Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

O itinerário de Anahí: Praia de Gaibu, depois foi em direção á cidade do Cabo de Santo Agostinho pegou a BR, saiu na altura de Prazeres, depois Boa Viagem, Piedade até pegar a estrada de volta para casa.

Foi uma rodada em tanto. Ao menos, a Oprah estava dormindo. O som continuava alto, e ela cantava a música Losing My Religion. Adorava essa música. Batia no volante, ás vezes para acompanhar o ritmo. Como a música estava muito alta, não ouviu o seu celular tocar.

— Deveríamos ter dado uma paradinha na praia de Boa Viagem, mas você dormiu logo. — Ela disse, olhando para Oprah no retrovisor. Estava tão linda, abraçada com o travesseiro e a cabeça repousada nele. Dava vontade de morder. Muito.

Continuou a dirigir até que estava próxima de casa...

O clima não estava nada bom. Leonardo não conseguia se explicar, e para completar, a Maite tinha surgido com uma revista na mão com a fofoca estampada na capa, dando uma de vítima.

— Como você pode fazer isso comigo? — Maite gritava com Leonardo, as lágrimas caíam dos seus olhos. A sua expressão era de puro sofrimento. Fingimento. Claro. Mas para os Puente, que não sabiam de nada, era convincente demais.

Leonardo estava surpreso com o teatro de Maite. O seu mundo tinha caído por terra. Queria contar aos seus pais sobre o seu relacionamento com o Poncho, mas não dessa forma.

— Como pode envergonhar a nossa família dessa forma? — Luís gritou, estava sem acreditar ainda. — Você nos humilhou! Não apenas á nós, como a sua esposa.

Debbie chorava no sofá, sendo aparada por Dulce que não sabia o que fazer com essa situação. Ligou novamente para sua namorada, mas caiu na caixa postal.

— Responda Leonardo! Como explica isso? — Luís voltou a gritar, apontando para televisão.

— É... Responda... Eu... Eu sei que nunca fui uma esposa exemplar, mas não merecia isso de você. — Maite dramatizou. — Oh céus, estou tão humilhada!

Tom que assistia a cena sentiu uma enorme vontade de rir. Maite virou-se e o abraçou. Tinha que tirar o chapéu para Maite. Ela ótima atriz. Dulce assistia tudo com nojo.

— Eu... Eu sou gay. — Leonardo finalmente disse com um fio de voz. — Sempre fui gay. — Engoliu á seco ao ver a expressão de descrença do pai. — Sou completamente apaixonado por Poncho.

— Como... Como assim? Você é casado com a Maite. — Debbie questionou.

— Sim. Sou casado, mas é apenas uma farsa. Sempre foi... Nunca a amei, eu só não estava preparado para assumir a minha orientação sexual.

— Eu não tenho filho gay! — Luís gritou. Estava cada vez mais vermelho. — Não o criei para essa pouca vergonha. O criei para ser macho! Eu não aceito um filho gay! Não aceito e não aceitarei esse nojo na minha casa.

Leonardo abaixou a cabeça. Sentindo-se triste pelas palavras do pai.

— Quanta hipocrisia. — Ana Beatriz se pronunciou pela primeira vez.

— O que? — Luís virou-se para ela.

— Hipocrisia sua, e da mamãe que está chorando como se o mundo tivesse acabado. Acordem para vida: Eu sou gay. Anahí também é gay. Qual o problema do Leonardo ser também? Estão fazendo uma tempestade num copo de água só porque foi exposto publicamente, tenho certeza que se o Leonardo tivesse contado para nós antes disso, vocês não estaria assim. — Ana Beatriz se levantou. — O único erro do meu irmão foi casar com essa cobrinha de salto aí, o resto, ele está mais que certo. Está feliz, nas fotos dá pra ver que está mais que feliz. Vocês — Apontou para o pai e a mãe. — Deviam levantar as mãos para o céu e agradecer por ter filhos maravilhosos e bem encaminhados na vida. Não dermos para o crime, nem seguimos num caminho errado. Acho inadmissível esse show de falso moralismo só porque o seu filho é feliz com outro homem. — Balançou a cabeça em negativa. — Quando a alienação evaporar do cérebro de vocês, me chamem, caso o contrário, não vou ficar aqui ouvindo essas besteiras.

Todos estavam de boca aberta. Principalmente Luís e Debbie. O Leonardo ficou impressionado, nunca imaginou que Ana Beatriz o fosse defender. Ela passou por ele e deu uma tapinha no ombro, murmurando um “seja forte” e subiu para o andar de cima.

— Ana Beatriz! — Luís ainda chamou, mas ela nem sequer se deu o trabalho de olhar para trás.

Nisso, Anahí chegou com Oprah nos braços. Estranhou o clima pesado da casa.

— Quem morreu? — Anahí perguntou. Dulce ficou aliviada ao vê-la.

— Você sabia que o seu irmão é gay? — Luís perguntou.

— Claro. — Anahí respondeu com um sorriso. — Aliás, quase todo mundo sabe... Inclusive á Maite. — Ajeitou a Oprah nos braços.

Luís olhou para Maite e apertou os olhos. Maite arregalou os olhos.

— Eu tinha uma mera desconfiança, mas... Mas não esperava que isso fosse verdade... Eu... — Maite deu de ombros.

— Você concorda com isso, Anahí? — Luís perguntou a olhou.

— Concordo. E ficaria muito decepcionada em saber que esse clima pesado é devido á isso.

Dulce se levantou, e pegou a Oprah dos braços de Anahí. Deu um meio sorriso para ela, e resolveu ir para o seu quarto. Esse assunto era de família, e não queria se intrometer.

— Você acha isso certo? Acha certo todos esses anos que o Leonardo mentiu para nós? — Luís perguntou, ainda estava difícil de aceitar que o filho era gay.

Anahí suspirou e foi até o sofá, sentou-se ao lado da mãe e cruzou as pernas.

— Temos o livre arbítrio para fazer as nossas próprias escolhas. Se o Leonardo não estava preparado para nos contar que é gay, é um direito que cabe diretamente á ele. É maior de idade e sabe muito bem que caminho a seguir. — Anahí olhou pra seu irmão que estava petrificado no mesmo lugar. — Tenho certeza que está aqui de frente á vocês e ter contado sobre sua orientação não foi nada fácil e no mínimo como bons pais, vocês deveriam apoiar.

— Ele não nos contou! Descobrimos por um programa de fofoca. — Debbie murmurou. Tinha parado de chorar, as palavras de Ana Beatriz ecoavam em sua mente.

Maite jogou a revista no colo de Anahí. A loira pegou a revista, assim que viu a capa, olhou para sua cunhada. Encararam-se por alguns segundos.

— Foi você!

— Eu? Eu não fiz nada. Eu sou a vítima nessa situação. Por Deus. Já fui acusada de muitas coisas nessa casa. Estou cansada! — Maite gritou. — O meu único erro foi amar o Leonardo do jeito que amo... E digo uma coisa: Depois desse escândalo, quem quer o divórcio sou eu! — E saiu batendo os pés.

— Eu vou acalmá-la... — Tom disse e correu atrás de Maite.

Leonardo se aproximou e ficou de frente aos pais.

— Eu não queria que vocês passassem por um constrangimento deste. Sempre fui muito cauteloso com as minhas saídas com o Poncho. Não sei como vocês iriam reagir quando eu contasse sobre mim, mas tive uma breve ilusão que eu seria acolhido como a Anahí e Ana Beatriz. — Olhou do Luís para Debbie. — Não acha que me mágoa essa privatização que colocaram em minha vida? Passei anos, fingindo ser que não era apenas para fazê-los felizes. Principalmente você, papai. Por muitos anos, fui o seu filho perfeito, honrado... Fiz o papel de filho e esqueci do meu papel de homem, de humano. Eu também tenho o direito de amar, de ser livre e de escolher assim como as minhas irmãs. O fato de eu ser homem, não muda nada, os direitos continuam iguais. — Respirou fundo. — Eu não vou mais abdicar a minha vida por nada, nem ninguém. Irei me separar da Maite, ficarei com o Poncho e se vocês me desconsiderarem como filho, ficarei muito triste, mas a vida segue em frente. Eu sempre vou os considerar como pais, mas não posso ser o modelo ideal do que vocês sonharam para mim. — Os seus olhos encheram-se de lágrimas. — Eu espero do fundo do meu coração que vocês me entendam, porque eu não quero perde-los. Eu os amo...

Debbie estava chorando, Anahí se sensibilizou demais com as palavras do seu irmão. Levantou-se e o abraçou fortemente. Luís ficou parado, uma grande parte de si, amoleceu, porém, o orgulho estava o deixando endurecido. Estava envergonhado pela exposição da sua família.

Leonardo soltou a sua irmã, deu um beijo na testa da Anahí e saiu. Iria encontrar o Poncho, precisava dos braços do seu amado nesse momento tão delicado.

— Não vai ter mais festa. — Luís anunciou e olhou para Debbie. — Espera que entenda.

Debbie apenas meneou a cabeça. Não tinha clima mais para festa, essa fofoca iria render bastante e não queria que fosse o ponto alvo de sua comemoração.

Anahí bufou.

— Vocês vão fazer isso mesmo? Renegar o Leonardo?

— Anahí. Só preciso de um momento, tudo bem? Isso nos pegou de surpresa, minha cabeça está cheia. Muito cheia de tudo. Só preciso pensar. Acho que tenho o direito de encostar a cabeça no travesseiro e refletir sobre isso. — Luís disse. — Não irei renegar o Leonardo, é o meu filho. Mas preciso de um tempo para aceitar. Então, pare de julgar á mim e a sua mãe. No dia que tiver filhos, idealizar uma vida, um mundo para eles, poderá me questionar, enquanto isso, não. Vou para o quarto. Boa noite.

Debbie se levantou também.

— Eu vou com o seu pai. — Debbie disse e deu um beijo na testa de sua filha. — Boa noite, querida.

— Boa noite. — Anahí murmurou.

A loira ficou parada na sala. Sentou-se no sofá e refletiu sobre o dia. Sentia-se muito pelo seu irmão, seria o alvo de piadas da sociedade. Isso era o de menos. O problema era o clima com os seus pais.

Dulce surgiu na sala. Anahí abriu os braços para ela. A morena deitou-se no sofá e encostou a cabeça no colo da namorada. Anahí começou a acariciar os cabelos de sua namorada.

— Não terá mais festa. — Anahí murmurou. — Os meus pais estão arrasados. Leonardo também. Estou surpresa com esse furo jornalístico. Algo me diz que tem o dedo de...

— Maite. — Dulce completou.

— Sim. — Anahí apertou os lábios. — Claro que ela não irá admitir isso. Faz-se de sonsa demais. — Olhou para Dulce. — Você se importa de estendermos um pouco a nossa viagem? É um momento muito delicado para irmos embora...

— Não me importo. Ficaremos o tempo que for, hum? — Dulce acariciou o rosto de Anahí.

Anahí pensou em conversar sobre a sua decisão, mas calou-se... Sentia que ainda não era o momento certo...

Hoje é apenas um capítulo e bem apressadinho.

Amanhã compenso vocês,  leio os comentários e respondo-os, minhas lindas!