Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

Anahí não estava com vontade de jogar vôlei. Apenas saiu do quarto para esfriar os ânimos. Precisava ter a sua coerência de volta. Estava tudo errado, não podia ficar beijando e quase transando com a Dulce, o intuito de contratá-la não foi esse.

— Você está pensativa demais. — Comentou a sua mãe ao chegarem à área externa.

Ao longe, Anahí via a Maite sentada e se exibindo com o seu corpo perfeito. O Leonardo estava ao lado da esposa, tomando um copo de uísque. Ver o seu irmão junto da mulher que mais amou em sua vida, causou uma impotência em si. Hesitou um momento antes de seguir em frente, não seria a protagonista de um barraco, aprendeu que na vida, ignorar era o melhor castigo. O seu irmão se alimentava do seu sofrimento, se alimentou durantes anos, não irei deixar que ele sugasse mais um pouco de suas energias.

— Estou pensando em Dulce. Sozinha no quarto... — Soltou a primeira coisa que veio em sua cabeça.

Debbie riu.

— Início de relacionamento é sempre assim. Sentimos a necessidade de estarmos juntos de quem amamos. E tem aquele fogo extra...

Anahí revirou os olhos.

— Mãe. Por que você sempre tem que colocar sexo no meio de tudo?

— Porque sexo é vida! — Debbie gesticulou. — Amor, companheirismo, doação, solidariedade, entre outros é muito importante no relacionamento, é isso que fica quando o sentimento de paixão acaba. Mas isso é construindo aos poucos... O sexo não, estoura nos primeiros anos e dura um bocado. Muito. Eu e seu pai ainda fazemos sexo, e amém por isso.

— Eu preciso mesmo saber disso? — Anahí perguntou, olhando para a sua mãe.

— Não seja cafona! — Debbie riu. — Mas, estou orgulhosa de você por ter escolhido a Dulce para ser a sua companheira. Ela será ótima para você.

— Como sabe disso se a conheceu por umas horas?

— Simples. — Debbie a olhou, séria. — Tem um ditado que diz: Uma boa filha, sempre será uma boa mãe e uma boa esposa. Eu não sei e ela é uma boa filha, mas... Pelo que vejo, é uma excelente mãe. Então, será uma excelente esposa. — Sua mãe tirou os cabelos dos olhos. — Valorize isso.

Anahí apenas meneou a cabeça, refletindo as palavras de sua mãe.

— Anahí, minha irmã. — Leonardo sorriu falsamente ao vê-la. — Que alegria tê-la novamente em nossa casa.

Não iria cumprimenta-lo com um beijo e muito menos com um abraço. Não tinha sangue de barata para isso. Apenas o olhou... Ele estava vestido para o jogo. A quadra de vôlei ficava apenas dois metros da piscina. Ana Beatriz e Luís já se encontravam lá, se aquecendo.

— Obrigada. — Anahí respondeu forçando um sorriso. Virou-se para mãe. — Eu não vou jogar. Irei apenas assisti-lo.

— Oh que pena! Mas tudo bem... A Maite não iria jogar mesmo, não é?

— Não mesmo. Não irei quebrar as minhas unhas tocando em uma bola. — Maite respondeu, esticada na espreguiçadeira.

Fresca. Muito fresca.

— Vamos lá, Leonardo. Aproveitar que o sol está virando de lado e não ficará em nossos rostos. — Debbie tocou o braço do filho para que caminhasse.

Leonardo olhou de Maite para Anahí. Os seus olhos diziam claramente que não estava gostando que as duas ficassem sozinhas, porém, seguiu a sua mãe, ainda olhou para trás alguns momentos.

Anahí sentou-se em outra espreguiçadeira e retirou o seu celular do bolso. Tinha clicado no Candy Crush Saga. Era viciada nesse jogo, e estava tendo torneio dos peixes, queria muito ganhar os brindes extras.

Não estava imune a presença de Maite, porém, sua cabeça estava na mulher em seu quarto que tinha trocado alguns beijos enlouquecedores.

— Onde está a sua namorada? — Perguntou a Maite, virando-se para ela e exibindo o corpo delgado.

— No quarto. — Respondeu sem tirar os olhos do celular.

— O dia tão lindo e ela prefere ficar no quarto? — Maite riu. — E eu achando que ela ficaria caminhando pela casa como pobre que vai a primeira vez no zoológico... Olhando tudo com muita admiração.

Anahí precisou de um segundo para capturar o preconceito no comentário de Maite. O jogo não foi mais atrativo para os seus olhos. Olhou bem para Maite... Realmente, muito linda por fora, mas por dentro... Recordou-se também do que Dulce tinha falado sobre a Maite ter dito desaforo, e conhecendo a sua ex, como conhecia... Sabia que a mesma tinha sido ofensiva com a Dulce, isso explicava a palidez quando retornou para sala, e as duas estavam juntas.

— Dulce não tem nenhum motivo para fazer isso. Até porque, ela conhece muito bem uma piscina. Não é nenhuma mulher da caverna, o seu comentário foi inapropriado, ofensivo e preconceituoso.

Maite rapidamente se sentou. Os seus olhos ficaram surpresos, e depois irritados. Não estava acreditando que a Anahí estivesse defendendo aquela suburbana!

— Desde quando se tornou uma defensora dos pobres e oprimidos?

— Desde sempre. Acho um absurdo esse tipo de comentário pela Dulce não ser da mesma classe social. Ela não é rica, como nós, mas tem uma alma muito nobre.

Maite se sentou, não gostando do rumo daquela conversa.

— Você a ama? Está apaixonada? — Perguntou, observando cada parte do rosto de Anahí.

Anahí desviou o olhar por um breve momento. Claro que não, seria a resposta. Estava defendendo a Dulce, porque não gostava nenhum tipo de preconceito. Voltou a olhar para Maite, como poderia amar a Dulce, se o coração ainda pertencia á mulher a sua frente?

— Sim. — A resposta foi rápida, mas nada convincente.

— Tem certeza disso? — Maite colocou os pés no chão e arrastou o corpo para ponto da cadeira, buscou a mão de Anahí e segurou. O calor foi instantâneo. — Por que eu não sinto certeza em sua resposta... Porque se você estiver da mesma forma que eu, com a pele formigando, o coração acelerado e com uma enorme vontade de toma-la em meus braços... É sinal que você não a ama, que o seu coração continua sendo meu, assim como o meu é teu.

Anahí estava sentindo tudo... Mesmo com o seu corpo reagindo a Maite, existia um bloqueio. E esse bloqueio que a fez puxar a mão e se levantar. Não ficaria perto dela.

Estava indo em direção á quadra, quando escutou:

— Não acabou a nossa história de amor. Você pode fugir hoje, mas você ainda será minha. Temos uma semana pela frente, Anahí.

Que Deus a ajudasse!