Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

- Eu não acredito nisso. - Alfonso negou com a cabeça, transtornado. Seus olhos ficaram vermelhos. Acho que ele vai chorar, isso me cortou o coração. O conheci sempre sendo frio como um cubo de gelo, e agora ele estava derretendo em minha frente. - Eu, durante todos esses anos odiei o meu pai injustamente, por ele ter fugido sem se importar e sem nunca dar notícias, e na verdade... Ele está morto.

- Poncho, seu pai nunca abandonou você e sua família... Precisa ficar feliz com isso e não abalado. - Eu o abracei e ele chorou com a cabeça escondida em meus seios. Chorei junto com ele. - De onde ele está agora, tenho certeza, está tranquilo por você ter descoberto a verdade. Então, não fique assim.

- Mas... Quem fez isso com ele, Anahi? - Perguntou levantando a cabeça para me olhar nos olhos. - Será que é a mesma pessoa que está te ameaçando? - Ficou pensativo. - Meu pai era um homem bom e eu sempre soube disso! E se ele amava Vêronica e pretendia assumir o relacionamento com ela, agora eu sei... É porque minha mãe não o tratava mais como ele merecia.

- Sim, todos casais tem seus altos e baixos. Talvez seu pai e sua mãe já não se amassem mais. E essa pessoa que matou o seu pai... Deve saber que quando voltei para esta cidade, eu iria procurar por minha mãe e descobrir toda a verdade. - Falei, assustada. - E agora, o que vamos fazer? Precisamos achar quem fez isso e fazer com que pague pelo seu crime. Antes que algo ruim aconteça.

- Não sei, sou o prefeito e tenho tanto poder em minhas mãos, mas... - Suspirou, com o olhar perdido. - Droga! Não sei o que fazer e, ainda por cima, estou chorando em sua frente. Sou um fraco!

- Chorar não é fraqueza, é apenas humano. - Disse fazendo carinho em seus cabelos bagunçados. - Vamos dormir, é melhor resolvermos isso amanhã durante o dia. À noite não temos muitas opções de onde começar.

Ele concordou. Dormimos abraçados e muito deprimidos àquela noite. Mas, pelo menos, estávamos seguros juntos.

POV`s Alfonso Herrera / ON

Acordamos bem cedo no dia seguinte. Fomos à delegacia, ainda não eram nem oito horas da manhã. Contamos tudo o que descobrimos. Mas os policiais não podiam fazer nada sem provas, e eu não estou acima da lei para exigir que façam milagres. Acho que aprendi a ser mais paciente e humilde desde que quando comecei a ficar com Anahi. Porém, os policiais vão ficar em investigação o tempo inteiro, em segredo, é claro. A população da cidade ainda não precisa saber, só depois que o caso estiver resolvido.

Mas depois que ficarmos sabendo de toda a verdade... Bom, aí todos precisam saber quem matou Carlos Herrera o antigo prefeito da cidade, do qual tomei conta do cargo por ser seu sucessor.

Larguei Anahi em casa e pedi para que não saísse de lá até que eu voltasse. Ela concordou, já que tinha que acertar detalhes de sua empresa com Zoraida. Fui para casa apressado, e logo que cheguei, fui direto ao quarto de Marina. Mamãe estava sentada em frente à sua penteadeira, alisando os longos cabelos tingidos de loiro.

- Mamãe, precisamos ter uma conversa muito séria. - Tranquei a porta.

- Sim, meu filho? - Perguntou me olhando pelo espelho. - Pode falar. O que temos de tão sério para conversar? - Parecia preocupada.

- Vamos nos sentar aqui. - Levei-a até as duas poltronas que ficam no canto esquerdo de seu enorme quarto. Nos sentamos e ficamos devidamente confortáveis. - Agora podemos conversar à vontade.

- Fale logo, estou curiosa.

- Cansei do seu drama. - Falei sem o mínimo de dó. - Você e o papai não se amavam mais, não precisa fingir que está tão abalada por ele ter te traído ou te abandonado.

- Como? Alfonso! - Ela falou meu nome em tom de autoridade. De mãe para filho. - Não fale assim comigo, sabe que sofri muito por causa de seu pai. Até pensei em me matar. - Ela falou ofendida. - É ela... A maldita filha de Verônica Portilla, não é? Ela que está colocando essas coisas em sua cabeça, vai te seduzir e colocá-lo contra sua família, assim como a mãe dela fez com Carlos.

- Estou me relacionando com Anahi Portilla sim, mas ela não é assim. - Falei irritado. - Nem mesmo sua mãe. Verônica amava o meu pai, mamãe. E meu pai pretendia se separar de você para ficar com ela, para casar com ela. - Despejei tudo com sinceridade. - E seria um direito dele, porque você só queria o dinheiro e a fama dele nesta cidade. Não o amava mais, nem o tocava mais, eu lembro bem disto!

- Como você ousa? - Seu tom de voz ficou irritado e descontrolado. - AQUELA VADIA MENTIROSA ESTÁ FAZENDO A SUA CABEÇA! - Gritou fechando as mãos com força, como se quisesse dar um soco. Minha raiva aumentou.

- JÁ CHEGA, MAMÃE! CHEGA, ANTES QUE EU PERCA O RESPEITO POR VOCÊ. - Gritei mais alto que ela. - Sabe que tudo o que falei até agora é verdade. E se você tentou se matar, foi por causa que ficou conhecida como chifruda. Sempre o que mais te importou foi fama e poder. Nada mais. - Fechei os olhos, lágrimas ameaçavam cair. - Você sabe, mãe? Sabe que o papai está morto, não sabe?

- O quê?! - Perguntou surpresa. - Não. Ele não está morto, fugiu com Verônica e nos abandonou.

- Não, Verônica falou que ele foi morto com um tiro, porque alguém os viu juntos na casa do lago há cinco anos atrás. - Falei, as lágrimas molhando meu rosto. Não pude evitar, como Anahi diz, sou apenas humano. - Por isso, ela fugiu da cidade naquele dia. Corria risco de ser morta também. E o papai... Quem o matou, ainda está nesta cidade. E esconde o segredo até hoje. Escondeu o corpo também, tão bem que nunca desconfiamos de nada. - Coloquei as mãos sobre o rosto, soluçando. - Sabe... Achei que... Talvez... Você tenha matado ele.

- Carlos está morto... - Sua ficha caiu. Ela falou com o olhar vazio, perdido na parede branca. - Não, filho, eu nunca mataria Carlos Herrera. Ele é pai dos meus filhos, eu não o amava mais, tem razão. - Ela admitiu, também com lágrimas escorrendo pelo seu rosto. - Mas nunca o mataria. É ele que me dava dinheiro e uma vida