Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

Alfonso estava apreensivo com minha resposta. Eu estava mais apreensiva ainda, por saber que seria muito difícil conseguir perdão pelo que fiz.

- Você não faz a menor idéia? - Perguntei com uma leve esperança de que ele já imaginasse que poderia ser o pai.

- Não. - Negou desesperado pela resposta. - Fale logo! Eu o conheço? Quem é o pai, Anahi? - Eu suspirei olhando para minhas mãos, que descansavam em meu colo.

- Ela está com 4 anos e 3 meses. - O tempo de gestação e a idade de Sophie correspondiam exatamente ao tempo em que ficamos afastados. Talvez ele conseguisse juntar os fatos, sem eu precisar falar.

Deus! Eu estava fazendo de tudo para não ter que falar a verdade em palavras claras. Mas isso era mais do que uma obrigação minha, então, porque eu estava com medo? Maldita covarde que eu sou, maldita covarde!

- Muito bem... Isso quer dizer que engravidou logo depois que foi embora... Uma ou duas semanas depois, devo supor. - Deu de ombros, ficando revoltado. - Me esqueceu facilmente e foi para a cama com outro homem, parabéns. Nada que me surpreenda. Agora preciso saber quem é o pai... Apenas isso, por favor.

- Não me ofenda, Alfonso! - Gritei brava, mas... Eu não tinha esse direito. Então, me acalmei e fechei os olhos. Contei até dez, sendo que eu precisava contar até um bilhão para fazer efeito. Eu não estava mais aguentando, precisa chorar e colocar tudo para fora. - Droga! Será que não se deu conta ainda? Sophie é sua filha, Alfonso... É sua filha.

O silêncio tomou conta da sala. Se não fosse pelos soluços de meu choro, poderia ouvir até os grilos cantando do lado de fora. Alfonso ficou estranho, estava pensativo e distante, pois seu semblante ficava sério e ele franzia ligeiramente a testa. Seu olhar estava focado em qualquer coisa no chão.

Eu precisava que ele falasse alguma coisa, que abrisse a boca nem que fosse para me ofender. Mas, não... Alfonso estava estático e mudo.

- No mesmo dia em que foi ao hospital fazer o exame de paternidade, eu decidi fazer um teste de gravidez. Aqueles de farmácia, sabe? - Então, eu comecei a contar toda a história. Era a atitude mais sensata que eu podia tomar neste momento. - Estava desconfiada por causa de alguns sintomas, e realizei o teste. Deu positivo. E, pouco depois, descobri que o filho de Luma era seu. - Fechei os olhos e as lembranças me invadiram como se acontecessem hoje. - Eu fiquei desesperada, o filho de Luma precisava de um pai... Mas o nosso também. E, como sei quem era Luma, fiquei com medo que atormentasse nossa família e nosso bebê, caso você não ficasse com ela. Foi por isso que optei por vir embora, com medo de que essa criança, a Sophie, pudesse sofrer naquela cidade. Assim como eu sofri. - A esse ponto eu já estava dominada pelo choro, minhas costas se contorciam violentamente com os soluços fortes. - Eu sei que o que fiz foi errado, me culpo até hoje por isso, fui egoísta e desprezível. Eu devia ter te dado a chance de saber de toda verdade, independente de minhas decisões.

- Você me escondeu sua gravidez. Me impediu de ver nossa filha crescer. - Ele saiu do seu estado de transe e sacudiu a cabeça, tentando colocar os pensamentos em ordem. - Ela... Já tem quase 5 anos e não me conhece. Não faz a menor idéia de que sou seu pai. - Deu uma risada debochada. - Eu sempre sonhei em ter uma família com você. Chego aqui para te procurar e te reconquistar, para que meu sonho se tornasse realidade... E olha a surpresa que me aguardava. - Estava incrédulo e eu não o culpava.