Fanfic: Não Posso Me Apaixonar *AyA*Ponny* | Tema: Ponny, AyA

Summer e Alfonso estavam quase empatados com suas pilhas de ossinhos e órgãos, quando Summer reclamou:

— Isso não é justo. Você faz esse tipo de coisa no seu trabalho. Eu sou só uma criança.

Anahí esperou para ver se Alfonso se deixaria enganar, mas ele mal levantou a sobrancelha.

— Sou treinado como paramédico, não como cirurgião.

Summer fez uma careta.

— É quase a mesma coisa.

Alfonso sorriu para a garotinha.

— Nem de longe, mas boa tentativa, garota.

Quando Summer disse, toda feliz "Sua vez", Anahí sabia que ela ainda não tinha usado todos os truques para ganhar o jogo.

Alfonso pegou a pinça e estava prestes a ir para o cérebro, quando Summer gritou:

— Ai, meu Deus, que inseto enorme!

Anahí encolheu-se quando o grito estridente da filha entrou em seu cérebro.

— Que inseto, Summer?

Mas a filha estava ocupada olhando fixamente para a mão de Alfonso, parada sobre o tabuleiro do jogo, e não batendo nas bordas, o que daria a Summer a chance de vencer.

Anahí não se aguentou e caiu na risada.

— Ele tem oito irmãos, meu amor. Acho que terá de se esforçar um pouco mais para conseguir distraí-lo.

Um segundo depois, Alfonso alcançou a peça, tirou o cérebro e estava quase conseguindo tirá-la totalmente quando a ponta da pinça encostou no tabuleiro. O alarme vermelho soou e Summer tomou a pinça da mão dele, tirando o cérebro com destreza.

— Ganhei!

— Bom trabalho, Summer!

Anahí não conseguia imaginar nenhum dos caras com quem tinha namorado jogando esse jogo com Summer, muito menos gostando de fazê-lo. Sem falar na habilidade de lidar tão bem com as travessuras dela.

— Amanhã você tem escola! Hora de ir para a cama! — Anahí disse. — Vá escovar os dentes e colocar o pijama e depois vou ler uma história para você.

— Você pode ler para mim esta noite, Alfonso?

Talvez Anahí não devesse ter ficado tão chocada com o pedido de Summer, mas ficou.

Exceto ela, ninguém jamais tinha lido uma história para Summer, nem mesmo o pai dela, que preferia brincar com ela na grama ao ar livre, a ficar dentro de casa com ela, ainda bebê, mordendo e mastigando um livro no colo dele.

— Anahí?

Em vez de responder à pergunta de Summer, os olhos de Alfonso estavam em Anahí, e ela podia ler a pergunta no rosto dele: "Tudo bem para você?"

Cada minuto que os três passavam juntos, ela via Alfonso e Summer se aproximarem ainda mais. Eles eram duas pessoas que gostavam da companhia um do outro, de verdade.

A filha dela tinha um ótimo gosto para homens.

Mesmo assim, por alguma razão, isso parecia um grande passo, depois de tantos outros grandes passos.

Primeiro, passar a noite de sexta-feira no Fishermans Wharf, como se fossem uma família. Depois, beijar Alfonso na frente de Summer. E, agora, Alfonso contando uma história na hora de dormir.

E se alguma coisa acontecesse com ele? E se Summer se acostumasse com Alfonso brincando de jogos e lendo na cama para ela e depois...

Ela controlou-se um segundo antes de seu cérebro enveredar-se pelo caminho do pânico.

Preciso tentar. Continue tentando.

— Parece ótimo.

Alfonso analisou o rosto dela, o sorriso que o havia enfeitiçado.

— Talvez — ele disse, suavemente. —, poderíamos ler juntos.

Uma sensação de alívio e um amor feroz tomou conta dela.

Anahí nunca pensou que encontraria um homem que a entendesse tão bem, que pudesse ler seus pensamentos secretos sem ela dizer uma só palavra.

Trinta minutos depois, Summer estava na cama e eles foram em direção à sala de estar.

— Adorei você ler "A casa mágica da árvore" para Summer, o jeito que você fez todos os personagens.

Ele deu de ombros como se não fosse grande coisa.

— Sophie é muito boa em nos convencer a ler para as crianças durante a contação de história na biblioteca.

Anahí adorava a ideia de Alfonso sentado na cadeirinha de plástico lendo para um bando de crianças... e suas mães babonas.

Ela podia imaginar o tipo de fantasia que ele inspirava naquelas mulheres durante o que deveria ser os melhores trinta minutos do mês delas.

As mesmíssimas fantasias que ele inspirava nela.

— Está pronta para sua historinha de dormir? — ele puxou-a para o colo dele, no sofá.

— Mas ainda não estou cansada. — ela respondeu baixinho.

A linda boca de Alfonso esboçou um sorriso e ela achou que ele fosse beijá-la. Em vez disso, ele enfiou a cabeça na curva do pescoço dela e passou-lhe a língua, deixando Anahí toda arrepiada.

— Era uma vez um homem.

— Não era um príncipe?

— Não. — ele disse, pegando levemente no queixo dela. — Ele era um homem absolutamente normal e comum. Mas, um dia, teve sorte e conheceu a mulher mais linda do mundo.

— Tem certeza de que ela também não era normal e comum?

Alfonso mordeu o lóbulo da orelha dela, deixando-a toda arrepiada.

— Pode ter certeza, ela era extraordinária, tão linda que ele mal podia acreditar que ela estava falando com ele.

— Eles se beijaram?

Os lábios dele chegaram mais perto dos dela quando ele respondeu:

— Ah, sim... e aqueles beijos eram a melhor coisa do mundo.