Fanfic: Meu mundo vazio-AyA (Adaptada) | Tema: Ponny

Caminhando animadamente pelo centro de nossa pequena cidade, encontrei minha irmã saindo de uma loja de lingeries. Ela correu na calçada até onde eu estava. Tinha um sorriso gigante no rosto e a cara de quem tinha uma super surpresa para me mostrar.

- Olha o que eu consegui nesta loja. - Tirou de dentro do sutiã cinco ou seis calcinhas fio-dentais, enfeitadas e de todas as cores. - Não são maravilhosas? E extremamente sexys?

- Sim, mas... Onde conseguiu tanto dinheiro? São tão caras. - Olhava as etiquetas das calcinhas e o preço me assustava. Era o dinheiro que conseguíamos juntar em um mês inteiro.

- Eu não comprei, idiota. - Revirou os olhos escondendo as calcinhas novamente. Olhou para todos os lados e ajeitou a roupa, fingindo normalidade. - Eu roubei. Um dia quando eu tiver dinheiro, talvez eu pague. - A palavra roubei me repugnou. Eu nunca seria capaz de fazer uma coisa assim.

- Hum. - Foi isso que respondi simplesmente. Não iria contrariar para arranjar uma discussão, minha cabeça já estava bastante cheia de problemas do tipo.

- Anahi! - Ela deu um pulo, de repente. Agarrou meu braço, mordendo o lábio inferior com força. - Ai Meu Deeeeeus! Olha quem vai passar por nós. - Apontou para alguns passos longe de onde estamos paradas, com seu dedo que chamava atenção com uma unha vermelha e comprida. - É ele! Alfonso Herrera!

Olhei para onde Bel apontou e no mesmo instante, baixei a cabeça envergonhada. Alfonso Herrera era tão bonito e era muito bom ficar olhando para ele. Mas, assim tão de perto, ele pode perceber e é melhor evitar de ser pega o admirando. 

- Não nos envergonhe na frente dele. - Cutuquei o braço da minha irmã, que simplesmente me ignorou.

Bel arrumou os seios para que ficassem mais à mostra do que já estavam. Beliscou as bochechas para ganhar uma cor rosada e passou a língua nos lábios.

Alfonso ia se aproximando, e o sorriso dela ia aumentando. Eu permaneci de cabeça baixa.

- Ora, ora! Veja só quem está passeando, as irmãs Portilla. - Arrisquei olhar para seu rosto, era perfeito, mas senti uma decepção enorme ao ver que nos fitava com desprezo e nojo.

- Olááá Poncho! - Minha irmã o cumprimentou com uma voz musical. Enrolou uma mecha de cabelo no dedo, sempre olhando para ele com seu olhar mais atrevido. - Aaah como é bom te ver, uma paisagem tão perfeita nessa cidade simples.

- Cale a boca, Bel! - Poncho olhou para seu decote e deu risada com deboche. - E cubra esses seios nojentos, mesmo que seja a mais gostosa de todas, eu nunca seria capaz nem de comer uma Portilla. - Bel ia abrir a boca para falar, mas foi interrompida por ele. - Não me arrisco a pegar doenças... E muito menos vou querer ficar com a filha daquela P U T A que está destruindo o casamento de meus pais.

Rapidamente lembrei que minha mãe ainda estava com o seu pai, o prefeito. Fiquei com medo que Alfonso encontrasse os dois juntos e machucasse a mamãe. Um tremor passou pelo meu corpo.

- Você não tem o direito de falar assim. - Bel cruzou os braços, escondendo um pouco os seios. - Nunca provou da minha carne para falar essas coisas

- E nem pretendo provar, não encontrei meu corpo no lixo. - Ele fez sinal com a cabeça para que ela sumisse de sua frente. - Vá embora, saia do centro e se esconda em seu maldito barraco, antes que eu expulse você e toda sua família de lá e dessa cidade também. - Pois é, ele e sua família eram donos do barraco onde moramos. Só conseguimos morar lá de graça, porque minha mãe transa casualmente com o prefeito, Sr. Herrera.

E acredito que seja esse o motivo de tanto ódio. Bel obedeceu-o e saiu andando, baixei a cabeça novamente e me virei para segui-la até em casa. Mas Alfonso segurou meu braço e me manteu imóvel.

- Você fica, pequena Portilla. - Olhei para o seu rosto e ele me olhava com um brilho nos olhos, um brilho maldoso.