Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

A distância de onde estávamos até a porta era pequena, mas naquela situação parecia muito mais longe. Senti meus pulmões doloridos e queimados de um jeito que logo me levariam à morte. Eu respirava desesperadamente em busca de um pouco de ar, mas o fogo já havia consumido com quase todo nosso oxigênio.

- Eu te amo... - Murmurei com meus poucos traços de voz, me agarrando ao braço de Poncho, aquele com o qual estava me arrastando.

Minha visão ficou nublada, tive a impressão de que o mundo derretia ao redor de mim. O chão de madeira machucava meus joelhos, enquanto Poncho me puxava, a dor me fazia tentar realizar um esforço maior. Tentei me recuperar um pouco e obriguei meus músculos a trabalharem mais rápido e com mais força. Em silêncio, fiquei repetindo para mim mesma: Não pare Anahi, não pare! Se você parar, o Poncho vai parar também, então os dois vamos morrer! O que me obrigou a continuar foi a ansiedade que eu tinha pela sua segurança, queria que ele ficassem bem.

De repente, Poncho ficou de pé e me puxou com força para junto de si. Me segurou fortemente.

- Se prepare! - Me avisou, pegando a toalha molhada e usando para cobrir a maçaneta de metal, que ardia de tão quente. Abriu com um puxão, as chamas do lado de fora da porta entraram com agressividade.

Poncho me agarrou debaixo do seu braço, como se eu fosse uma bola de futebol. Saiu em disparada comigo pela porta, atravessando as chamas numa velocidade fora do normal. Nos lançamos para fora da casa, nossos corpos caindo com o peso de toneladas sobre o chão.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAH... DEUS! QUE DOOOOOOOR! - Gritei sentindo algum osso se quebrar, do lado em que me apoiei durante a queda.

Poncho me olhou com preocupação, mas ainda estávamos perigosamente perto da casa. Não podemos perder tempo com minhas dores, antes precisamos garantir que vamos sair com vida.

- Vamos! Levanta, Poncho... Vamos sair de perto da casa! - Ele levantou e estendeu uma mão para mim, me agarrei e consegui me erguer para ficar de pé ao seu lado. Quando começamos a nos mover, uma surpresa.

- OH, NÃO! - Disse alguém com uma voz rouca cheia de horror. - Poncho, o que está fazendo aqui?!

Poncho se endireitou lentamente, me puxando e empurrando-me automaticamente para trás de suas costas. Queria me proteger.

Estávamos entre dois perigos: o fogo que ardia violentamente na casa logo atrás de nós, podendo explodir a qualquer momento, e o rifle que aquele homem levava nas mãos. Estava vestido todo de preto e aos seus pés estavam jogadas várias bombonas vazias de gasolina.

- Você? Foi VOCÊ que colocou fogo na casa de Dulce? - Poncho perguntou com indignação. - Logo o melhor amigo do meu pai, Deus, ele te considerava um irmão. E eu te considerava como meu tio, meu companheiro e um grande conselheiro...

- Não! - Os olhos do assassino estavam aumentando devido ao pânico. - Eu não sabia que você estava na casa com ela! Achei que estava sozinha... Jamais faria você correr perigo, Poncho, você sabe disso. - Bill Thompson, o advogado, negava com a cabeça, lamentando para si mesmo por ter quase matado Poncho.

- Mas por quê colocou fogo na casa de Anahi? - Poncho parou para tossir. De repente, tudo estava fazendo sentido.

- Amor! - O chamei com desespero, a garganta doendo por eu forçar a voz mais do que podia. - Foi ele quem matou o seu pai. E ele sabia que eu iria descobrir isso mais cedo ou mais tarde. E que ia te contar! Por isso, tentou me matar!

Alfonso teve um ataque de tosses. Não conseguia acreditar. O fogo estava queimando nossas costas, demos um passo para frente, eu sempre escondida e protegida pelo seu corpo grande e forte.

- Então... Era você que estava enviando todas aquelas ameaças, também? E a caixa com o gato morto? - Poncho perguntou tentando entender tudo. Depois de muitos anos, estava acordando para a realidade escondida diante de seu nariz.

- Não! Claro que não! - Negou Bill em um tom de absurda indignação. - Eu não sou de ameaçar, sou de fazer sem dar avisos.

- Ótimo! - Poncho deu uma risada debochada e falou com dureza, mesmo se retorcendo de dor na garganta. - Você não é de ameaçar, mas é de matar?

- Sim, é claro! Eu queria que essa... Vagabunda morresse! - Disse em tom de total satisfação, como se minha morte fosse um assunto doce em seus lábios. - Não tinha mais opções. Não podia deixar que sua mãe, Marina, entrasse em depressão profunda novamente, por causa de uma Portilla dominando seu filho.

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Juliana Pimentel Gabbi: continuando ♥