Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

Dulce caminhava alheia com a vida ao lado de Debbie. Tentava se manter presente no diálogo extenso da mulher, porém, a sua mente estava sobre o pai de sua filha. Nunca pensou em privar a Oprah da companhia do seu pai, se não o tinha apresentado ainda, era por não saber como encontra-lo e muito menos o nome. Soube depois que o Leonardo informou.

No dia que se envolveu com o Poncho, estava muito bêbada. Foi coisa do momento, nunca tinha ficado com uma pessoa qualquer na balada, não soube por que o fez. Talvez, fosse o efeito da tequila que sempre a deixava muito louca. Por isto, desde aquele dia na boate, nunca mais bebeu a tequila.

Porém, mesmo sabendo que permitira o encontro do Poncho com a Oprah, um medo pairava no seu coração. E se por ventura, ele quisesse a guarda da menina? Isso podia acontecer certo? Ela morreria se tirasse a Oprah. Não sabia viver sem a sua filha. Ela era o motivo de acordar todos os dias.

Teria que ser bem clara e objetiva com o Poncho. Mas pelo o que se lembrava do mesmo, era um homem gentil e doce. Ele foi muito cavalheiro com ela em todos os momentos, até diante do surto do Leonardo. Lembrava como ficou chocada em saber que era um casal...

O Leonardo provavelmente era bissexual. Já que estava casado com a Maite... Sentia vontade de perguntar, mas não tinha coragem. Sabia que não era da sua conta, e julgando a reação do Leonardo assim que a viu... Provavelmente, a família não sabia de nada. Era algo bem incubado.

Outra coisa também pairava em sua mente... Como será que estava a Oprah com Anahí? Será que a loira estava dando conta? Será que a Oprah estava se adaptando aos cuidados de Anahí? E se tivesse chorando? Será que tinha se alimentado? Deveria ter deixado o café da manhã pronto. Vai que Anahí enchesse a menina de besteiras?

— Fiquei muito chateada por não entregarem o berço no mesmo dia. — Debbie disse, enquanto, caminhava com os olhos fixos nas vitrines.

Estavam no shopping Rio Mar. Dulce achou um absurdo o preço do berço. Achava que era um dinheiro gasto de forma desnecessária, só tinha apenas cinco dias em Recife... Era exagero comprar um berço daquele preço. Mas quando questionou a Debbie, quase levou um fora, então, ficou quieta. Debbie era adorável, e meio que a Dulce a entendia... A mulher tinha três filhos, e nenhum tinha lhe presenteado com um neto, então, surge a Anahí com a Oprah... Debbie ficou enlouquecida de amor, e estava tentando suprir a sua necessidade de ser vó mimando a Oprah.

Já tinham andando muito... E comprado também, a Debbie era compulsiva. Tinha até comprado algumas coisas para Dulce que depois de dizer que não precisava e ter sido ignorada, resolveu deixar para lá, mesmo que a ideia meio que há incomodava um pouco. Não gostava de ser aproveitadora. Mas, a Debbie a tranquilizou ao perceber o seu dilema.

— Tudo bem, Debbie. Eu não me importo, de verdade. E acho que a Anahí também não. — Dulce respondeu com um sorriso, estava saboreando um cookie.

— Estou surpresa com essa mudança de Anahí. — Debbie começou a falar. — Nunca imaginei que a minha filha fosse capaz de se permitir apaixonar e amar novamente. — Ela gesticulou, fazendo uma careta. — Não depois da Maite. — Debbie balançou a cabeça. — Anahí ficou devastada quando foi trocada por Leonardo. Achei que ela nunca iria superar. Foi um choque e tanto para ela. E para nós também. — Ela olhou pra Dulce. — Não sabe o alívio que eu senti quando a vi chegando com você. Sei que são apenas dois dias que estamos convivendo juntas, mas é nítida a mudança e eu só quero lhe agradecer por isso. — Debbie acariciou o braço de Dulce, parecia emocionada. — Obrigada por salvar a minha filha e tirá-la do poço de escuridão que era à sombra de Maite em sua vida.

Dulce estava surpresa, muito surpresa. Nunca imaginaria que a Anahí tivesse se relacionado com a Maite, isso explicava muitas coisas e também aumentava o seu ciúme, que no fundo não tinha sido sem motivos. Também se sentiu culpada por receber o agradecimento de Debbie sem merecer. Não era a namorada verdadeira de Anahí, só passava de uma mulher que tinha recebido dez mil reais para fingir algo que não existia. E mesmo estando apaixonada por Anahí, isso não mudava os fatos.

— Foi uma fase muito difícil em nossas vidas. — Debbie continuou. Ela realmente gostava de falar pelos cotovelos, em boa parte era muito bom, até porque o que a Anahí não contava para Dulce, a Debbie fazia isso. — Imagine a nossa surpresa em saber que a namorada de nossa filha, que compartilhou quase três anos de relacionamento, rompe com a mesma e se torna a noiva do seu outro filho? Foi devastador. — Debbie suspirou. — No início, não aceitamos... Dada á situação. Então, a Anahí foi embora, ela nunca tinha se afastado de nós e sua partida foi algo que doeu muito. E o Leonardo, bom... Ele impôs a presença da Maite em nossas vidas. Era isso, ou ele se afastaria de vez. Eu estava muito irritada com o meu filho, mas já tinha me afastado de uma filha, não queria que o outro fizesse isso, mesmo com todos os erros. — Ela voltou a olhar para Dulce. — Você entende isso?

— Sim... — Dulce respondeu baixinho. Os pais eram incondicionais, apesar de todos os erros dos seus filhos.

— Acho que a Anahí nunca nos perdoou por isto. Por esse acolhimento que demos ao Leonardo, apesar de tudo. Ela não diz com palavras, nem demonstra com atitudes, mas eu sinto que ela tem essa mágoa de nós. — Debbie colocou os cabelos loiros para trás. — Ela não ficaria cinco anos sem aparecer se não fosse isso, certo? Vou ser muito sincera com você... Eu não iria fazer nenhuma borda, mas foi à única maneira que encontrei de reaproximar a minha família. — Ela deu um meio sorriso. — Até que não está tão mal assim não é?

Provavelmente, a Debbie não sabia o que estava acontecendo por debaixo dos panos...

— Você é um presente na vida de Anahí. E eu fico tão maravilhada por ela reconhecer isso. — Debbie sorriu com sinceridade. — Você ama a minha filha, não é?

Dulce deu um sorriso triste. Sim, amava. Nunca achou que poderia amar uma mulher com tanta intensidade que amava a Anahí. Só precisava ter coragem para lutar por esse amor. Tinha uma chance em mãos, e cinco dias. Poderia muito transformar esse relacionamento de faz de conta em realidade.

— Sim, com todas as minhas forças. — Respondeu com sinceridade. Sabia que essa conversa ficaria apenas entre elas.

— Oh! — Debbie sorriu abertamente. — Ela também te ama e muito. Conheço a minha filha... Fico tão feliz que esse sentimento é recíproco. Preze esse sentimento, e não permita que a Maite roube o seu amor. Não quero colocar fogo na lenha nem nada, mas percebo os olhares de Maite direcionados para Anahí. São quase letais. — Ela se lastimou. — Sei que a Maite não vale nada... E agora o Leonardo com problema financeiro, e a Anahí estabilizada, ela não poupará esforços para pular de galho. Já fez isso uma vez, não terá dificuldade em fazer novamente.

— Ela não vai me roubar a Anahí. Não vai mesmo, isso lhe garanto. — Dulce disse com convicção.

Nem se fosse necessário que a matasse! Deixou esse pensamento em off. A guerra entre ela e Maite ficou declarada desde o primeiro momento que colocou os pés naquela casa. Não iria permitir que perdesse algumas batalhas. Isso não iria acontecer... A Anahí conhecia um lado muito ruim do amor. Estava na hora de mostrar o lado bom.

— Ótimo. Querida, tenho uma reunião em uma hora com os organizadores de minha borda. Você se importa de me acompanhar? — Debbie a olhou. — É num restaurante maravilhoso! Podemos almoçar, enquanto, resolvemos as questões. O que acha?

— Maravilhoso. — Dulce sorriu.

Não podia dizer não, não a sua amável futura sogra. Mesmo estando preocupada com a Oprah. Achava que se não tivesse recebido nenhum ligação, era porque estava tudo muito bem. Mas mesmo assim, não via a hora de chegar em casa e ver os seus dois amores...