Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

No meio da madrugada, faróis de carros e luzes azuis com vermelhas entravam pela janela de vidro da garagem. Clareavam por cima das minhas pálpebras pesadas devido ao cansaço. O barulho de gente conversando e caminhando pelo cascalho da entrada de nosso brarraco também me chamavam atenção.

Pensei que era apenas em meu sonho, mas foi então que ouvi Bel gritando.

- ACORDA ANAHI! - Ela me chacoalhava desesperadamente. - INVADIRAM NOSSA CASA E ESTÃO JOGANDO TODAS NOSSAS COISAS PARA FORA! - Chorava com medo, sem saber o que fazer. Levantei assustada e me dei conta que o barulho agora era de objetos sendo quebrados. Os NOSSOS objetos!

- Mas... Quem... - Guaguejei nervosa. - Quem está fazendo isso? São ladrões?

- Não, é Alfonso Herrera e todos os policiais de nossa cidade. Não sei por quê estão fazendo isso! PRECISAMOS FAZER ALGUMA COISA, IRMÃ! - Fiquei incrédula ao escutar o nome do responsável, não podia ser verdade. Peguei na mão de Bel e saímos correndo juntas para ver o que estava acontecendo realmente. Nossos armários, louças, roupas, TUDO sendo jogando porta a fora. Sem o menor cuidado, estavam simplesmente lançando contra o chão. Não vamos conseguir aproveitar nada, tudo está se transformando apenas em pedaços.

- POR FAVOR! - Gritei apavorada, levando as mãos até a cabeça e agarrando meus próprios cabelos. - POR FAVOR, PAREM! É TUDO O QUE TEMOS NESSA VIDA! - Corri para tentar recolher alguma coisa, mas era em vão. Estava tudo quebrado, como eu havia imaginado. Consegui recuperar algumas roupas, segurei as peças com força contra o peito, para não tomarem de mim.

Bel também tentava recolher algumas coisas, caída de joelhos no chão e chorando as berros. Senti pena de minha irmã pela primeira vez.

- PORQUE ESTÃO FAZENDO ISSO, MEU DEUS! - Gritei com o último fiapo de voz que me sobrou depois de implorar tanto. Olhei para o lado do Delegado e lá estava ele... Alfonso Herrera, dando ordem para eles terminarem o serviço.

Meu pai acordou com dificuldade, mesmo com todo aquele barulho de objetos sendo quebrados. Saiu cambaleando, ainda bêbado, do seu quarto e se escorou na porta de entrada.

- Mas o que está acontecendo aqui?! - Resmungou irritado, arregalando os olhos quando reparou em toda aquela... Destruição. - OH... NÃO ACREDITO! MALDITOS! O QUE FIZERAM COM A NOSSA CASA? E COM NOSSAS COISAS? ORA! VOCÊS NÃO TEM O DIREITO. - Ele foi tropicando até o Delegado, apontando o dedo na cara dele.

- Sim, temos todo o direito! Fui eu quem deu a ordem. - Alfonso entrou na frente do delegado, confrontando meu pai. - Este barraco onde moram é da minha família, e não quero mais vocês miseráveis nojentos morando aqui. E sumam também com esses pertences contaminados!

- VOCÊS NÃO TEM O DIREITO! - Meu velho pai voltou a repetir. Em vão tentou ir para cima de Herrera e atacá-lo. Estava muito bêbado para isso, com um empurrão foi derrubado e bateu com a cabeça nos cascalhos do chão. Ficou desacordado.

Bel chorava mais alto agora. Eu não conseguia derramar nem uma lágrima, estava revoltada. Isso que eles estavam fazendo não era humano.

- NÃO DEIXEM NEM UM FIAPO DAS ROUPAS IMUNDAS DELES, TIREM TUDO DE DENTRO DESSE BARRACO! - Poncho ordenou aos berros, para os últimos policiais que terminavam de "limpar" a casa.

Não sobrou nada. E eu não sabia o motivo, precisava arriscar perguntar.

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Jhulya Grazioli: Continuando  <3