Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

Na manhã seguinte, acordei cedo. Tomei um banho quente e relaxante, sem pressa. Nenhum compromisso me aguardava. Fui tomar meu café da manhã, quando notei algo estranho. Dois envelopes estavam jogados no chão, provavelmente foram enfiados por baixo da porta. Deviam ter sido colocados na caixa de correio. Peguei os envelopes e me sentei à mesa, com uma chícara de café preto.

Abri o primeiro envelope e dentro havia um bilhete preto, as escritas feitas com caneta prateada, sem nenhuma identificação de quem havia enviado:

"Saia desta cidade enquanto ainda é tempo."

Como? Demorei um pouco para cair na realidade... Estavam MESMO me ameaçando? Isso só pode ser brincadeira. Pensei em Alfonso como culpado, mas não acredito que isso seja obra dele. Ele me falaria na cara mesmo. Com as mãos trêmulas de pavor, abri o próximo envelope. Tirei de dentro um bilhete escrito no computador, o destinatário também não havia se identificado:

"Se você dá valor para sua vida, vá embora! Seu tempo está se esgotando."

Deus! Alguém além de Alfonso Herrera não me queria naquela cidade. Mas por quê? Eu nunca fiz mal algum para ninguém, quem cometeu erros foi minha família. E, mesmo assim, não foram erros grandes a ponto de não poder mais morar na cidade... Que absurdo.

Amassei os papéis e coloquei tudo no lixo, assustada. Olhei pela janela da cozinha, mas quem quer que seja o culpado dos bilhetes, deve tê-los largado de madrugada. A essa hora não encontraria nenhum suspeito. Eu não estava mais segura naquela cidade, mas não pretendia sair. Apenas precisava ter um cuidado maior.

- Herrera! Coloque isso na sua cabeça de uma vez por todas: Eu não vou embora. - Falei, perdendo a paciência. - E não preciso do seu dinheiro, porque ganho muito bem com o meu trabalho. Se duvidar, ganho tão bem quanto você. - Sorri satisfeita ao ver a irritação em seu rosto. - Eu tenho direito como qualquer outro cidadão de morar aqui. Também vou abrir uma filial de minha empresa aqui e mostrar para todos os moradorzinhos dessa cidade que não se julga uma pessoa pelo sobrenome ou pelo seu passado e sua família.

Ele ficou em silêncio com meu discurso. Mas apenas por alguns segundos.

- Não vou desistir de te tirar daqui, você vai fazer minha mãe e minha irmã sofrerem tudo que sofreram de novo. - Ele colocou as mãos no rosto, tentando esconder o quão preocupado estava. Eu o entendo, era jovem quando seu pai o abandonou, e teve que assumir muitas responsabilidades.

- Desista. - Insisti, mas sabia que era em vão. - Estou disposta a sair em um caixão daqui, mas me humilhar e sair de cabeça baixa novamente, jamais. - Admiti, deixando-o admirado.

- Você tem o gênio muito forte, Portilla. - Presumi que tenha sido um elogio, mas não arrisquei agradecer. Ele se levantou e veio até mim. Também me levantei e ficamos nos encarando, olho no olho.

- Tome cuidado. - Ele alertou, mas sem se mover do lugar para ir embora.