Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

Cheguei na casa muito rápido. Era muito bonita por fora, moderna e toda cercada. Não é tão grande quanto era a minha com Pedro, mas como eu iria morar sozinha, isso bastava. Não coloquei o carro na garagem, pois ainda pretendia sair para comer um lanche.

Entrei na casa e gostei muito, era toda mobiliada sob medida. O mais importante é que era confortável. Guardei minhas malas no quarto e deixei para desfazê-las mais tarde. Visitei todos os cômodos e olhei pela janela, para o minúsculo jardim dos fundos. Melhor assim, eu não teria tempo mesmo para cuidar de um jardim. A casa era bem afastada do resto da cidade, isso me deixou mais feliz ainda. Sem vizinhos para incomodar.

Meu estômago roncou.

- Ok, está na hora de comer, eu sei. - Ri por ter conversado com meu próprio estômago. Peguei as chaves do carro e fui procurar algum restaurante ou lancheria. Amanhã eu precisaria fazer um rancho no mercado para começar a preparar minha própria comida.

Vi vários rostos conhecidos por aí, sorte que ninguém me reconheceu ainda. Alguns desconfiavam, tenho certeza, pois arregalavam os olhos e ficavam me analisando por vários minutos sem parar.

Não dei importância, andei com superioridade pela cidade, como se fosse nova por ali e não ligasse para o resto das pessoas.

Comi em um buffet livre e ao sair do restaurante, vi a última pessoa que eu queria encontrar naquele momento. Ainda não estava preparada para vê-lo, aquele que mais mal me fez.

Alfonso Herrera.

- Várias pessoas da cidade me falaram hoje: Oh Deus! Não tenho certeza, mas acho que uma das filhas de Verônica Portilla está de volta. - Ele se aproximou de mim cautelosamente, com os braços cruzados. - Eu não acreditei nisso! Como uma pessoa desta família teria coragem de voltar para cá? - Me olhou friamente, apenas um passo nos mantinha afastados. Eu o observava sem dizer uma palavra. - E foi então que te vi saindo do restaurante, achou que conseguiria me enganar? Passar despercebida? Você é a cara da puta da sua mãe.

- Sim, eu voltei, mas não sou a mesma. - Ergui a cabeça e falei com superioridade, não pretendia mais ser humilhada por ele. Eu tinha que estar por cima daqueles que me fizeram mal, era isso que meu falecido marido desejava para mim. - Não vou permitir que me ofenda.

- Olha só, que surpresa! Criou uma personalidade forte. Pensei que continuava monga que nem era antigamente. - Riu debochado, e pareceu se interessar ainda mais na conversa comigo. - Então, quer dizer que você se casou? Damián... Onde ele está, o seu marido?

- Faleceu. - Respondi por educação apenas. Ele pareceu apreciar a resposta. - Não que seja do seu interesse. Bom... Agora, se me permite, eu vou para casa. - Ele estreitou a distância entre nós e segurou meu braço.

- Calma, ainda não te dei os parabéns. - Seu olhar desceu para o meu corpo. - Você está muito gostosa! Suas curvas são muito mais deliciosas do que as de sua mãe e irmã. Seus cabelos castanhos, huuum... Te deixam uma mulher mais quente ainda. - Sua respiração era ofegante ao falar de meu corpo, e isso me deixava sem conseguir respirar direito. É uma desvantagem ter um inimigo tão atraente e excitante.

- Me solte, Herrera! - Ordenei, puxando meu braço com força e me livrando do aperto dele. - Não sou para você.

- Desejo seu corpo, mas nunca iria comer. - Fiquei vermelha de raiva, já bastava de me tratar como um pedaço de carne. Eu não merecia mais isso, eu não precisava mais disso. - Para mim você sempre será apenas uma Portilla, sobrenome que veio da mulher que arruinou minha família.