Fanfic: Faz de conta — Portiñón. FINALIZADA. | Tema: Portiñon. DyC. Anahí y Dulce.

Dulce ainda estava com o pensamento envenenado pelo comentário do Tom. Estava melancólica, não podia evitar, parecia que uma maré estava á arrastando lentamente a sufocando. Caminhou na beira do mar para tentar controlar o sentimento ruim que invadia o seu ser. Estava com a sua pequena nos braços, sentia conforto com a sua filha tão quentinha aninhada em seu corpo.

Oprah era a sua força. Sem ela, não aguentaria muitas coisas que passou pela vida. E estava passando... Chorou na sua caminhada. Lágrimas angustiantes diretamente da sua alma.

Meu Deus... Não permita que seja verdade. Não permita que a Anahí tenha vergonha de mim, eu a amo tanto... Não irei superar ser o alvo de vergonha do amor da minha vida. Por favor, meu Deus, não permita.

Pediu silenciosamente entre os seus soluços, o que acordou a Oprah. A pequena a olhou sem entender nada, vendo a sua mãe chorar fez uma carinha de choro e todo o seu rosto ficou vermelho.

Era sempre assim... Sempre que a Oprah a via chorar, também chorava.

— Não meu amor. Não chora. A mamãe está bem, minha vida. — Dulce murmurou para Oprah, segurando a cabecinha da sua filha e depositando um beijo carinhoso na bochecha. — Não chora minha preciosa.

Deu muitos beijinhos na cabecinha de sua filha... Abraçou-a com mais carinho e aos poucos, as duas foram parando de chorar. Dulce limpou os olhos com a outra mão, depois limpou as bochechas de Oprah com a fralda.

Caminhou mais um pouco. Quando sentiu cansada, voltou para casa. Encontrou a Debbie sentada na área da piscina com um guia de viagens nas mãos.

— Olha só, você voltou. — Debbie sorriu ao vê-la.

Dulce sentou-se ao lado dela, ajeitou a sua filha em seu colo. Oprah ficou sentadinha, mas com a cabeça encostada no peito dela.

— Sim. O que você está fazendo?

— Olhando algumas viagens. Quero fazer um cruzeiro com o meu marido. Não tivemos a festa de bordas, mas ainda á tempo de comemorar, não? — Debbie sorriu para a sua nora.

— Vocês se amam muito, não é? — Dulce perguntou com um sorriso sincero.

Debbie suspirou. Fechou o guia, e sorriu.

— Sim. Muito. Desde o primeiro momento. O meu amor ainda continua o mesmo desde o primeiro dia que o vi na faculdade. Quando os nossos olhos se encontraram, soube que para sempre seria dele. E que ele seria também meu. E aqui estamos... Com os nossos filhos encaminhados e criados, felizes e vivendo como se fosse á primeira vez.

Dulce sorriu mais, no fundo, sentia uma espécie de inveja boa.

— Vocês passaram por muitas dificuldades?

— Claro. Todo relacionamento tem seu alto e baixo. Não éramos ricos. Bem... Eu não era rica como o Luís. Minha família era esforçada, mas não podia ser enquadrada na sociedade pernambucana. Houve muito preconceito, principalmente da família do Luís. Mas superamos isso. O nosso amor e a vontade de estarmos juntos foram maiores do que qualquer preconceito e dificuldade.

Dulce mordeu o lábio inferior. Esfregou o seu nariz suavemente no couro cabeludo de sua filha, sentindo o cheiro do perfume suave.

— E por algum momento... O Luís sentiu vergonha de você? Deixou de lhe apresentar aos seus amigos e levá-la á algum evento social? Ou qualquer canto?

— Não. — Debbie fez uma careta. Olhou diretamente para a Dulce. — Por que... — Parou de falar ao ver o semblante tristonho da sua nora. — O que essa cabecinha está pensando?

— Você acha que a Anahí, sei lá, sente vergonha de mim? — Dulce perguntou com a voz embargada.

Debbie arregalou os olhos.

— Deus. Não! A minha filha não sente vergonha de você. Por que sentiria?

— Porque ela nunca me apresentou aos seus amigos, nem me levou a nenhum evento social... Quase nunca saímos...

— Não pense nisso. Nunca! Anahí não tem nenhuma vergonha de você. Ela te ama. Você acha que ela sentisse vergonha de ti, apresentaria a nós? A família? Que somos mais importante do que amigos? — Debbie a olhou com carinho. — Anahí não tem muitos amigos aqui, apenas colegas... Pessoas que são mesquinhas e esnobes. Acredite, ela está apenas poupando tempo á você. E o fato de não saírem, a nossa família passou por um momento delicado, você sabe... Acho que o foco de minha filha foi dá apoio á mim, ao pai e também ao irmão. Acredite: Ela não tem vergonha de você. Ela é louca por você.

Dulce apenas balançou a cabeça em positivo. Ainda estava com muita dúvida e também medo.

Debbie deu uma tapinha na mão de Dulce.

— Não fique alimentando o mal dentro de si. É muito fácil dá ênfase às neuras do nosso cérebro. O difícil são ignorá-las. Já tive o meu tempo de ficar enlouquecida com as minhas paranoias, acho que toda mulher é assim.

— Como faz isso parar?

— Só lembrando-se dos bons momentos e lembrar também do amor condicional e único que compartilham. E tudo ficará muito bem. — Debbie sorriu cumplice, então, virou-se para o carro que adentrava na propriedade. — O meu amado chegou. Com licença, querida.

Debbie se levantou e deu um beijo na testa da Oprah, depois foi até o seu marido.

Dulce ficou um tempo pensando. Estava tão confusa! Também estava com muita saudade de Anahí, sentia-se arrependida por ter sido muito fria com ela ao telefone. Não deveria ter feito isso.

Oprah reclamou de fome, e Dulce foi providenciar alguma coisa para ela comer. Depois que alimentou a sua filha, e trocou as fraldas. A colocou para dormir, o sono da tarde. Depois disso, foi tomar um banho de banheira com bastante espuma. Quem sabe assim esfriava os pensamentos?

Lembrou-se de um ditado que a sua mãe sempre dizia: O apressado come cru.

Talvez... Ela estivesse comendo cru...