar. Olhou para autora do ataque e não ficou nenhum pouco surpresa ao ver quem era. O seu corpo foi desabando no chão...

— Dulce! — Poncho gritou. — É a Maite! Chamem a policia!

— Seguranças! — Maíra gritou em desespero.

Maite correu, tinha que ser ágil, mas infelizmente o seu pé era uma grande problema. Estava feliz por ter causado o estrago. Só precisava sumir agora.

Ana Beatriz e Leonardo choravam e tremiam, estavam desesperados. A mais nova colocou a mão na ferida de Anahí e fazia compressão, mas a loira estava sangrando muito e estava ficando acianótica. O Leonardo ligava para a emergência. O tempo era contra eles.

Poncho e Maíra tentava ajudar a Dulce, mas não sabiam o que fazer. A morena estava desmaiada, e sua respiração estava ficando cada vez menor. Não podia remover a faca, não sabia onde tinha atingido.

O caos tomou conta do lugar...

Dois seguranças apareceram com as armas nas mãos e correram em direção de Maite. Não seria muito difícil de pegá-la, já que a mesma estava mancando.

— Pare agora ou iremos atirar! — O segurança gritou para Maite.

Maite não parou. Correu o mais rápido que pode, o seu pé estava lhe matando de dor. Não iria se entregar, também não iria voltar para aquele inferno de manicômio. Preferia morrer!

— Podemos atirar nela? — O segurança murmurou para o outro.

— Não sei. Acho que sim, você viu que essa louca fez lá trás. — O outro respondeu e mirou a arma em um ponto cego e atirou.

Droga! Maite pensou com raiva ao escutar a bala. O seu coração estava batendo aceleradamente, olhou para trás... Os seguranças estavam mais perto. Iria se capturada! Não. Não. Não. Mil vezes não. Forçou a si mesmo a correr mais rápido, mas para o seu desgostoso, ali se encerrava o caminho. Não dava para voltar, embaixo era um desfiladeiro. Praguejou a sua falta de sorte, mas duas vozes falavam em seus ouvidos. Uma parabenizando o seu feito, provavelmente, a Anahí e Dulce não sobreviveriam ao ataque. E outra dizendo que a sua missão tinha se encerrado e que ela pulasse...

— Se entregue! — O segurança ordenou á parar uns metros de distância, a arma direcionada para ela.

— Vai ser muito melhor se você cooperar. — O outro disse, também com a arma mirada para ela.

Cooperar? Maite teve uma crise de riso. Os seguranças se entreolharam. Aquela mulher era realmente muito louca. Os olhos estavam treslouco. Ela balançava a cabeça em negativo.

— Moça, venha conosco. — O segurança deu um passo.

— Eu prefiro a morte. — Maite gritou e se atirou do desfiladeiro.

Os seguranças correram até a ponta, fizeram o sinal da cruz para que aquela alma doentia fosse perdoada. O grito ainda ecoava pelo desfiladeiro. Aquele corpo nunca seria encontrado.

Que morte mais triste...