Fanfics Brasil - Capítulo 01: The beginning of everything - part 2 Baía dos Diamantes - AyA

Fanfic: Baía dos Diamantes - AyA | Tema: Romance


Capítulo: Capítulo 01: The beginning of everything - part 2

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Com Anahí Portilla


 

Era uma cálida noite, inclusive para ser meados de julho e estar na parte central da Flórida. Anahi Portilla mecanicamente tinha ajustado seus hábitos para o clima, tomando-lhe com calma, já fora fazendo seus trabalhos pela manhã cedo ou os adiando até o entardecer. Levantou-se ao sair o sol, tirando as ervas daninhas que cresciam em sua pequena horta, alimentado os gansos, lavado seu carro. Quando a temperatura aumentava, entrava na casa e punha uma máquina de lavar roupa, logo dedicava umas poucas horas a investigar e preparar o curso de jornalismo que se comprometeu a repartir na escola de ensino noturno de Gainesville quando começava a cair a noite. Com o ventilador do teto ronronando tranquilamente sobre sua cabeça, seu cabelo escuro recolhido sobre sua cabeça, e usando só um top e uma velha bermuda, Anahi estava a gosto apesar do calor. Havia um copo de chá gelado junto a seu cotovelo, e bebia enquanto lia. 

Os gansos cacarejavam pacificamente enquanto iam de uma parte a outra da erva, reunidos em manada pelo Ebenezer Duck, o velho líder irritável. Antes tinha havido um alvoroço quando Ebenezer e Joe, o cão, brigaram por quem tinha o direito à parte de pasto fresco e verde sob o arbusto da adelfa. Anahi foi à porta de tecido metálico e gritou a seus mascotes que se ficassem quietos, e esse foi o acontecimento mais excitante do dia. Assim eram a maioria de seus dias durante o verão. 

As coisas melhoravam durante o outono, quando a época turística começava e suas duas lojas de objetos de lembrança no Treasure Island e Tarpon Springs começavam a ter clientes. Com o curso de jornalismo seus dias estavam ainda mais ocupados que o normal, mas o verão era o momento de relaxar-se. Trabalhava intermitentemente em seu terceiro livro, sem sentir uma grande preocupação por terminá-lo, pois a data limite de entrega era no Natal e ia muito adiantada em seu trabalho. A vitalidade do Anahi era enganosa, porque ela conseguia obter muito, sem parecer que se desse pressa.

Sentia-se em casa ali, tinha jogado profundas raízes nesse terreno arenoso. A casa em que vivia tinha m pertencido a seus avós, e a terra tinha estado nas mãos de sua família durante cem anos. A casa tinha sido remodelada nos anos cinquenta e não guardava muito da estrutura original. Quando Anahi se instalou tinha renovado o interior, mas o lugar ainda lhe dava um sentido de permanência. Ela conhecia a casa e a terra que a rodeava tanto como seu rosto ao olhar-se em um espelho. Provavelmente melhor, porque Anahi não era dada a cravar os olhos em si mesmo. Conhecia o bosque de pinheiros que havia diante e o pastizal que se achava a suas costas, cada colina, cada árvore e cada arbusto. Um caminho serpentava através dos pinheiros e chegava até a praia onde se encontravam as águas do Golfo. Não havia construções na praia, em parte pela aspereza incomum da borda, em parte porque os donos das terras eram gente que não queria ver como se construíam blocos de apartamentos e hotéis em frente de suas casas. Esse era antes um condado boiadeiro; um gigantesco rancho, propriedade do Cody Christian, rodeava a propriedade de Anahi, e Cody era tão resistente como ela a vender qualquer parte de suas terras para a construção.

A praia era o refúgio especial de Anahi, um lugar para caminhar e pensar e encontrar a paz no fluxo desumano, eterno da água. Era chamada: Diamond Bay ou Baía dos Diamantes, pela forma em que a luz se estilhaçava contra as ondas como se chocassem contra as grandes pedras que povoavam a boca da pequena baía. A água oscilava e brilhava tão intensamente como se milhares de diamantes rodeassem a borda. Seu avô lhe tinha ensinado a nadar na Diamond Bay. Algumas vezes parecia que sua vida tivesse começado nas águas turquesa. Certamente a baía tinha sido o centro dos dias dourados de sua infância, quando uma visita aos avós era o mais divertido que podia imaginar uma menina como Anahi. Logo sua mãe morreu quando Anahi tinha doze anos, e a baía se converteu em sua casa para sempre. Havia algo no oceano que tinha aliviado a acuidade de sua dor e ensinado a aceitá-la. Também tinha tido seu avô, e inclusive agora pensar nele, trazia um sorriso a seu rosto. Que ancião maravilhoso tinha sido! Nunca tinha estado muito ocupado ou tinha passado vergonha na hora de responder às perguntas algumas vezes embaraçosas que uma adolescente podia fazer, e lhe deu a liberdade de provar suas asas, pois ela tinha muito sentido comum. Tinha morrido no ano em que ela terminou a universidade, mas inclusive a morte lhe tinha chegado em seus próprios termos. Inclusive estando cansado, doente, e preparado para morrer, tinha-a enganado com semelhante humor e semelhante aceitação que Anahi inclusive havia sentido um pouco de paz com sua partida. Ela tinha se entristecido, sim, mas a dor tinha sido moderada pelo conhecimento de saber que era o que ele queria. 

A antiga casa tinha permanecido vazia depois, enquanto Anahi seguia sua carreira como jornalista de investigação em Miami. Tinha conhecido e se casou com o B. B. Jones, e a vida juntos tinha sido boa. B.B. tinha sido mais que um marido, tinha sido um amigo, e tinham pensado que tinham o mundo em suas mãos. Logo a violenta morte do B.B tinha acabado com esse sonho e tinha deixado Anahi viúva aos vinte e cinco anos. Ela abandonou seu trabalho e voltou para a baía, voltando a encontrar a paz no mar interminável. Estava emocionalmente ferida, mas o tempo e a vida tranqüila a tinham aliviado. Ainda, não sentia desejos de voltar para a vida de ritmo rápido que tinha levado antes. Esta era sua casa, e se encontrava feliz com o que fazia agora. As duas lojas de objetos de lembrança lhe davam uma boa vida, e aumentava seus ganhos escrevendo ocasionalmente um artigo, assim como com os livros de aventuras que tinha escrito surpreendentemente bem.

Este verão era quase igual aos outros verões que tinha passado em Diamond Bay, mas mais caloroso. O calor e a umidade faziam que quase se sentisse sufocada, e alguns dias tinha vontade de não fazer nada mais exaustivo que se deitar na rede e abanar-se. O pôr-do-sol trazia algum alívio, mas inclusive isso era relativo. A noite trazia uma pequena brisa do Golfo para lhe esfriar a pele ardente, mas ainda fazia muito calor para dormir. Já tinha tomado uma ducha fria, e agora estava sentada sobre o balanço do alpendre às escuras, movendo preguiçosamente o balanço com uns movimentos ocasionais de seu pé. As correntes chiaram ao mesmo tempo em que os grilos chiavam e as rãs coaxavam; Joe estava jogado no alpendre ante a porta de tecido metálico, dormindo e sonhando seus sonhos caninos. Anahi fechou seus olhos, desfrutando da brisa em seu rosto e pensando no que faria no dia seguinte. Bastante do que tinha feito hoje, e no dia anterior, mas não prestava atenção à repetição. Tinha desfrutado dos antigos tempos de excitação, alagou-se pelo poder sedutor e peculiar perigo, mas também agora desfrutava de sua vida. 

Embora só vestia uma calcinha e uma camisa branca de homem de corte extragrande, com as mangas enroladas e os três primeiros botões desabotoados, ainda podia sentir como pequenas gotas de suor se formavam entre seus seios. O calor a inquietou, e finalmente ficou de pé. 

- Vou dar um passeio - disse ao cão, o qual se deu um golpe em uma orelha e não abriu os olhos.

Anahi realmente não tinha esperado que fosse com ela. Joe não era um cão amigável, nem sequer com ela. Era independente e anti-social, afastando-se quando uma mão se estendia para ele com os cabelos do pescoço arrepiados e mostrando os dentes. Ela acreditava que devia ter sido maltratado antes que aparecesse em sua propriedade alguns anos atrás, mas tinham forjado uma trégua. Alimentava-lhe, e ele cumpria com o papel de cão guardião. Ele ainda não lhe dava permissão de lhe acariciar, mas ia instantaneamente a seu lado se um desconhecido chegava de carro, e ficava a seu lado até que o intruso partia ou decidia que não havia perigo. Se Anahi trabalhava na horta, normalmente Joe estava a seu lado. Era uma associação apoiada no respeito mútuo, e ambos estavam satisfeitos dela.

O cão o deixava fácil, pensou Anahi enquanto atravessava o pátio e tomava o caminho sinuoso através dos pinheiros que conduzia à praia. Não lhe necessitava normalmente como guardião. Poucas pessoas iam a sua casa, exceto o carteiro. Estava na rua sem saída de uma estrada sem pavimentar que partia através da propriedade do Cody e a casa dela era a única que havia por ali. Cody Christian era seu único vizinho, e não era do tipo de pessoa que se aproximasse para conversar. Christian Chávez, o veterinário local, algumas vezes a visitava depois de atender uma chamada do rancho do Cody, e tinham desenvolvido uma amizade bem próxima, mas, além disso, Anahi era dada a isolar-se, e essa era a razão pela qual se encontrava cômoda andando sem rumo à noite e vestindo unicamente sua roupa íntima e uma camisa. 

O caminho se inclinava gradualmente em um pendente através do bosque de pinheiros. As estrelas brilhavam e eram grandes no céu, e Anahi tinha percorrido tantas esse vezes caminho desde sua infância, que não perdeu tempo em pegar uma lanterna. Inclusive através dos pinheiros podia ver o suficientemente bem para encontrar o caminho. Havia trezentos metros da casa até a praia, um caminho fácil. Gostava de percorrer a praia caminhando de noite. Era o momento que preferia para escutar o poder do oceano, quando as ondas eram quase negras exceto pelas pontas cobertas de espuma. Também estava em maré baixa, e Anahi preferia a praia quando estava na maré baixa. Na maré baixa o oceano trazia de volta seus tesouros deixando-os na areia, como uma agradável oferenda de amor. Ela tinha acumulado muitos tesouros do mar na maré baixa, e nunca tinha deixado de maravilhar-se com os tesouros que as águas turquesas do Golfo deixavam a seus pés. 

Era uma noite bela, sem lua e limpa, e as estrelas eram as mais brilhantes que tinha visto em anos, sua luz se refletia nas ondas como milhares de diamantes. A Diamond Bay. Tinha o nome adequado. A praia era estreita e acidentada, com aglomerações de maleza crescendo com o passar da borda, e a boca da baía estava coberta de rochas bicudas que eram especialmente perigosas na maré baixa, mas com todas suas imperfeições a baía criava uma magia com suas combinações da luz e a água. Ela poderia estar quieta e observar a água brilhante durante as horas, encantada pelo poder e a beleza do oceano.

A areia grossa refrescou seus pés nus, e ela escavou com os dedos do pé mais profundamente. A brisa soprou, afastando seu cabelo de seu rosto, e Anahi respirou o limpo ar salino. Ali só estavam ela e o oceano. 

A brisa mudou de direção, m paquerando com ela, obtendo que fios de cabelo ficassem sobre seu rosto. Levantou sua mão para afastar seu cabelo de seu rosto e fez uma pausa surpresa, arqueando as sobrancelhas enquanto cravava os olhos na água. Poderia ter jurado que tinha visto algo. Apenas por um momento tinha havido um brilho de movimento, mas agora forçando os olhos não via nada mais que o  movimento rítmico das ondas. Provavelmente tinha sido só um peixe, ou uma parte grande de madeira à deriva. Queria encontrar algo bonito para um acerto floral, assim caminhou até a beira das ondas, empurrando para trás seu cabelo para que não entorpecesse sua visão. 

Ali estava outra vez, oscilava de cima abaixo na água! Deu um passo ansioso para frente, molhando seus pés no fluxo espumoso. Logo o objeto escuro mudou de direção outra vez e assumiu uma forma curiosa. O brilho da luz chapeada das estrelas lhe fez ver algo assim como um braço, agitando-se fracamente com violência para frente, como um de um nadador cansado empenhando-se em conseguir coordenação. Um braço musculoso, e a massa escura ao lado disso poderia ser uma cabeça. O corpo inteiro de Anahi se estremeceu ante a chegada de uma rajada de compreensão. Ela estava na água antes que se desse conta disso, surgindo através das ondas para o homem que se esforçava. A água impediu seu avanço, as ondas empurrando-a para trás com mais força; A maré logo que começava a retornar para dentro. O homem se afundou ante ela, e um grito rouco explodiu em sua garganta. Chapinhou grosseiramente para ele, a água a cobria até o peito agora, as ondas chocavam violentamente contra seu rosto. Onde estava ele? A água negra não dava indício de sua posição. Alcançou o lugar onde o tinha visto por ultima vez, mas suas mãos que procuravam freneticamente na água não encontravam nada.

As ondas a levariam para a praia. Ela mudou de direção e cambaleou enquanto ia para a borda e lhe viu outra vez um momento antes que sua cabeça desaparecesse sob a água outra vez. Ela tomou uma decisão, nadando fortemente, e dois segundos mais tarde sua mão se fechou em torno do cabelo robusto. Ferozmente ela tirou com força sua cabeça por cima da água, mas ele estava lasso, seus olhos fechados. 

- Não morra sobre mim! - ordenou-lhe entre dentes, lhe agarrando debaixo dos ombros e lhe rebocando para a praia. 

Duas vezes a maré golpeou seus pés fazendo que se desequilibrasse, e cada vez pensou que se afogaria antes que pudesse lutar com o peso do homem.  Depois lhe chegou a água pelos joelhos, e ele se dobrou flacidamente. Puxou fortemente até que ele esteve quase completamente fora da água, logo deu um passo e caiu sobre seus joelhos na areia, tossindo e abrindo a boca. Com cada músculo lhe tremendo pelo cansaço, engatinhou sobre seus joelhos até ele.


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 2



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  • veldapuente Postado em 01/05/2016 - 19:47:00

    v._: Minha primeira leitora!! Que bom que está gostando :))

  • v._ Postado em 01/05/2016 - 10:54:04

    Estou adorando! Continua :)


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