Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

Quando a Oprah foi vencida pelo sono, era quase três horas da manhã e Anahí estava no décimo quinto sono. Deitou a sua filha entre elas, e deitou-se também. Apagou a luz do abajur. O seu corpo e sua mente agradeceram por finamente relaxar. Mas ao invés de dormir, ficou olhando para Anahí... Estava serena. Não parecia aquela mulher irritada de mais cedo.

Estava mais calma em relação ao ciúme. Não pensava muito para a raiva não voltar, mas teria mais cuidado com a Maite. Não poderia que a mesma roubasse o seu... amor. Sim, amor. Estava completamente apaixonada por Anahí, isso explicava o ciúme doentio, o encantamento exagerado e as batidas do seu coração que sempre acelerava quando a loira estava por perto. Sem contar que quando via a Anahí, parecia que o mundo ficava mais belo e cheio de vida.

Que grande abacaxi que ganhou! O que iria fazer? Sabia que o sentimento não era recíproco. Nunca que a Anahí iria se apaixonar por ela, e isso ficou bem claro ao vê-la na cozinha com a Maite. Sabia que a Anahí tinha desejo por ela... Isso sabia, existia paixão entre elas, mas tinha dúvidas se a Anahí era a espécie de mulher que se deixava entregar. Suspirou. Ela sabia a resposta, seria muito difícil que Anahí se permitisse á isso, sem contar que... Eram diferentes. Mundos diferentes. O fato de estar no mesmo quarto com a Anahí era apenas uma eventualidade do destino, essas coisas não aconteciam com frequência. Tinha certeza que quando voltasse para Natal, a Anahí iria esquecê-la de vez.

O que era muito triste. Porque esse sentimento que estava enraizado no coração de Dulce ganhando imensas proporções nunca foi sentido por ninguém. E tinha certeza que esse sentimento tão distinto nunca mais seria sentido por outra pessoa. Suspirou tristemente, e fechou os olhos que ardiam. Sentiu as lágrimas deslizarem pelo seu rosto.

O amor era um sentimento muito lindo, mas também... Arrasador. E com esse pensamento que foi adormecendo.

**

— Eu não acho que deveríamos entrar assim, Debbie. — Luís murmurou para esposa na porta do quarto de Anahí. — E se elas estiveram inapropriadas?

Debbie olhou para o marido.

— Não estão. Tem um bebê dormindo entre elas, se lembra?

— Lembro. Mas me sinto desconfortável entrar sem ser anunciado. — Luís olhou para mulher com um pouco de receio.

Revirando os olhos, Debbie deu três batidas na porta, depois voltou a olhar para o Luís.

— Satisfeito? — Não o deixou responder, abriu a porta e adentrou.

— Debbie! — Luís ainda tentou impedir, mas a esposa já estava enfurnada no quarto de sua filha.

Luís foi atrás, e ficou aliviado ao constatar que elas estavam vestidas. As duas dormiam profundamente, e Oprah estava no meio delas. A cabeça de Oprah repousava na costela de Dulce, enquanto, os pés estavam no rosto de Anahí, toda atravessada.

— Oh que bonitinho. — Debbie sorriu carinhosamente para o marido. — Está vendo? Sem sexo, não dá pra fazer sexo com uma criança no meio. — Então, se debruçou um pouco e tocou no pé de Anahí. — Filha... — Depois tocou no pé de Dulce. — Dulce... — Como nenhuma das duas acordaram, ela começou a balança-las. — Queridas...

Dulce estava no sono tão gostoso que se assustou ao se sentir balançada. Mas o que é que estava acontecendo? Sentou-se abruptamente ainda sonolenta. O corpo de Oprah deslizou até o seu colo. Ela segurou a sua filha.

— É terremoto? — Perguntou apertando os seus olhos, meio desnorteada.

Nisso, a Anahí também acordou. E assim que abriu os olhos, quis morrer. Não tinha noção de hora, mas sabia que era cedo. Antes de levantar, sentiu os pés de Oprah em seu rosto, os tirou com cuidado e se sentou, deparando-se com os seus pais.

— O que estão fazendo aqui?

— Desculpe-me acordá-las. É que irei às compras, e pensei em levar a Dulce comigo, ao menos resolvemos a questão do berço. — Debbie disse com o sorriso amado.

Anahí olhou para Dulce.

— Agora? — Dulce perguntou esfregando os olhos.

— Sim. — Debbie olhou no seu relógio. — Em cinco minutos. Tomamos o nosso desjejum no shopping.

— Tudo bem. — Dulce bocejou. — Só vou acordar a Oprah...

Debbie ergueu uma mão.

— Não querida. Vai ser cansativo para ela. Apenas eu e você. A Anahí pode muito bem cuidar da Oprah. Não é mesmo, filha? — Debbie olhou para sua filha.

Dulce olhou para Anahí meio em dúvida. E Anahí olhou para os três no recinto. Era péssima com crianças, como iria cuidar de uma? Pediu socorro para Dulce com os olhos.

— Eu não acho uma boa ideia. A Oprah é muito apegada a mim, pode estranhar. — Dulce disse com um sorriso amarelo.

— Bobagem! A Oprah deve está muito acostumada com a presença de Anahí. Aliás, vocês se relacionam há cinco meses, não? — Debbie falou suavemente, mas os seus olhos ficaram desconfiados. Isso deixou a Anahí em alerta.

— Sim. Claro. — Anahí forçou um sorriso. — Não se preocupe meu amor. Eu cuidarei de nossa menina. — Ela deu uma tapinha bem suave e indolor na perninha de Oprah pra dá ênfase.

— Perfeito. — Debbie cantarolou feliz. — Em cinco minutos, lá em baixo. — E foi saindo.

— Desculpa por isso. E bom dia. — Luís murmurou e foi atrás da esposa.

Anahí se jogou novamente na cama, o seu sono tinha passado totalmente. Estava apreensiva.

— Podemos inventar uma desculpa. — Dulce propôs ao se levantar.

— Não. Minha mãe é esperta e iria desconfiar. Pode ir, cuido da Oprah.

— Certo. Mas qualquer coisa, você liga para o meu celular. Ok?

— Ok.

Dulce foi para o banheiro. Tomou um banho rápido. O seu cabelo estavam um caos, tinha se esquecido de hidrata-lo. Sol e mar sempre deixavam os seus cabelos revoltados. Então, resolveu prendê-los. Quase gritou ao ver as marcas em seu pescoço.

— Puta que pa/riu! — Resmungou baixou sem acreditar na situação do seu pescoço. Anahí tinha praticamente o marcado em um lado. Procurou uma base na sua nécessaire, mas desistiu. Daqui que escondesse essas marcas ficaria um bom tempo.

Saiu do banheiro de roupão e com cara de pouco amigos. Anahí a olhou com interesse, passou o olhar pelo corpo da morena e depois sorriu.

— O que foi? — Perguntou ao ver a cara de Dulce.

— Isso te remete á alguma coisa? — Perguntou, esticando o pescoço para Anahí.

— Remete que isso é apenas o começo do que pretendo fazer. — Anahí disse relaxada. — Vai ficar toda marcadinha, molhadinha e dada para mim.

Dulce bufou e revirou os olhos. Foi até o closet e pegou uma roupa, voltando para o banheiro e batendo a porta com força, ainda escutou uma risada de Anahí. Sem vergonha. Vestiu a sua roupa: Uma camisa de botões com uma gola para disfarçar um pouco as marcas, e um short jeans. Como estava com o rosto queimado, não fez nenhuma maquiagem, só um batom rosa. Perfumou-se e saiu do banheiro. Evitou a olhar para Anahí, porque sabia que o fizesse não iria resistir. Calçou as suas sapatilhas, foi até a cama e deu um beijinho na testa de Oprah.

— Eu não vou ter beijinho? — Anahí fez um biquinho, ao vê-la se afastar e pegar a sua bolsa.

— Palhaça. — Retrucou, mas o seu sorriso a traiu. Foi em direção da porta.

— Gostosa. — Anahí estava a olhando com um sorriso malicioso.

— Pervertida! — Dulce rebateu, mas se sentia lisonjeada.

— Tesuda. — Anahí riu. — Vem aqui pra cama que eu vou te mostrar o quanto sou pervertida.

Dulce mostrou o dedo do meio para Anahí, que deu uma gargalhada. Dulce também riu, descobrindo mais uma coisa que amava em Anahí: Sua gargalhada.

— Não se esqueça de me ligar se alguma coisa acontecer. — Pediu com a mão na maçaneta.

— Vou te ligar quando estiver go/zando e pensando em você... — Anahí provocou.

Dulce ficou muito vermelha, mas não deixou de fantasiar. Era melhor ir embora, a forma que Anahí a olhava, e o seu corpo reagia, não iria acabar bem. Que dizer, iria acabar bem até demais, porém, a Debbie a esperava.

— Depravada. — Resmungou, e abriu a porta.

Mas antes de sair ainda escutou a Anahí gritar:

— Você gosta!

Pior que estava gostando mesmo. Fechou a porta e caminhou pelo corredor com um sorriso no rosto, que morreu rapidamente ao ver o Leonardo saindo do seu quarto. Ele a olhou, e parecia preocupado.

— Quero falar com você.

— Agora não posso. Irei sair com a sua mãe e ela já está me esperando. — Respondeu. — E outra, não tenho o que falar com você.

— Você sabe que tem. — Leonardo falou baixo. — É sobre a Oprah.

Dulce respirou fundo.

— Leonardo não temos nenhuma questão que nos leve á Oprah. Ela é minha filha. apenas minha. E vai continuar sendo com a sua interferência ou não. Com licença.

Leonardo observou a Dulce se afastando.

— Falei com o pai de sua filha. O Poncho e ele quer conhece-la.

Dulce não respondeu nada, mas sentiu um pequeno arrepio em sua nuca. Seguiu em frente, desde que encontrou o Leonardo, sabia que isso iria acontecer. Só não sabia que tão rápido...