Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

Apesar de certas pessoas que querem atrasar minha vida, eu dormi muito bem. Como eu já esperava, a casa era muito confortável. E silenciosa. Longe do movimento do centro.

Acordei e me arrumei demoradamente, tinha tempo de sobra até a filial ser aberta. Fui para o computador e troquei alguns e-mails com Luana para saber como andavam os negócios por lá. Tudo perfeito, sem problemas com que eu precise me preocupar. E na matriz, liderada por um funcionário de confiança de meu eterno parceiro Pedro, também estava em ordem.

- Bom, então vou fazer umas compras. - Peguei minha bolsa e fui de carro até o Supermercado principal da cidade. Entrei e peguei um carrinho, andando pelos corredores.

As pessoas agora sabiam quem eu era, não tiravam os olhos de mim. Cochichavam umas com as outras sobre minha presença. Procurei ignorar.

- Hum, acho que não falta nada... - Conferi os itens do carrinho de compras e fui para o caixa.

- Me desculpe senhora, mas não podemos vender nada deste mercado para você. - Disse o garoto do rosto cheio de espinhas que trabalhava no caixa, antes que eu começassse a colocar minhas compras no balcão.

- O quê? - Perguntei surpresa. - Mas, porquê? Seja lá o que for que te contaram sobre o meu passado, não dê ouvidos. Agora eu sou outra pessoa e tenho dinheiro para pagar por tudo. - Coloquei cinco notas de cem reais sobre o balcão. - Por favor, estou com pressa.

- Não posso. - Ele repetiu, envergonhado. Não olhava em meus olhos. - O prefeito da cidade proibiu este mercado de vender qualquer coisa para você... - Ele deu uma pausa e cotinuou, inseguro: - E todo o resto do comércio da cidade também, estão todos proibidos de te atender.

- O QUÊ?! - Desta vez gritei. Não era possível, como uma pessoa conseguia ser tão louca a esse ponto. - FILHO DE UMA...! - Irritada, peguei meu dinheiro, enfiei na bolsa e fui saindo do mercado com passos pesados.

Todos me observavam, alguns riam satisfeitos, outros arregalavam os olhos. Maldita cidade, estou me arrependendo de ter vindo morar aqui novamente. Como pode Alfonso ter todo esse poder? Com certeza chantageou com dinheiro. Muito dinheiro.

Caminhei algumas quadras procurando por um lugar para comer. Ninguém podia me atender, todos estavam estritamente proibidos. Meu estômago roncou e eu suspirei frustada. E agora, o que fazer?

Eu vou ser forte, tenho que ser forte. Ser humilhada e sair de cabeça baixa, esse será um erro que jamais voltarei a cometer. Se o Herrera quer dar um jeito de me tirar desta cidade, eu vou dar um jeito de ficar a todo custo. Vou ligar para Luana hoje mesmo, e pedir que contrate alguém que me traga rancho dos mercados de outras cidades semanalmente.

Essa cidade ele até pode controlar, mas as outras não. Sorri diabolicamente com a minha idéia.

- Anahi? - Uma voz feminina me chamou. Olhei para trás e me deparei com um par de olhos verdes e ansiosos. Eu a conhecia muito bem. E a lembrança mais marcante, era de mim, uma menina curiosa espiando um casal sem vergonha, o corpo nu da garota loira sendo possuído por Alfonso.

- Sim... Sou eu. - Respondi voltando alguns passos para ver o que ela desejava comigo. Com certeza, era mais uma para me humilhar.

- Sou Maite, não sei se lembra de mim. Nunca nos falamos, mas como essa cidade é pequena todos sempre se conheceram por aqui. - Deu de ombros, com um pequeno sorriso se abrindo.

- Lembro de você. - Confirmei, esperando que ela desabafasse logo o que queria de mim.

- Soube o que Alfonso está fazendo com você, te proibindo até de comprar alimentos. - Sua expressão era de indignação, e só agora percebi que seu jeito, seu modo de falar, enfim, tudo... Ela estava muito mais madura. - Eu não concordo com isso, é um absurdo!

- Não me surpreende coisas assim vindo dele. - Dei de ombros, com tranquilidade. - Mas pensei que vocês dois se dessem bem.

- Antigamente ficávamos algumas vezes, mas não deu certo. Era coisa de adolescente, entende? - Fiz um gesto positivo com a cabeça, incentivando-a a continuar. - Nunca mais nos falamos diretamente. Sou casada com William Levy agora.

- Que bom! Fico muito feliz, de verdade. - Pelo que eu me lembre, na época em que eu vivia aqui, William Levy estava cursando advocacia. Era um garoto com boas condições financeiras, não tanto quanto Alfonso e Maite, mas a família dele tinha suas economias. - Ele já se formou?

- Sim, e graças à Deus é um advogado bem sucedido agora. - Contou, contente e deu uma pausa antes de falar: - Eu vim falar com você para vir comer alguma coisa em minha casa hoje, até você conseguir dar um jeito nisso.

- Sério? - Perguntei, surpresa. Nunca pensei que essa garota fosse tão boa pessoa. - Vou ficar muito agradecida. Hoje estou sem nada para comer, mas para amanhã e o resto de meus dias aqui, já dei um jeito. - Pisquei o olho e ela deu risada.

- Vamos, então. - Fomos juntas até onde eu havia deixado meu carro e, em seguida, fomos para sua casa. Conheci William Levy, seu marido, e ela era extremamente educado e gentil como ela. Ficamos bastante tempo - várias horas - conversando depois de comer.

Somente quando ameaçava a anoitecer, fui para minha casa.