Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

- Alô? - Atendi ao telefone, já sabendo que era Maite. Como seu pai era médico, pedi que ela me adiantasse o resultado do exame de partenidade de Poncho, antes que ele mesmo pudesse me contar. - E aí?

- Deu positivo Any, ele é o pai. - Maite suspirou desanimada. E tão de repente, a dor tomou meu coração e formou um nó em minha garganta. - Vai mesmo embora? - Perguntou em tom de voz choroso, nos tornamos muito amigas nesses últimos meses, seria tão doloroso não tê-la mais por perto.

- Sim, é preciso. - Admiti, deprimida. - Mas vou sempre manter contato com você. - Não havia contado sobre a minha gravidez e nem pretendia. Isso ninguém precisava saber.

- Com certeza, me ligue sempre que puder, que eu vou tentar te ligar de meia em meia hora. - Ela brincou, mas seu riso era desanimado. - Er... Tchau, então. Vou te visitar qualquer hora.

- Faça isso. Tchau Mai, obrigado por tudo. - Desligamos. Agora é hora de coloar minha decisão em prática.

Por sorte, terminei de arrumar minhas malas antes que Alfonso voltasse para casa. Devido ao incêndio, eu ainda tinha muita pouca coisa. Isso me ajudou a ser mais rápida ainda.

Talvez eu esteja sendo egoísta com Alfonso e com nosso filho. Mas eu não consigo viver assim. Eu sei que Luma vai infernizar minha vida e a do meu bebê também. Ela nunca vai aceitar ficar em segundo lugar. E não quero que isso aconteça. Vou fazer essa criança ser feliz, longe daqui e sem saber da existência do pai. Jamais deixarei que sinta dor em seu coração, assim como senti minha vida inteira. Vou ser pai e mãe ao mesmo tempo, e nunca vou deixar que falte nada.

E também não desejo sofrimento para o bebê de Luma, por isso, estou convicta de que o que estou prestes a fazer, é o melhor para todos.

Desci as escadas com duas mala, uma em cada mão, o rosto molhado de lágrimas. Sentia o gosto salgado na boca quando as gotas invadiam meus lábios. Quando peguei as chaves do carro que ganhei do seguro, abri a porta de entrada e dei de cara com Alfonso chegando.

- Anahi?! Aonde você vai, e porque está levando essas malas com você? - Perguntou confuso.

- Eu vou embora. Já sei que é o pai do filho de Luma. - Respondi largando as malas, para secar meu rosto com as palmas da mão. - Licença, por favor...

- Sim, é verdade. O exame deu positivo, merda! - Admitiu desanimado. - Mas não precisa ir embora por causa disso, pensei que esses meses maravilhosos que passamos juntos, iam te fazer mudar de idéia. - Se aproximou e me pegou pelos ombros, o semblante apavorado. - Pelo amor de Deus, preciso de você, Anahi!

- Não posso. - Dei um passo para trás, me afastando dele. - Belinda e seu filho vão precisar de você. E não venha me dizer que vai sustentá-los, eles precisam de amor também! Não apenas dinheiro. - Olhei para o chão, a esse ponto, não era mais capaz de enfrentar o seu olhar. - E não vou mais conseguir te amar sabendo que é pai do filho de outra. - Menti, tentando facilitar minha ida.

- Como? - Poncho não acreditou.

- Isso mesmo que ouviu. Vou embora, não sou obrigada a suportar essa situação. - Peguei novamente as malas, assumindo postura ereta.

- Pensei que fosse mais madura. - Aquelas palavras me atingiram como uma flechada. Eu não queria ir embora, sabendo que deixei um Poncho decepcionado comigo. Isso não, por favor!

- Estou sendo madura. Você que precisa aprender que uma família não é pouca coisa. Não é algo para "de vez em quando". É para sempre. Coloque sua vida em ordem, e não me procure. - Passei por ele, indo para o lado de fora. Virei a cabeça e vi que ele nem sequer mudou de posição para me observar.

- Tudo bem... Vou te deixar ir, mas apenas por que pensei que era uma mulher diferente. Pensei que nosso amor estava acima de tudo. Estava enganado. - Sua voz era abafada por estar de costas. - E, quero que saiba... Eu não ia excluir meu filho de nossas vidas, quem sabe, ele até podia chegar a amar a "tia Any".

- Adeus Alfonso. - Não, por Deus, eu não aguentava mais. Meu coração estava ficando cada vez mais despedaçado. Amo esse homem, mas não posso aturar isso.

Joguei as malas para dentro do carro, embarquei e fui embora.