Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

Os bombeiros estavam apagando o fogo. Quase não haviam mais chamas, apenas os destroços de minha casa. Eu estava sentada dentro de uma viatura da polícia, junto com Clara, abraçando-a pelos ombros e deixando que resmungasse suas palavras de ódio e arrependimento em relação à Bill Thompson.

Ela tremia apesar do calor da noite e do incêndio. O xerife Christian Chávez tinha colocado uma manta sobre suas costas, mas não parecia o suficiente.

Eu olhei para fora da janela. Tudo estava destruído, e Bill estava morto. "Talvez eu ainda possa dormir por aqui... Se tiver sobrado algum pedaço da cama." Pensei com um humor sombrio e ri sozinha, desanimada.

Meu pequeno pátio estava cheio de gente. O xerife e seus policiais, os bombeiros voluntários, os para-médicos e os curiosos. Enxerguei a silhueta de Poncho, conversando com o Xerife Christian. De longe, eu o ouvia tossir dolorosamente. Fiquei com tanta pena. Eu sentia minha garganta arder também, mas a dele deve estar bem pior. Suspirei ao ver várias queimaduras nas minhas mãos, nos braços - um deles fraturado e agora imóvel com uma atadura -, e nas pernas. Até nas costas, eu imagino.

- Sinto muito. - disse Anahi de repente. Tinha o olhar fixo e perdido em sua frente. - Fui eu que enviei as cartas te ameaçando... Só queria te assustar para que fosse embora. Jamais iria te matar... Sinto muito.

Eu fiz um gesto como se disesse que isso não me importava mais agora, para tranquilizá-la.

- Eu não matei aquele gato, eu achei ele atropelado na estrada e coloquei em uma caixa. - Explicou e eu fiquei aliviada por isso.

Notei que os médicos se aproximavam de Poncho para lhe colocarem a máscara de oxigênio. Fiquei aliviada, os pulmões dele devem estar bastante afetados pela fumaça, e tudo por minha culpa.

- Anahi, eu... Vou dizer para o Poncho e o Xerife Chávez. Vou contar que fui eu que te mandei as ameaças e o gato. - Clara se pronunciou novamente, o tom de voz era de arrependimento. - Não vou ser presa por ter matado o Bill, mas não mereço sair sem nem uma punição.

Não tive tempo de responder, pois os médicos agora estavam vindo até mim. Mas fiquei maravilhada com a atitude de Clara, ela não é tão infantil quanto eu pensava. Os médicos me examinaram meticulosamente, e por fim, colocaram a máscara de oxigênio em mim também. O Doutor ficou aliviado ao ver que o nível de fumaça que inalamos não era crítico. Tanto eu, como Poncho sofremos queimaduras de primeiro grau e muito poucas de segundo grau. Tivemos sorte.

Bom... Eu perdi tudo, desde minha casa e minhas roupaS, até o meu carro que estava na garagem. Vamos ver o que o seguro vai poder fazer por mim. E Poncho perdeu um amigo.

Por fim, levaram o cadáver do Bill. Clara contemplou como o carregavam até o carro fúnebre.

- Este verme me usou durante cinco anos. - Sussurrou. - Fingia que eu era a mamãe... Como vou contar isso ao Christian? - Perguntou em tom sombrio.

- Christian? - Perguntei confusa.

- O Xerife. Christian Chávez. Me pediu em casamento. - Me contou desconcertada.

Arregalei os olhos, que situação. Então, Clara e Christian Chávez tinham um caso? Um caso que era mal resolvido por causa de Bill Thompson.

- Não conte nada! - Eu disse tocando seu braço. - Vai fazer mal para Christian e para você mesma. Comece do zero.

Maite não respondeu, mas tenho esperanças de que ela siga meu conselho. Era a melhor opção, começar do zero, e não continuar com aquilo que lhe fazia sofrer.