Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

Terminou. Finalmente. Só não tinha mais coisas acumuladas porque a Elisa era eficiente demais em seu serviço. Algumas decisões importantes foram tomadas. Anahí estava pensativa. Que tinha que admitir que os dias que estava passando com a sua filha, aguçava uma vontade enorme de se estabelecer em sua terra natal. A ideia de voltar novamente para Rio Grande do Norte não estava sendo atrativa de anos atrás em que fugiu para lá. Adorava Natal. Era uma cidade linda, de pessoas muito educadas e amáveis, porém, nada se comparava em estar ao lado de sua família.

Tinha que pensar essa questão com cuidado. Principalmente financeira. Podia ter duas opções: Expandir o seu negócio, abri uma filial aqui em Recife e ficar tomando conta, indo algumas vezes para Natal... Ou passar o ponto de Natal, e tentar a sorte apenas em Recife. Sabia que se escolhesse a opção um, a Elisa iria continuar fazendo um excelente trabalho, assim como agora.

Estava entrando em uma fase mais família. Deveria ser a convivência com a Dulce e Oprah que instigou a sua vontade incubada de uma vida regada de amor. O que tinha dito a Dulce mais cedo era verdade, tinha a Oprah como uma filha. E não se importava de ser chamada de mamãe dois pela pequena. Estava muito apegada e pela primeira vez, não sentia medo disso... Sentia feliz!

— Agora vamos para uma questão que continua em aberto. — Elisa disse seriamente. Estavam conversando via Skype. — Dulce Espinosa. — Anahí fez uma careta. — Quando a mesma irá voltar? Eu sei que você há deu uma semana, mas as clientes estão infelizes!

— E creio que irão continuar. — Anahí respondeu. — Acho que está na hora de direcioná-las para outras designers.

— Mais nenhuma é tão boa como a Dulce! — Elisa disse com exasperação. Ela não gostava de admitir isso, mas a verdade não podia passar despercebida.

Anahí concordou. Não existia nenhuma mulher que seria boa o suficiente como a sua Dulce. Tinha planos futuros para ela. Não queria que a Dulce ficasse sendo uma simples designer em sua clínica. Certa vez, ela tinha dito que o seu sonho era abrir o seu próprio negócio, e por que não? Ela era muito capaz, competente e profissional.

— Por favor, Anahí. Suspenda essa folga prolongada de Dulce. Se você me dê autorização, ligo para ela.

— Não mesmo. Ela está indisponível.

Elisa se irritou. Odiava esse privilegio que a Anahí dava para uma simples empregada. Isso instigava o seu pensamento que alguma coisa acontecia entre as duas.

— Desde quando está sendo tão boazinha com os subordinados? — Elisa a questionou.

Anahí não gostou de ser questionada. Suas decisões não deveriam ser rebatidas. Nunca. Jamais. A única pessoa que estava deixando fazer isso era a sua namorada.

— Dulce não é apenas uma subordinada. É a minha namorada, é a mulher que amo. Estranho seria se eu não fosse assim com ela.

Elisa ficou pálida.

— Sua na-namorada?

— Sim. — Anahí deu um sorriso de estrela americana. — E estamos curtindo muito a nossa pequena férias para que eu abra mão de minha namorada para a mesma voltar á trabalhar. É quase um pecado, não acha?

— Vocês estão juntas? — Elisa perguntou com o queixo no chão. Não estava acreditando nisso.

— É claro que sim. A Dulce voltará no momento em que eu voltar. Então, se eu demorar quinze dias, um mês, um ano... Ela também vai demorar. Alguma objeção sobre isso? — O tom de voz de Anahí deixava bem claro que não queria escutar mais nada.

— Não. — Elisa murmurou, dava para ver os seus olhos marejados mesmo por detrás de uma tela do notebook.

Ela ainda não tinha superado o sentimento pela Anahí. O que era lastimável. Elisa era linda, deveria focar as suas energias amorosas em outras pessoas.

— Boa noite, Elisa. — Anahí desligou.

Anahí se levantou e esticou-se. Estava na hora de voltar para a sua morena. Nem acreditava que estava há duas horas presa dentro daquele escritório! Saiu do mesmo e caminhou por sua casa, esbarrou com a sua irmã e sua cunhada que estavam bem animadinhas para encontrar um quarto.

— Ana... — Chamou a sua irmã que se virou para olhá-la quase em desespero. Anahí quase riu.

— O que?

— Mais tarde, estou indo para um boteco com karaokê com Dulce. Vocês querem ir?

— Tenho outros planos para a n... — Beatriz começou, mas foi interrompida.

— Eu quero ir. — Scarlett falou com alegria.

Ana Beatriz virou-se para a namorada quase chorando. Não era assim que imaginava passar a sua noite... Em um bar. Queria fazer uma hibernação com a Scarlett em seu quarto, mas graças a sua irmã e o convite cafona, não teria mais a oportunidade de fazer isso.

— Ok. Ás nove... — Anahí informou, ignorando o olhar de sua irmã.

Elas subiram correndo para o quarto. Cruzes. Será que era dessa mesma forma com a Dulce? Pensar em sua namorada aguçou algumas vontades bem obscenas em seu corpo. Saiu à procura da Dulce na rede, mas não a encontrou. Voltou e encontrou a sua mãe com a Oprah. A pequena estava recém-tomada banho e o cheiro de bebê era muito bom. Ela estava colocando um mordedor na boca, enquanto, Debbie lia uma história para ela. Branca de neve, se não se enganava.

— Onde está a Dulce?

— Ela saiu com o Leonardo. — Debbie fechou o livro e colocou em cima de sua coxa. Mas se arrependeu de ter contado assim que viu a fisionomia de Anahí se transformar. — Anahí...

Muitas coisas se passaram na cabeça de Anahí. Coisas negativas. Coisas que alimentaram um monstro adormecido em seu peito: O ciúme. Os seus olhos transformaram-se em duas bolas azuladas claríssimas, quase assustador. Por um momento, não conseguiu se focar em nada, além das batidas aceleradas do seu coração.

Com o Leonardo? Da última vez que escutou isso foi com a Maite... No dia que foi trocada pelo o seu irmão. E se a história estivesse se repetindo? O seu corpo tremeu, não era de frio, era algo bem doentio que pulsava dentro de si. Sua boca amargou com a possibilidade.

— Anahí... — Debbie tentou novamente. Mas o grito a assustou. Assim como também assustou a Oprah.

— O que ela está fazendo com o Leonardo? — Anahí gritou.

Debbie abraçou a Oprah e a balançou em seu colo que chorava baixinho pelo susto. Passou um olhar feio para filha, mas que foi ignorado.

Anahí avançou para dentro da casa em busca do seu celular que tinha deixado em cima da escrivaninha no escritório. Discou o número de Dulce, caixa postal. Discou o número do Leonardo, também caixa postal. Ela gritou em ódio e jogou o notebook na parede, o quebrado em alguns pedaços.

Iria mata-lo! Iria mata-la! Nenhum dos dois escaparia se tivesse em algum relacionamento. Não queria saber! Fechou o punho com força e apertou. As suas unhas grandes cravaram em sua carne, a dor não foi sentida, o ódio não a deixava sentir nada além de uma fúria descomunal.

Três bipes e a caixa postal do Leonardo foi acionada...

— Escuta aqui, seu cuzão! — Anahí berrava em descontrole. — Se você encostar um dedo na Dulce se imagina por um momento em tirá-la de mim. Eu o mato! Está ouvindo bem? Eu o mato com as minhas próprias mãos! Seu filho da pu/ta! — Desligou.

Ligou para a Dulce.

— SE VOCÊ NÃO ESTIVER EM CASA EM DEZ MINUTOS. NÃO SEI O QUE SEREI CAPAZ! — Desligou.

Andou de um lado para o outro. Imaginando o que eles estavam fazendo... Imaginar a Dulce com outra pessoa, se entregando, fez com o que seu coração se rasgasse e um desespero a abateu. Chorou de raiva e de angustia. Isso não poderia acontecer. Por Deus, não! Não aguentaria isso, não aguentaria perder a Dulce.

Depois de uns gritos, puxões de cabelos e choro. Obrigou-se a se acalmar. Olhava instantemente no relógio, mas o ponteiro não saia dos cinco minutos. Enxugou as suas lágrimas, mas o descontrole era gritante em seus olhos. Parecia uma louca. Saiu do escritório e foi para o lado de fora e sentou-se na cadeira com os olhos fixos na entrada da casa. Sua mente estava borbulhando, mas fisicamente, se mantinha quieta.

Ana Beatriz saia da casa, o seu momento amor foi interrompido por uma ligação. A mãe de Scarlett. Pelo andar da carruagem, não iria transar hoje. Viu a sua mãe andar em sua direção com o semblante preocupado. Olhou na direção oposta e tomou um susto ao olhar para Anahí.

— Oxe! Está parecendo à garota do exorcismo.

— Não brinca Beatriz. — Debbie falou nervosa. Oprah tinha se acalmado e estava com a cabeça deitada no ombro dela. — Temos que tentar contatar o seu irmão para que retorne logo ou acontecerá uma desgraça.

— O que o Leonardo aprontou agora? — Ana Beatriz perguntou revirando os olhos.

— Saiu com a Dulce.

Ana Beatriz regalou os olhos e tirou o seu celular do bolso...