Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

 - Ele não vai te dar bola, Bel. Ele odeia todos de nossa família. - Disse enquanto esquentava o arroz e o feijão sobrados do almoço de ontem para comermos.

- Cala a boca! - Me olhou com desprezo. - Ele pode até me odiar por eu ser dessa família ridícula, mas vai me amar pelo meu corpo. - Acariciou os próprios seios, que já eram redondos e bem volumosos. Fiquei com vergonha de vê-la fazer aquilo.

- Você aceitaria ser só objeto para um homem? - Perguntei inocente, colocando louças e talheres na mesa. Alfonso Herrera era de longe o garoto mais bonito e atraente daquela cidadezinha. Até eu, com meus 15 anos, sentia meu corpo tremer ao vê-lo passar.

- Claro que sim, se ele me der dinheiro a hora que eu quiser. - Deu de ombros como se fosse a explicação mais sensata, sentando-se à mesa. Eu servi uma porção de arroz e feijão para Bel. - Você devia trabalhar, serviria como uma ótima empregada em alguma casa dos ricos dessa cidade.

- Eles tem nojo da gente. - Já tentei procurar emprego como doméstica para conseguir condições melhores, mas só o que consegui foram expressões de nojo e portas fechadas na cara. Então, fico em casa limpando tudo e servindo meus familiares. Se não fizesse isso, meus pais me chamariam de vagabunda.

- Que pena. - Quando sentei com ela para comer juntas, Bel levantou. Fiquei sozinha novamente para o almoço. Ela recolheu um vestido no cesto de roupas sujas e vestiu. O decote quase mostrava seus mamilos, baixei a vista para não ver aquela cena. - Vou indo, tenho que caçar meu Herrera.

Saiu apressada. As duas putas Portilla foram para o trabalho, diriam as pessoas da cidade.

Após lavar a louça e guardar a sobra da comida na geladeira, sentei cansada no sofá. Olhei meu relógio de pulso e já são duas horas.

Preciso arranjar algum serviço para fazer, tenho medo de apanhar de mamãe se ela chegar e não me ver fazendo nada. E, também, não gosto de ficar parada. Me sinto mais útil quando estou ocupada. Sinto que um dia posso sim, ser alguém nessa vida. Pois gosto de me esforçar.

Senti algo peludo deitando sobre meus pés.

Era Buddy, meu cachorro velho e companheiro. Devia estar com fome. Me inclinei para afagar seu pêlo sujo e cheio de pulgas.

- Oi amor, vou arranjar algo para seu estômago. Vem comigo! - Buddy me seguiu até a geladeira, com o olhar pidão. Coloquei o pote de arroz no chão para que ele comesse. Espero que papai não acorde e veja isso. Vai chutar Buddy e isso me faz chorar.

Buddy comia alegremente, estava bastante velho, mas seu amor por mim nunca diminuiu. Era o único que valia a pena naquela família. O único que me amava de verdade. Agora que não tinha mais muitas forças, dormia a maior parte do tempo. Melhor assim, ninguém o incomodava.

- Deu? Satisfeito? - Eu sorri e acariciei sua cabeça, recolhendo o pote. Ele deu uma lambida na minha mão e caminhou até seu cantinho, onde havia um tapete velho no chão para que ficasse sobre este. Deitou e logo pegou no sono. - Isso Buddy, dorme bastante, nossa realidade é muito ruim.

Sua respiração era tranquila. Tinha medo que um dia ele parasse de respirar e me abadonasse. Como eu ia resistir? 

~~~~~~~~~~~~~~~~~

Alfonso Herrera

Anahi Giovanna Portilla